Dilma Roussef e Isabel Moreira: a política de convicções fortes no feminino
Dilma Roussef
é a atual Presidente do Brasil e Isabel Moreira uma das deputadas mais
brilhantes da nova Geração portuguesa. São duas personalidades que não deixam
ninguém indiferente pela sua capacidade de reivindicação e de afirmação num
mundo político ainda demasiado masculinizado.
Dilma Vana
Roussef nasceu em Belo Horizonte em 14 de Dezembro de 1947. Oriunda de uma
família da classe média, ainda jovem
aderiu aos movimentos socialistas como o Comando de libertação nacional
e a Vanguarda revolucionária palmares e combateu, ativamente, a Ditadura
militar que se tinha instalado no poder após o golpe militar de 1964 – esteve
presa durante três anos, e terá sido torturada pela Polícia militar.
Economista de
formação trilhou um percurso profissional ascendente na política estadual no
Rio Grande do Sul: desempenhou o cargo de Secretária municipal da Fazenda, no
Município de Porto Alegre, entre 1985 e
1988, foi Presidente da Fundação de Economia e Estatística de 1991 a 1993 e foi
Secretária estadual de Minas e Energia entre 1999 e 2002.
Filiada no
Partido dos trabalhadores em 2001, fez parque da equipa que elaborou em 2002 o
plano energético do Governo de Lula da Silva. Foi ministra das Minas e Energia
no Governo Lula e em 2005 foi nomeada ministra chefe da Casa Civil.
Com o
abandono de Lula do palco político, foi a candidata do PT à presidência da
República sendo eleita a 1 de Janeiro de 2011. Tem pautado o seu mandato pela
continuação das políticas de Lula e pela afirmação do Brasil no mundo: em 2011,
a revista Time incluiu-a na listas das 100 pessoas mais poderosas do Planeta.
Atualmente
deputada do Partido socialista português, Isabel Moreira partilha valores como
a persistência e a luta pelos seus ideiais com a atual Presidente do Brasil. Deputada
independente pelo PS desde o início da Legislatura – há seis meses – tem sido
um dos rostos que tem dado a cara por temas fracturantes como a Eutanásia ou o
casamento de pessoas do mesmo sexo.
A
Constituição portuguesa marca simbolicamente a sua vida: nasceu no dia em que
foi aprovada a Constituição democrática em 1975, é mestre em Direito pela
Universidade de Lisboa e especialista em
Direito Constitucional. Além de jurista de reconhecidos méritos, é escritora e
autora de dois livros “ Pessoas” e “Uma palavra não basta”.
Isabel
Moreira é filha de Adriano Moreira, antigo ministro do Ultramar de Salazar,
fundador do CDS, líder do partido no início da Democracia e que foi
considerado, recentemente, a personalidade lusófona do ano. Sempre cultivou uma
relação de abertura de opiniões com o pai e sente que a sua influência foi
positiva dada a liberdade que teve para tomar as suas opções ideológicas.
Eis em traços
largos, os retratos de duas mulheres que, em Portugal e no Brasil, rasgam as
fronteiras dos preconceitos e trilham um caminho de afirmação num universo
político que precisa não só de mais mulheres, mas de mulheres que façam a
diferença como é o caso de ambas.
Autor: Rui Marques