Farol da Barra: o maior Farol de Portugal e um dos maiores do mundo


        
É um dos Monumentos mais visitados na Região de Aveiro: o Farol da Barra é o maior Farol de Portugal, o 2º maior da Península Ibérica e está na exclusiva lista dos 26 maiores Faróis do mundo.
Foi construído no século XIX, mais propriamente entre 1885 e 1893, e na altura era o sexto maior do mundo em Alvernaria de Pedra. Fica situado numa das zonas mais bonitas do Distrito de Aveiro, em Ílhavo, onde os visitantes também podem visitar a bela praia da Barra ou alguns dos típicos cafés da zona costeira.

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R. Marques 

A História milenar de Aveiro




As primeiras referências a Aveiro remontam a 26 de Janeiro de 959, mais precisamente ao documento de concessão da Condessa Mumadona ao Mosteiro de Guimarães de terras “ A suis terras in Alauario et Salinas”, o mais antigo topónimo das terras aveirenses. No século XIII, Aveiro foi elevada a Vila principal, desenvolvendo-se o povoado à volta da Igreja devotada a São Miguel.
D. João I e D. Duarte contribuíram para o desenvolvimento da Vila, o pri
meiro mandando construir muralhas, enquanto o segundo concedeu à Vila uma Feira Franca chamada Feira de Março que chegou até aos nossos dias. Outra figura importantíssima na História da localidade foi a filha de D. Afonso V, a princesa Santa Joana, que seria beatificada após a morte , que se dedicou à vida religiosa, recolhendo-se ao Convento de Jesus em Aveiro, onde viria a falecer em 1490. 
O primeiro foral de Aveiro foi concedido por D. Manuel I em 1515 e foi elevada a cidade no reinado de D. José I, em 1759 . Aveiro foi palco das lutas liberais com destaque para figuras aveirenses como José Estevão, conhecido como o Demóstenes português, um grande tribuno e deputado cujos duelos de oratória, no Parlamento, contra Almeida Garrett , ficaram célebres na História política nacional. 
Aveiro também foi um importante centro dos movimentos políticos contra Salazar, além claro de um expoente da chamada Arte Nova, existindo vários edifícios deste estilo arquitectónico. Localidade milenar, com uma Arquitectura rica, uma Gastronomia famosa, designadamente a Doçaria, uma ligação única com a Ria que faz com que a comparem a Veneza, Aveiro parece mais nova do que nunca, porque é uma cidade que sabe reinventar-se, conjugando a modernidade e a tradição. 

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R. Marques

Sotaques entrevista Miguel Maat


  
Miguel Maat um músico que tem suscitado o interesse de Portugal, com presença em programas como “ O Portugal no Coração” da RTP e o seu talento para tocar instrumentos invulgares como o Didjeridoo australiano, concedeu uma entrevista ao Sotaques. Brevemente poderá lê-la e conhecer melhor este versátil e talentoso músico, que impressiona pela sua maturidade como cantor e instrumentista.


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R. Marques

“ Amor entre mulheres II”


         
Sotaques participou no  Evento “ Amor entre mulheres II”


O Sotaques Brasil/Portugal foi representado pelo seu membro, António Bernardini na mesa do  Evento de apresentação da obra  “ Amor entre mulheres II” da escritora Katherine Mateus,  que decorreu  na Casa Barbot, em Vila Nova de Gaia, no sábado, 8 de Dezembro,  pelas 15h00. António Bernardini destacou na sua intervenção a qualidade da Obra de Katherine Mateus e o prazer da nossa Revista Online  se associar a este Evento cultural.

Saudamos a nossa  Ritmos e Temas, organizador do Evento e divulgadora  da obra de Katherine Mateus, e a própria autora pela magnífica tarde cultural que passamos juntos, com um público atento e presente em apreciável número.


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R. Marques


Katherine Mateus, retrato de uma escritora apaixonada


Foto EntrevsitaEntrevistas com Sotaques: Katherine Mateus, retrato de uma escritora apaixonada

É um  jovens valores da Literatura portuguesa mas também  é, claramente, uma mulher apaixonada. Pela escrita, pelas pessoas, pela música, pela vida.
Acompanhe-nos nesta viagem, com Sotaques,  pelo universo de uma escritora que procura, antes de mais, a Liberdade como máxima para a  escrita e a existência.          
     
P - O que é diferencia " O amor entre mulheres"  de todas as outras relações?
R – Julgo que o amor é universal. O que quis mostrar nesta obra “ Amor entre mulheres II”  é que há duas fases na relação amorosa – uma primeira de paixão intensa e uma segunda em que o amor entra na rotina, começamos a notar os pequenos pormenores.
Interessa-me muito esse outro lado, mais cruel, do amor do qual evitamos falar.
P- O que é o amor para a Katherine Mateus  ?
R – O amor é um sentimento vital. Não é um mar de rosas nem um conto de fadas como muitas vezes se retrata, mas é algo que nos torna mais humanos.
Para mim,  quer na escrita, quer na vida, o amor é uma presença forte que sinto em tudo o que faço.
P- Da sua biografia ressalta o facto de ter nascido na Venezuela. Essa origem reflectiu-se a nível da sua escrita e filosofia de vida  ?
R – Talvez o facto de vir de um país com mais calor, com uma mentalidade mais aberta tenha influenciado a minha escrita. Acho que em Portugal ainda há uma sociedade muito estereotipada,  e os meus livros procuram mostrar os temas polémicos que ninguém quer abordar devido à moralidade vigente.
P - Mantêm ligações com a Venezuela ?
R – Sai da Venezuela quando ainda era criança, mas mantenho ligações familiares lá.
P- Como surgiu a escrita na sua vida ? Foi uma vocação ou uma descoberta tardia ?
R – Mais ou menos. Quando era criança gostava de ler histórias,  mas julgo que foi a partir da adolescência, com a leitura obrigatória dos Maias de Eça, que comecei a ficar encantada com as frases e a desejar, intimamente, escrever.
Mais tarde fui escrevendo e guardando o que escrevia na gaveta. Até que um dia decidi arriscar e mostrar os meus escritos.
P - Está a escrever algum livro novo ?
R – Sim. O tema que escolhi é o da violência doméstica que, infelizmente, só se fala uma vez por ano, muitas vezes quando já é muito tarde. Quero mostrar neste novo livro os dois lados – o do agressor e da vítima – e fazer despertar consciências para uma questão que tem de ser sempre debatida e confrontada.
P- O que é que a inspira para escrever ?
R – Inspira-me sobretudo o mal que há na sociedade. Olho à minha volta e sinto um grande mal estar em relação a determinados temas, e procuro abordá-los sem preconceitos, de um modo radical, que acho que é salutar.Escrever é uma forma de expressar essa reação perante situações com as quais não concordamos. 

P - Que escritores ou escritoras foram referências  para si ?
R- Antes de mais Júlio Dinis. Já li e reli várias vezes a “ Morgadinha dos Canaviais”, aliás,  vivo num local perto de onde ele se terá inspirado para escrever a Obra.  Admiro muito também  António Lobo Antunes, a forma de escrita tão especial, e igualmente o José Luís Peixoto.
P- O Sotaques valoriza a Língua e as suas diferenças. A Katherine sentiu muitas diferenças no seu Sotaque, pela influência da Venezuela,  quando veio viver para Portugal ?
R – Como referi numa resposta anterior, vim muito nova para Portugal por isso não senti tanto essa diferença no Sotaque.
P- Que Sotaques portugueses admira ?
R – Talvez por ser do Norte sempre me chamaram mais  a atenção os Sotaques do Norte – o Sotaque tripeiro, de Trás-Os-Montes e do Minho- embora também ache curiosos outros Sotaques como o Alentejano ou o Açoriano.
P- E Sotaques brasileiros ?
R – Adoro o Sotaque brasileiro. Parece-me tão musical, os brasileiros falam a cantar e adorava falar com Sotaque brasileiro.
P - O Brasil é um país onde gostaria de apresentar os seus Livros ?
R – Gostava imenso. Tenho família em Copacabana e,  além disso,  teria uma certa curiosidade como os brasileiros reagiriam à minha escrita e aos temas de que falo.
P - Fora da Literatura como é a  Katherine Mateus ? Que atividades desenvolve ?
R – Tenho uma ligação forte à música e a outras formas culturais. O ensino e a pedagogia são também atividades que me fascinam pela importância que a formação artística tem no desenvolvimento dos mais jovens.  
P- Como vê Portugal, atualmente,   na área cultural e literária ?
R – Estamos a atravessar um momento complicado. Para mim, o essencial é que perdemos as referências éticas e morais ao subordinar tudo à economia.
Não vivemos bem connosco próprios e temos de nos reencontrar. Nesse sentido, a Cultura desempenha um papel fundamental nessa busca interior de saídas para a crise. 
P- Uma escritora sonha com os seus livros ou só pensa neles quando os escreve ?
R – Já me aconteceu a meio da noite acordar e pensar numa frase, numa situação, num momento que ocorreu durante o dia, que achei que seria interessante aparecer num livro.
Quando escrevemos,  ficamos mais atentos ao que nos rodeia. A Literatura, no fundo, alimenta-se das nossas experiências pessoais.
 P- Que Livro ideal  gostava de escrever no Futuro ?
R – Não tenho propriamente um livro ideal em mente. Gostava de continuar a escrever,  e que cada vez mais  leitores se identificassem com os temas que abordo.
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R. Marques 

Dorival Caymmi: o Mestre da Música baiana


Dorival Caymmi

Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ivete Sangalo ou Daniela Mercury não existiriam sem Dorival Caymmi. Foi ele que marcou musicalmente o século XX,  e inspirou gerações de músicos baianos a desenvolver um som próprio e inconfundível.
Descendente de italianos, Dorival Caymmi nasceu em 1914 em São Salvador e passou por vários empregos muito jovem – jornalista e vendedor – até compor a sua primeira música “ No Sertão”, aos 22 anos venceu o Concurso de Sambas de Carnaval com o seu samba “ A Bahia também dá” .
Aos 23 anos muda-se para o Rio de Janeiro, onde cria e apresenta um dos grandes sucessos da sua vida” O que é que a Baiana tem”, que Carmen Miranda imortalizará numa canção que se tornou num Hino à Bahia e às mulheres baianas. A sua obra é uma permanente invocação das belezas da Bahia, do povo, dos pescadores, das paisagens, e inspirou muitos músicos brasileiros.
Tom Jobim dizia que Dorival Caymmi era um génio, criativo, intuitivo, único. Um Mestre da música baiana e brasileira, que recordamos com saudade.

Paulo César

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Um obra de arte em forma de Elevador


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Elevador Lacerda: Um obra de arte em forma de Elevador

É um dos ex-libris da Bahia. O Elevador Lacerda foi o primeiro elevador urbano do mundo e,  quando foi inaugurado, a 8 de Dezembro de 1873,  era o mais alto do mundo.
O seu nome é uma homenagem ao Engenheiro  baiano,  António Lacerda, que concebeu o Elevador Hidráulico da Conceição – assim se chamava o Elevador Lacerda- unindo as escarpas montanhosas numa solução elegante e diferente. Fazia-se a junção entre a parte baixa e alta de Salvador e articulava-se essa conexão com as linhas de Bonde.
A sua Arquitectura invulgar, de inspiração de Art Déco,  foi construída na década de 30. Desde 2006, o Elevador Lacerda faz parte do património Histórico e Artístico Nacional.

Paulo César

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Histórias com Sotaques


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História da Bahia


Foi à Bahia que chegaram as primeiras Caravelas portuguesas em 1500. Mais precisamente a 22 de Abril de 1500, a expedição enviada por D. Manuel I à Índia – embora haja investigadores que defendam que a ida ao Brasil foi intencional, e não acidental – aportou a um Monte chamado de Monte Pascoal, situado no Município de Itamaraju, no actual  Estado da Bahia, e a 24 de Abril chegaram a terras  que denominaram Porto Seguro.
Em 1501, o navegante florentino Américo Vespúcio que servia a Coroa portuguesa, baptizou a Bahia de Todos-os-Santos, uma reentrância litoral de grande dimensão que se tornaria na capital do futuro Estado. Foi nas margens desse imenso Litoral que a povoação local se fixou, estabelecendo em 1549 o Governo-Geral chefiado pelo fidalgo português Tomé de Sousa, a mando do rei D. João III.
Tomé de Sousa fundou Salvador que foi, durante anos, a maior cidade das Américas. A partir de 1571, Salvador e o Rio de Janeiro passam a ser as duas Capitais do Governo colonial, mas em 1581 e até 1763, Salvador volta a ser a única capital até ao reinado de D. José,  quando o todo poderoso Ministro Marquês de Pombal decide que o Rio de Janeiro passe a ser a capital.
A Bahia também é pioneira na sublevação contra a colonização portuguesa. Foi neste Estado que eclodiram movimentos como a Conjuração Baiana, liderada por negros, e teve um papel crucial nas lutas pela independência do Brasil em 1821 e 1822.
O feriado nacional da Bahia celebra-se no dia 2 de Julho de 1823, dia em que foram vencidas, definitivamente, as forças portuguesas. É o dia independência da Bahia, símbolo da liberdade e da emancipação de todos os baianos.
R. Marques
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Sotaques do mês: Aveiro e Bahia


Aveiro e Bahia
Neste mês de Dezembro,  destacamos os Sotaques de Aveiro e Bahia. Duas Regiões ricas em História, Gastronomia, Cultura e  Personalidades singulares que vamos conhecer melhor ao longo deste mês.
Não perca o(s) Sotaque(s) deste mês,  porque não vão faltar novidades que o vão surpreender  !!!!

R. Marques
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Óscar Niemeyer -15 de Dezembro de 1907- 5 de Dezembro de 2012


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Epitáfio para um Imortal

Com a fina mão desenharás no Paraíso
esse mesmo que sonhaste nas ruas curvas e elegantes de Brasília
esse que sempre tiveste presente no teu olhar de menino
que iluminava as cidades como ninguém
Ousaste inventar uma Arquitectura que não existia
Construís-te uma casa que os homens que não possuíam
Fizeste dos Projectos uma Obra de Poesia
Deixa-me ler-te este epitáfio para um Imortal,
Niemeyer,
e lembra-te de nós,
Enquanto desenhas nos Jardins de Adão e Eva,
A Arquitectura de Deus

R. Marques

“ Jonas vai morrer” de Edson Athayde


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Livros com Sotaques: “ Jonas vai morrer” de Edson Athayde

O nosso  Livro com Sotaques desta semana  é a obra de Edson Athayde “ Jonas vai  morrer”. Uma obra escrita no âmbito de uma residência artística em Guimarães Capital Europeia da Cultura  deste criativo e publicitário brasileiro, com uma carreira de sucesso em Portugal e Brasil, e uma ligação muito forte ao nosso país.

Guimarães é precisamente o palco onde se desenrola a acção da narrativa. Pedro  nasce e vive em Guimarães e sofre de um problema de falta de memória, sendo confrontado com a descoberta de uma obra escrita sobre  uma personagem  chamada Jonas.

A única informação que possuímos é  que Jonas irá morrer e vamos assistindo à investigação quase  policial  de Pedro sobre esta invulgar personagem, sobre o misterioso narrador do livro, ao mesmo tempo que assistimos a uma reflexão de Pedro sobre si próprio. É um livro com Sotaques cuja leitura recomendamos.

R. Marques
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Restauração da Independência


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1 de Dezembro dia da Restauração da Independência

A Restauração da Independência é a designação dada à revolta dos portugueses, iniciada em 1 de Dezembro de 1640, chefiados por um grupo designado de Os Quarenta Conjurados e que se alastrou
 por todo o país, contra a tentativa da anulação da independência do Reino de Portugal pela governação da Dinastia filipina, e que vem a culminar com a instauração da 4.a Dinastia Portuguesa que parte da casa de Bragança. É comemorada anualmente em Portugal por um feriado no dia 1 de Dezembro. É considerado o dia da Independência.

Fonte. Wikipedia

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Entrevistas com Sotaques


Sotaques entrevista escritora Katherine Mateus

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O Sotaques entrevistou a escritora Katherine Mateus, que publicou recentemente a sua obra “ Amor entre mulheres II”. Não perca, na próxima semana, esta entrevista com Sotaques, com uma autora que vai dar muito que falar no panorama literário nacional.

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Cristiano Ronaldo




Notícias com Sotaques
Cristiano Ronaldo é um dos finalistas à Bola de Ouro 2012.
O futebolista português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, está entre os três finalistas da Bola de Ouro FIFA de 2012.

Eventos com Sotaques



Hoje às 21h30 na Cadeira de Van Gogh no Porto, Apresentação do Livro " O céu sobre Berlim" do escritor brasileiro Danyel Guerra.
O público assistirá à projeção do filme " As asas do desejo", de 1987, realizado por Wim Wenders, cujo título inspirou o livro.
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O Mar de Rodrigo Leão inundou o Coliseu do Porto


Entramos num Concerto de Rodrigo Leão como crianças encantadas. Ouvimos os sons perfeitos que se propagam na sala, como se voltássemos a brincar no Parque, imunes a qualquer ruído supérfluo, a qualquer maldade, envolvendo-nos num Mar de música que nos acaricia os rostos e nos faz sentir humanos, abençoadamente humanos. Ontem no Coliseu do Porto, esse Mar veio até nós com uma intensidade brilhante, autêntica, natural. Fosse através da sofisticada orquestra que o acompanhava, de uma perfeição melódica sobrenatural, do acordeão que dançava à nossa frente ou dos violinos que nos faziam chorar ou rir intimamente, fosse pelos extraordinários convidados – Beth Gibbons, Neil Hannon ou Scott Matthews – cujas vozes ecoavam como um canto doce e infinito, vindo sabe-se lá de que Paraíso perdido.
Rodrigo Leão, a cada Disco, a cada Concerto, a cada música, a cada som que toca, mostra possuir o elixir da criatividade eterna. Tudo nele cresce, se reproduz e melhora – nada morre, nada se esgota, nada se banaliza.
Ontem fomos crianças. Levadas pela sábia mão deste espantoso artista que é Rodrigo Leão, em direcção ao Mar que nunca acaba, o Mar da grande Música !!!!

R. Marques

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1º Aniversário do Fado Património Imaterial da Humanidade


Há um ano atrás, o Sotaques envolveu-se numa causa nobre e necessária - a consagração do Fado como Património Imaterial da Humanidade, que acabou por se materializar. Uma atribuição justíssima se tivermos em conta a riqueza musical, cultural, antropológica que possui a canção nacional portuguesa. Imortalizada por nomes míticos como Amália, Alfredo Marceneiro, Mariza, Carlos do Carmo ou Camané, entre tantos outros, o Fado soube reinventar-se. Seja por uma via mais tradicional, seja pela mistura com outros géneros, o Fado conquistou o mundo e é hoje alvo de uma admiração sem fronteiras.
Por este Património imaterial do ser português no mundo, vale a pena celebrar. Viva o Fado, Património imaterial da nossa Cultura e Identidade !!!

João Portugal

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Valter Hugo Mãe vence o Prémio Portugal Telecom 2012



O escritor português, Valter Hugo Mãe foi o vencedor, na categoria de Romance, do Grande Prémio Portugal Telecom de Língua portuguesa 2012. O galardão foi-lhe entregue, esta segunda-feira, numa cerimónia que se realizou no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, pelo Presidente da PT Brasil, Abílio Martins, consagrando a sua obra “ A Máquina de fazer espanhóis”.Na categoria de contos venceu Dalton Trevisan com o livro de Contos “ O Anão e a Ninfeta” e o poeta Nuno Ramos, que triunfou na poesia, com a obra “ Juntos”, completaram o lote de premiados. Ao autor, um dos grandes valores da Literatura em Língua portuguesa, o Sotaques Brasil/Portugal dá os parabéns por mais este prémio e por promover a Literatura Portuguesa em todos os países que falam português.

R. Marques

Glauber Rocha: o Génio da Bahia que iluminava o povo


           
                        
A Bahia é uma terra de revolucionários. Revolucionários na música – Caetano ou Maria Bethânia – revolucionários na Literatura – Jorge Amado – e  revolucionários no cinema – e, nesse caso, o nome de Glauber Rocha é obrigatório.
Glauber da Rocha nasceu em 1939 em Vitória da Conquista, numa família com fortes convicções religiosas e ligações à Igreja Presbiteriana. Com a mudança dos pais para Salvador da Bahia, o jovem Glauber começa a interessar-se pelas artes performativas e pelo cinema,  enquanto frequenta o Colégio 2 de Junho.   
Ingressa, mais tarde, na Faculdade de Direito da Bahia, período no qual realiza filmagens para o seu primeiro filme – a curta metragem  “  Pátio” – em 1959. Abandona, porém, o Curso e dedica-se ao Jornalismo e à realização  dos seus primeiros filmes.
É na década de 60,  que a estética muito própria de Glauber se materializa em filmes como “ Barlavento”,” O Deus e o Diabo na Terra do Sol”,  “Terra em Transe” ou o “ O  Dragão da maldade contra o Santo guerreiro” entre outras longa-metragens  e documentários. Estes três últimos, sublinhe-se, foram premiados em três anos sucessivos em Cannes, o que mostra bem o reconhecimento internacional que teve o cinema de Glauber.
Os traços essenciais dos seus filmes passam pela denúncia das injustiças sociais e políticas, pela valorização do povo como entidade viva, concreta, real, e pelo poder da metáfora, da imagem para simbolizar aquilo que escapa ao nosso entendimento mundano. Glauber Rocha é o pai do cinema novo, de um cinema que se impregna da realidade e que toma partido – não é, por acaso, que o cineasta baiano viverá muitos anos no exílio, hostilizado pela Ditadura militar.
À imagem de Jorge Amado, na Literatura, o cinema de Glauber resgata a dignidade do povo dos lugares comuns. O seu génio está na iluminação desse povo que vive na penumbra da História, mas que ele procura reabilitar e colocar no centro dos acontecimentos, fazendo dessa tarefa uma obrigação ética e estética.
Com a sua morte, aos 42 anos, em 1981, Glauber transformou-se num ícone cultural. Para além das modas, ele é um dos rostos da criatividade brasileira e a maior referência do cinema brasileiro.
Ninguém filmou o Brasil e a Bahia como ele o fez. Com amor e espírito crítico, iluminando a nossa visão para sempre.

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R. Marques

Rodrigo Leão no Coliseu do Porto


                    
Rodrigo Leão, um dos mais conceituados músicos portugueses, vai estar hoje às 21h00, no Coliseu do Porto,  para um novo Concerto. Como convidados especiais, poderemos ouvir   nomes tão sonantes do universo musical como a vocalista dos Portishead Beth Gibbons, Neil Hannon ou Scott Mathews.
Mais uma oportunidade única para rever um artista único, que tem conseguido reinventar-se, ao longo da sua carreira musical,  e criar um som cheio de beleza, identidade e força. O Sotaques vai estar lá e partilhar com os seus leitores, em Portugal, no Brasil e em todos os países que falam português, as impressões de um momento que, estamos certos, celebrará a magia da música como é raro ver na atualidade. 

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R. Marques

Efemérides com Sotaques: aniversário de Eça de Queiroz


                    
           
      
Foi há 167 anos que o grande Eça de Queiroz, um dos maiores romancistas portugueses, nasceu na Póvoa do Varzim a 25 de Novembro de 1845. Era filho de Carolina Augusta Pereira D’Eça, natural de Monção e  do Juiz José Maria Teixeira de Queiroz, nascido no Rio de Janeiro e que se tornaria amigo do outro grande vulto do Romance português do século XIX, Camilo Castelo Branco,  e protagonista no célebre processo judicial que este sofreu.
O facto de Eça  ter sido registado como filho de mãe incógnita deve-se, segundo alguns especialistas, a que quando ele nasceu os pais ainda não estarem casados por falta do consentimento da família de Carolina. Só aos 4 anos de vida de Eça é que os pais se casariam.
Foi entregue aos cuidados de uma ama até que se mudou para  a Casa do Vermelhido em Aradas, Aveiro, onde vivia a sua avô paterna. Posteriormente foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, e aos dezasseis anos vai estudar Direito para a Universidade de Coimbra.
Em Coimbra para além do Curso, torna-se amigo de Antero de Quental, “Santo Antero” como ele o descreverá num livro de memória do grande poeta açoriano. Paralelamente começa a colaborar na Revista Gazeta de Portugal, coletânea de textos que seriam publicados, postumamente, com o título de Prosas Bárbaras.
Concluído o Curso, passa a viver em Lisboa onde exerce a advocacia e o jornalismo. No seguimento de uma viagem ao Oriente, na companhia do Conde de Resende, irmão de Emília de Resende que se tornaria sua esposa, tira notas que depois utiliza para escrever as obras “ A Relíquia” e “ O mistério da Estrada de Sintra”.
Em 1871,  participa junto com os seus amigos Oliveira Martins e  Antero de Quental, entre outros, nas célebres Conferências do Casino em Lisboa. Numa série de Conferências procuram-se traçar novos caminhos para Portugal, nas mais variadas áreas, combatendo o marasmo que sofria o país.
A partir da década de 70 do século XIX, desabrocha todo o talento literário de Eça, com obras como “ O Crime do padre Amaro” – escrita em 1875, quando foi nomeado Administrador de Leiria -  e, claro está, a obra-prima “ Os Maias”,  em 1888. Inicia igualmente a sua carreira diplomática, com passagens como Cônsul por Cuba, Inglaterra ou França.
O último livro escrito e publicado, em vida, de Eça foi “ A ilustre Casa de Ramirez”, uma reflexão amarga sobre os problemas de linhagem de um nobre do século XIX. São muitas as obras de Eça que foram publicadas após a sua morte: entre outras podemos assinalar  “ Correspondência de Fradique Mendes”, “ A cidade e as serras” ou “ A Capital”.
Eça morre em 16 de Agosto de 1900 em  Neully-Sur-Seine, perto de Paris, localidade que o homenageou com uma Estátua. Regressado a Portugal teve um funeral de Estado, sendo sepultado em Santa Cruz do Douro.
Dele ficou-nos o estilo inconfundível, o português elegantemente sarcástico e uma visão profundamente irónica do país. Celebremos Eça de Queiroz, um imortal das letras em Língua Portuguesa.

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R. Marques

Raul Proença: o Príncipe dos Jornalistas que amava Portugal


        
Das Beiras não só é natural Aquilino Ribeiro, mas outra grande figura da Cultura portuguesa do século XX, integrante como o romancista de Sernancelhe do mítico grupo da Biblioteca, Raul Sangreman Proença. Este príncipe do Jornalismo e  da polémica, amante da filosofia e autor do magnífico “ Guia de Portugal”, viagem à História e Geografia das terras portuguesas, nasceu em 1884  nas Caldas da Rainha.
Formado no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, afirmou-se nas primeiras duas décadas da jovem República como uma voz forte e contundente na defesa dos valores republicanos e socialistas, nomeadamente em Revistas e Jornais como a “ Alma Nacional” ou “ A Águia”. Ao lado de outras figuras proeminentes da elite intelectual republicana  como Aquilino, Jaime Cortesão, António Sérgio ou Leonardo Coimbra, Proença defendia um idealismo realista, que concretizasse os ideais republicanos e conduzisse o país a um caminho de progresso económico e cultural.
Não é de estranhar, pois, que fizesse parte do movimento da Renascença Portuguesa ou da Seara Nova, junto com o seu grande amigo António Sérgio, e que integrasse o já mencionado Grupo da Biblioteca. Na Biblioteca Nacional foi Chefe dos Serviços Técnicos, em coordenação com o Diretor da Instituição, Jaime Cortesão, modernizando os métodos de catalogação e organização documental.
A queda da segunda República e a ascensão do regime militar, embrião do Estado Novo, levou-o ao exílio, terrível destino para toda esta extraordinária Geração. Após passagem por Madrid vai para Paris, onde vive em condições muito precárias.
Regressa muito doente a Portugal em 1932, internando-se no Hospital Conde Ferreira, no Porto. Morre, nesse estabelecimento, em 1941  de febre tifóide.
De todas as obras que nos deixou Raul Proença, a mais emblemática é certamente o “ Guia de Portugal”, cuja primeira edição saiu em 1924 sob a tutela da Biblioteca Nacional. Uma extraordinariamente bem documentada descrição das terras da Nação Portuguesa, da sua História e Geografia, organizada e coordenada por Proença, com a participação de grandes vultos da nossa Literatura, Geografia  e Artes plásticas como Aquilino Ribeiro, Jaime Cortesão, António Sérgio, Raul Lino, Orlando Ribeiro.
Florbela Espanca, que o conheceu, dedicou-lhe um belo e certeiro poema “ Le Prince Charmant”. Porque ele era, verdadeiramente, um Príncipe dos jornalistas, das letras, do pensamento português.

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R. Marques

Jorge Amado: o menino que sonhou o Brasil


                              
                     
Como uma das suas personagens mais vivas, a Gabriela que cheirava  a Cravo e Canela, Jorge Amado reinventou o Brasil, captando-lhe as nuances, as cores, os odores. O Brasil da Baía, mulato, negro, rico ou pobre, o Brasil da mistura, do café com leite cuja identidade se multiplica até ao infinito.
Nascido em Itabuna, no Sul da Baía, em 1912, Jorge Amado foi viver com a família para  Ilhéus. A infância, essa idade dourada para a imaginação e a literatura, alimentou-se desse espaço paradisíaco, capital do cacau e  de um Litoral exuberante, que beijava o Mar e preenchia os sonhos do jovem escritor.
A ida para a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, na década de 30, estimulou o seu  ativismo político. É nessa altura que começa a ligação ao partido comunista, tão brilhantemente sintetizada na extraordinária Trilogia” Os subterrâneos da liberdade”, denunciando a brutalidade do Regime de Getúlio Vargas.
Em vez de enveredar pela carreira jurídica, Jorge Amado trabalhou como jornalista. O que não estranha pois o seu primeiro trabalho tinha sido, aos 14 anos,  como repórter policial no Diário da Baía e, posteriormente, noutro jornal baiano “ O Imparcial”.
Os temas do romancista foram um prolongamento dos trabalhos como jornalista: aos 18 anos, em 1930,  vê publicado o seu primeiro livro “ O país do Cacau” e em 1933 sai “ Cacau”, ambos um retrato crítico  dos poderes instalados dos coronéis e da  desigualdade sociais e económicas entre classes sociais. Paralelamente ao seu percurso como romancista e jornalista, também foi deputado federal , em 1945, pelo partido comunista brasileiro, sendo o autor da emenda que garantia a liberdade religiosa.
Esta intensa militância política e literária,  não era bem vista pelos sucessivos Governos que tinham simpatias fascistas – nomeadamente o Estado Novo de Getúlio Vargas. E, Jorge Amado,  sofreu vários exilíos na década de 40 e 50, na Argentina e Uruguai,  e na Europa, em Paris e Praga.
Jorge Amado é um dos mais profícuos escritores brasileiros: no total escreveu 49 livros e viu a sua obra editada em 55 países. Venceu os maiores prémios literários em Língua portuguesa – entre os quais o  prémio Camões em 1995 ou o prémio Jabuti em  1955 e 1959.
Mas será para  sempre recordado pelos filhos que criou, as suas personagens, algumas imortalizadas na Televisão. Como Gabriela de “Gabriela  Cravo e Canela”, Dona Flor e Vadinho de “Dona Flor e os seus maridos” ou Pedro Bala e o Professor em “ Capitães de Areia”.
 Um escritor com profundas ligações a Portugal – não só era amigo pessoal de José Saramago, Urbano Tavares Rodrigues  e Mário Soares – como era visita constante da pastelaria Natário, em Viana do Castelo. Foi uma inspiração para muitos escritores portugueses, pela sua escrita forte e sensual, estética e ética.
Deixou-nos em 2001,  com o seu imenso olhar nostálgico de menino de Ilhéus. O menino que sonhou o Brasil !!!

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R. Marques

Aquilino Ribeiro: um mestre da Língua Portuguesa

                         
Sempre que se fala nas referências, no século XX, da arte de escrever bem em português aparece, invariavelmente, o nome de Aquilino Ribeiro. Mestre Aquilino, uma referência para a Geração de escritores da segunda metade do século, entre os quais avultam Vergílio Ferreira, José Saramago, António Lobo Antunes ou José Cardoso Pires.
Ler Aquilino é um deleite: obras como “ A ilustre Casa de Romarigães”, “ Volfrâmio”, “ Terras do Demo”, “ O Malhadinhas” ou “ Quando os Lobos uivam” conduzem o leitor, como uma criança encantada, pelo bosque da ficção, através de um vocabulário riquíssimo que o desafia permanentemente. Além dos romances, não podemos esquecer o extraordinário autor de livros infantis como “ O romance da Raposa” ou “ O livro da Marianinha”,  ou o fulgurante biógrafo de Camilo,  por via do “ Romance de Camilo”, publicado em três volumes.
A vida de Aquilino  é tão extraordinária como a sua obra ficcional: este ilustre beirão, nascido no Carregal, no Concelho de   Sernancelhe, Distrito de Viseu,  em 1885, estudou para ser padre, no Seminário de Beja, mas desistiu do Curso, mudando-se para Lisboa em 1903. Na capital, colabora com o Jornal republicano “ A vanguarda”, escrevendo o seu primeiro romance “ A filha do Jardineiro”, em parceria com José Ferreira da Silva, em 1907, uma  exaltação  dos valores republicanos contra os poderes monárquicos instituídos.
Nesse mesmo ano entra no Maçonaria, passando a ser irmão no Grande Oriente Lusitano e é preso, por suspeita de pertença aos movimentos anarquistas que conspiravam para matar o rei – no seu quarto morre um membro da carbonária numa explosão. Feito prisioneiro, evade-se e foge para a Alemanha onde estuda letras na Faculdade da Sorbone e se casa com a alemã Grete Tiedman.
Regressa a Portugal, após a primeira guerra mundial, iniciando uma vida de professor no Liceu Camões e, a partir de 1919, integra o extraordinário grupo da Biblioteca, composto por Jaime Cortesão, Raul Proença ou António Sérgio. Esse grupo que trabalha em conjunto, na Biblioteca Nacional, sob a direção de Jaime Cortesão,  revoluciona a Instituição e afirma-se como uma referência intelectual nas duas primeiras décadas do século XX.
A República portuguesa cai, em 1927, e instala-se no país a Ditadura militar que será o embrião do Estado Novo de Salazar – que é convidado para Ministro das Finanças do General Mendes Cabeçadas -  e o grupo da Biblioteca vê-se empurrado para fora de Portugal e da Biblioteca Nacional. As restantes décadas são marcadas pela itinerância – vive em Paris, na Galiza, é homenageado em 1952 pela Academia das Letras do Brasil.
Desde a década de 30 até à sua morte em 1963, vive em Portugal. Nunca deixa de escrever e de manifestar o seu repúdio pelo Estado Novo, integrando em 1958 a candidatura de Humberto Delgado à presidência da República.
Em 1960 é proposto para o prémio Nobel da Literatura. Um prémio, sublinhe-se, que seria justíssimo para alguém que fez da Literatura Portuguesa uma obra de arte, influenciando gerações sucessivas.

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R. Marques

E Deus criou Salvador da Bahia …


Cidades com Sotaques  Bahia 

Deus está em todo o lado nesse milagre cultural e religioso que é Salvador da Bahia. Uma cidade pintada com todas as cores, todas as raças, todas crenças – aqui convivem o candomblé e o catolicismo em perfeita harmonia - todos os Continentes que a ela aportaram, tornando-a num viveiro humano,  representação  desse sincretismo excepcional   que tornou  o Brasil num país único e irrepetível.
A cidade de Salvador da Bahia foi fundada a mando de D. João II, através da atribuição, em 1536, de uma capitania hereditária a Francisco Pereira Coutinho. Mas passaria mais de uma década, mais concretamente no dia 29 de Março de 1549, para que chegasse de Portugal uma comitiva naval, capitaneada por Tomé de Sousa e constituída por seis embarcações, três naus, duas Caravelas e um Bergantim, com a missão de fundar uma cidade-fortaleza chamada São Salvador.
São Salvador foi capital e sede da Administração colonial do Brasil até 1763. Mas foi também epicentro de movimentos intelectuais como a Revolta dos Alfaiates em 1793 ou de importantes revoltas de escravos como a Revolta dos Malês em 1835.
A área metropolitana da Bahia é mais rica do Nordeste do Brasil e a região é conhecida pela sua imensa riqueza patrimonial e histórica – o Centro Histórico da cidade de Salvador é património mundial da UNESCO, pela sua gastronomia e pelas múltiplas religiões que coexistem no seu interior. A Bahia é conhecida, igualmente, como o centro da cultura afro-brasileira, com a maioria da população a ser composta por negros e mestiços.
Basta ler dois clássicos da Literatura baiana e brasileira, Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro, para vislumbrar o maior património dos baianos. Uma cultura plural, rica em personalidades diversas, que se confunde com a alma mais profunda do próprio Brasil.
R. Marques

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Cidades com Sotaques: Aveiro, a Veneza de Portugal


                                     


Muitas vezes comparada à cidade italiana de Veneza, Aveiro ganha na comparação se valorizarmos a organização urbana, a limpeza das ruas, a coabitação equilibrada  entre o moderno e o antigo. Jóia da Arte Moderna, com vários Edifícios perfeitamente conservados, esta cidade da Beira Litoral portuguesa é famosa igualmente pelos moliceiros que divagam pelas águas serenas dos canais da sua Ria  e pelos irresistíveis ovos moles.
Elevada a cidade pelo Rei D. José I, em 1759, Aveiro começou por designar-se Nova Bragança, passando a ter a denominação  atual no reinado de D. Maria I em 1777. Além de vários Edifícios da chamada Arte Nova – estilo arquitetónico que vigorou entre os séculos XIX e XX, Aveiro é uma terra ligada a grandes figuras da História portuguesa como os políticos José Estevão de Magalhães, intelectuais como Jaime Magalhães Lima ou o Jornalista Fernando Pessa, todos nasceram neste Distrito, enquanto Eça de Queiroz viveu na cidade durante um período.
Vamos descobrir, ao longo destas semanas, a beleza de Aveiro. Acompanhe-nos nesta viagem por uma cidade única, cheia de encantos !!!

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R. Marques

Homenagem Sotaques aos 90 anos do Nascimento de José Saramago



                               
        José Saramago: o homem que venceu todas as convenções 

Nada era suposto acontecer assim na vida de José Saramago: nascido numa humilde família de camponeses a 16 de Novembro de 1922, na Azinheira, no Alentejo profundo, sem uma educação académica convencional, dedicou-se durante anos a várias atividades como serralheiro, desenhador, funcionário, tradutor, editor jornalista. Em 1947,  publica-se  o seu primeiro romance “ Terra de pecado”, sem grande sucesso, sublinhe-se, e só volta a escrever um livro de poemas em 1966 “ Os poemas possíveis”,  conseguindo  um maior reconhecimento  com os romances  “ Levantado do Chão”, em 1977,  e “ Manual de Caligrafia” em 1980.
Os anos 80,  assinalam a sua ascensão fulgurante como príncipe das letras nacionais com títulos tão excecionais como “ Memorial do Convento”, “ O ano da Morte de Ricardo Reis”, “ A Jangada de Pedra” ou “ A História do cerco de Lisboa”. Obras que mostram um autor que cultiva as raízes da cultura e da História de Portugal, com justiça, sem nunca cair no elogio fácil, mantendo um juízo crítico a toda a prova.
A década de 90 caracteriza-se por livros mais simbólicos, cheios de parábolas sobre o homem e a sua ação na Terra. O assombroso “  Ensaio sobre a Cegueira”, que é uma descida aos abismos da alma humana, após um cataclismo que deixou cegos quase todos os homens,   “ A Caverna”, “ A Viagem do Elefante” ou o derradeiro “ Caim”, são viagens metafísicas em que a humanidade se contempla e reflete sobre o seu destino.
Vencedor do Prémio Camões em 1995 e do Prémio Nobel em 1998, ficaram célebres  as  suas  palavras  na cerimónia de entrega do máximo galardão literário mundial. Disse o eternamente insubmisso José Saramago, em Estocolmo, que o homem tem mais facilidade em chegar à Lua ou explorar o espaço do que em ajudar o seu semelhante.  
Contra todas as convenções – sociais, políticas, culturais- contra todos os poderes, José Saramago   é  um exemplo cívico para todas as Gerações. É um exemplo cívico cuja memória se perpetuará, apesar da morte em 2010,  ao lado de outros grandes vultos literários e de cidadania ativa  como Camões, Fernando Pessoa ou Sophia de Mello Breyner.

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R. Marques