Semana das Mulheres com Sotaques - Política


Dilma Roussef e Isabel Moreira: a política de convicções fortes no feminino

Dilma Roussef é a atual Presidente do Brasil e Isabel Moreira uma das deputadas mais brilhantes da nova Geração portuguesa. São duas personalidades que não deixam ninguém indiferente pela sua capacidade de reivindicação e de afirmação num mundo político ainda demasiado masculinizado. 
Dilma Vana Roussef nasceu em Belo Horizonte em 14 de Dezembro de 1947. Oriunda de uma família da classe média, ainda jovem   aderiu aos movimentos socialistas como o Comando de libertação nacional e a Vanguarda revolucionária palmares e combateu, ativamente, a Ditadura militar que se tinha instalado no poder após o golpe militar de 1964 – esteve presa durante três anos, e terá sido torturada pela Polícia militar.
Economista de formação trilhou um percurso profissional ascendente na política estadual no Rio Grande do Sul: desempenhou o cargo de Secretária municipal da Fazenda, no Município de  Porto Alegre, entre 1985 e 1988, foi Presidente da Fundação de Economia e Estatística de 1991 a 1993 e foi Secretária estadual de Minas e Energia entre 1999 e 2002.
Filiada no Partido dos trabalhadores em 2001, fez parque da equipa que elaborou em 2002 o plano energético do Governo de Lula da Silva. Foi ministra das Minas e Energia no Governo Lula e em 2005 foi nomeada ministra chefe da Casa Civil.
Com o abandono de Lula do palco político, foi a candidata do PT à presidência da República sendo eleita a 1 de Janeiro de 2011. Tem pautado o seu mandato pela continuação das políticas de Lula e pela afirmação do Brasil no mundo: em 2011, a revista Time incluiu-a na listas das 100 pessoas mais poderosas do Planeta. 
Atualmente deputada do Partido socialista português, Isabel Moreira partilha valores como a persistência e a luta pelos seus ideiais com a atual Presidente do Brasil. Deputada independente pelo PS desde o início da Legislatura – há seis meses – tem sido um dos rostos que tem dado a cara por temas fracturantes como a Eutanásia ou o casamento de pessoas do mesmo sexo.
A Constituição portuguesa marca simbolicamente a sua vida: nasceu no dia em que foi aprovada a Constituição democrática em 1975, é mestre em Direito pela Universidade de Lisboa e  especialista em Direito Constitucional. Além de jurista de reconhecidos méritos, é escritora e autora de dois livros “ Pessoas” e “Uma palavra não basta”.
Isabel Moreira é filha de Adriano Moreira, antigo ministro do Ultramar de Salazar, fundador do CDS, líder do partido no início da Democracia e que foi considerado, recentemente, a personalidade lusófona do ano. Sempre cultivou uma relação de abertura de opiniões com o pai e sente que a sua influência foi positiva dada a liberdade que teve para tomar as suas opções ideológicas.
Eis em traços largos, os retratos de duas mulheres que, em Portugal e no Brasil, rasgam as fronteiras dos preconceitos e trilham um caminho de afirmação num universo político que precisa não só de mais mulheres, mas de mulheres que façam a diferença como é o caso de ambas.
 Autor: Rui Marques

Semana das Mulheres com Sotaques - Moda


Fátima Lopes e Daniela Helayel: o estilo refinado das mulheres com Sotaques
Nascida no Funchal em 1965, Fátima Lopes desde a adolescência  que mostrou apetência pela moda, criando  os seus próprios vestidos. Essa criatividade aliada ao gosto pelas línguas – foi guia turística numa agência turística da Ilha- traçou-lhe o destino e levou-a a imigrar para Lisboa na década de 90.
Começou por vender roupa de estilistas estrangeiros na Loja Versus, que abriu com uma amiga e que, em 1992, passou a chamar-se Fátima Lopes, com um grande sucesso junto do público. Em 1994 participou pela primeira vez no Salão de moda feminina  de Paris e  em 1996 abriu a sua primeira Loja internacional nesta cidade.
Participa no ano de 1999 de novo no Salão de Paris, onde causa sensação ao desfilar com um biquíni de ouro e diamantes avaliado num milhão de dólares. Em 2003 abre a sua primeira Loja nos Estados Unidos, em Los Angeles.
A estilista brasileira Daniela Helayel  veste as celebridades  internacionais. Madonna  Kate Moss ou  Scarlett Johanson já se renderam aos vestidos elegantes e sofisticados da sua marca Issa.
O percurso desta estilista fluminense de 35 anos está ligado a Londres: é lá que vive e trabalha  foi lá que conseguiu que Madonna e Kate Moss se interessassem pelas suas roupas, vestindo igualmente a princesa Kate Midletton. À rainha da pop que reside também nesta cidade,  enviou  um bilhete e dois vestidos, falou com ela e tornou-se uma das estilistas a quem recorre todas as temporadas.
Fátima Lopes e Daniela Helayel representam o estilo ousado das mulher com Sotaques. Vivo, irreverente, personalizado.
Autor: Rui Marques

Semana das Mulheres com Sotaques - Música

Amália Rodrigues e Elis Regina: mitos da música, vozes da alma


Que nome foi este que sintetizou  um estilo, que grandeza  a desta mulher que foi e  é sinónimo de uma música secular, interpretada por uma infindável galeria de fadistas de ambos os sexos, mas que volta sempre  a essa denominação única, a essa alma mater musical  que se confunde com a própria  natureza  do  Fado ?
Amália é esse nome: chamá-la Amália da Piedade Rodrigues, dizer que nasceu em Lisboa em 1920, afirmar que começou a cantarolar nos bairros de Lisboa os tangos melancólicos  de Carlos Gardel, vendeu fruta, foi engomadeira e bordadeira na adolescência, participou na Marcha popular de Alcântara em 1936  e, mais tarde,  foi convidada a cantar na mais célebre casa de Fados de Lisboa chamada Retiro da severa, é ficar aquém do mito que é Amália Rodrigues. 
O resto da história, os concertos no Rio de Janeiro, no Olympia de Paris com Edith Piaf ou Charles Aznavour a aplaudir , nos Estados Unidos, a capacidade única daquela voz nos arrancar a  alma, de rasgar os versos de poetas magníficos como David Mourão, Alexandre O'Neil ou Pedro Homem de Mello, todos já conhecemos. Diz-se que Amália sucedeu  a outro mito, a Severa, mas rapidamente se tornou na encarnação do Fado, não numa rainha fugaz daquelas que vem e passam, mas no próprio género em si, poderoso como uma força telúrica soberba e imparável, num caudal de talento que nenhum crítico musical  consegue espartilhar, reduzir, caracterizar.
Amália, simplesmente Amália. Sem apelidos, substantivos e adjectivos. Só um nome que significa todos os nomes do Fado. 
Amália - Monumento nacional.
Elis Regina nasceu em Porto Alegre em 1945 e foi um exemplo de precocidade: aos 11 anos cantou pela primeira vez na rádio Farroupilha da terra natal, chamando logo ali a atenção para o seu extraordinário timbre de voz quente e profundo. Aos 18 foi para o Rio de Janeiro, na companhia do pai, atuando nas rádios locais e no mítico Beco das garrafas, que era então o ponto de encontro dos artistas cariocas, mas foi em 1965, quando venceu o  I Festival de música brasileira, na rádio Excelsior,  com a música " Arrastão", que o fenómeno Elis explodiu em todo o país.
 Daí em diante sucedem-se as músicas e parcerias inesquecíveis: das músicas podemos destacar " Atrás da Porta", " Romaria", " O bêbado e equilibrista" ou " Como nossos pais", entre tantos êxitos.
Das parcerias destacam-se  a que fez com Chico Buarque e, claro está, da especialíssima dupla Elis/ Tom Jobim que cantava o hino da MPB " Águas de Março" .
Elis morreu precocemente há 30 anos, aos 36 anos. Mas a " pimentinha" como lhe chamava Vínicius de Moraes, permanece na nossa memória com a palavra mais bonita da língua portuguesa: saudade, infinita, saudade. 
Amália e Elis, duas forças da natureza que carregavam a alma dos seus respectivos povos na voz profunda e hipnótica. Mulheres de garra, mulheres com Sotaques, mulheres imortais na nossa memória.
Autor: Rui Marques



Semana das Mulheres com Sotaques


São duas vozes do amor total, incondicional. Daquele amor que Camões via para lá dos sentidos, daquele fogo que incendiava os corpos e elevava as almas aos céus, ao sublime estado do desejo, da paixão incandescente, das chamas que iluminam as nossas pobres e mortais vidas.

O amor literário em Portugal pode-se sintetizar em dois poemas . Na elegia camoniana do amor que "é fogo que arde sem se ver" e no inesquecível soneto " e é amar- te, assim perdidamente , é seres alma e sangue, e vida em mim, e dizê-lo cantando a toda a gente" dos Sonetos de Forbela Espanca.

Florbela Espanca veio ao mundo rodeada da luz melancólica das terras do Alentejo. No dia 8 de Dezembro de 1894, na Vila Alentejana de Vila Viçosa, Florbela foi baptizada como Flor Bela de Alma de da Conceição Espanca, um nome que era já um prenúncio de uma vida lírica ao serviço da poesia e do amor.

Frequentou a Escola primária de Vila Viçosa onde escreveu os seus primeiros poemas entre 1903 e 1903 - o soneto " A vida e a morte" ou o poema em homenagem ao seu irmão Apeles Espanca. Foi uma pioneira na educação oficial das mulheres no país: das primeiras mulheres em Portugal a completar o Ensino Secundário e uma das 34 mulheres matriculadas na Faculdade de Direito de Lisboa - entre trezentos e quarenta e sete alunos que estudavam nesta Instituição.

Em vida publicou duas Antologias poéticas -"Livro de mágoas" 1919 e " Livro de Sóror Saudade" 1923 - e após a sua morte foram editadas as obras " Charneca em Flor" , "Juvenília" e " Reliquiae", e o conjunto da sua atividade poética foi reunida pelo estudioso italiano Guido Bateli no volume " Sonetos completos" em 1934. Na célebre " História da Literatura Portuguesa" de António José Saraiva e Óscar Lopes falam dela como uma poetisa com laivos anterianos, e basta lê-la para descobrir uma mulher que vivia intensamente a sua poesia, não a desligando dos seus amores frustrados, da infelicidade, do amor como sentimento vitalista.

Foi essa entrega total e hiper-sensibilidade que precipitou o fim. A morte do seu querido irmão, Apeles, num acidente de avião em 1927 e um edema pulmonar conduziu-a à doença e ao abandono de si própria, suicidando-se em Matosinhos, terra onde vivia com o seu terceiro marido, aos 36 anos, no dia do seu aniversário, a 8 de Dezembro de 1930, com uma sobredose de barbitúricos.

Cecília Benevide de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de Novembro de 1901. Orfã de mãe foi educada pela avô portuguesa, natural dos Açores D. Jacinta Garcia Benevides e começou a escrever poemas aos 9 anos, estudou na Escola normal do Rio entre 1913 e 1916, tendo mais tarde iniciado a carreira docente como professora.

Mas foi na poesia que se afirmou integralmente: aos 18 anos escreve a sua primeira obra " Espectro", um livro que já denota uma cultura enciclopédica com influências do Modernismo, Classicismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo. Também era uma artista com uma grande variedade de interesses: para além da poetiza escreveu poemas e contos infantis, tendo estado na génese da primeira Biblioteca infantil do Brasil, foi jornalista vocacionada para temas da Educação e pintora.

Obras como " Saudação à menina de Portugal" ( 1930) - que resultou de uma conferência dada em Lisboa, " Poetas novos de Portugal" (1944) mostram, por outro lado, uma profunda ligação a Portugal . Que era inevitável já que além da Avô portuguesa, Cecília era filha de açorianos e foi casada com o artista plástico português Fernando Correia Dias, natural de Moledo de Penajóia no Douro, visitou na década de 30 e 40 a região duriense, Viana do Castelo, Coimbra Porto e Lisboa, onde não conseguiu falar com Fernando Pessoa depois de um encontro combinado que acabou por não se concretizar.

É frequentemente comparada a Sofia de Mello Breyner pela afinidade com o mar e pela sensibilidade do seu olhar poético: nos seus poemas há uma imersão na natureza, uma procura incessante da palavra definitiva sobre o mundo, os homens e as coisas. Também podemos traçar uma ligação a Florbela Espanca na medida em que em ambas há uma desmesura do amor, uma entrega ao ser amado sem limites, única, sempre excessiva.

Morreu a 9 de Novembro de 1964 no Rio de Janeiro. Nunca perdeu a sua conexão a Portugal: nos Açores o nome de Cecília Meireles foi dado à Escola básica de Fãja de Cima.

Florbela Espanca e Cecília Meireles são duas mulheres cuja vida foi marcada pelo Sotaque feminino do amor. Sem barreiras, aquele amor que tanto nos leva ao prazer do êxtase como ao abismo da morte.

Autor: Rui Marques

Semana das Mulheres com Sotaques


Quantos textos já lemos, ano após ano, em que se fazem manifestações mais ou menos ocas, vazias sobre as mulheres ? E vimos os auto-intitulados defensores da igualdade de direitos entre homens e mulheres, quebrarem as suas promessas e fecharem os olhos à perpetuação da discriminação que continua a afectá-las mas também a ser uma das maiores, senão a maior, lacuna das  nossas  Democracias. 

Nesta semana em que se celebra no dia 8 de Março o dia da mulher, o Sotaques quer e vai ser diferente. Vamos falar de mulheres com a mesma naturalidade com  que falamos de homens, mostrando o que elas fazem nas mais variadas áreas dos dois lados do Atlântico.

Sejam elas políticas, escritoras, chefes de cozinha, desenhadoras de moda, empreendedoras, responsáveis de Associações de cariz social, o que importa aqui é enaltecer a pessoa, o que faz pela sociedade em que está inserida e como impulsiona a mudança, a criatividade, a governação política e a  economia, como nos emocionam através da sua obra literária,  contribuindo  para a nossa felicidade coletiva. Isto sem renegar a feminilidade como valor em si que só enriquece a nossa sociedade e a diversidade na forma como vivemos. 

Não vão faltar novidades nos textos que vamos publicar  durante a semana. Por isso mesmo, a surpresa é a melhor dádiva que podemos dar aos nossos leitores e seguidores em Portugal e no Brasil. 

Esta semana não há apenas  Dia da mulher no Sotaques. Há semana, mês, ano da mulher. 

Elas merecem. E nós  devemos-lhes isso e muito mais. 

Autor: Rui Marques 

 

Um actor para todas as idades


Ruy de Carvalho fez ontem 85 anos. Oito décadas de intensa dedicação à nobre arte de representar - com papéis marcantes no teatro, no cinema e televisão - que o tornaram no actor mais admirado de  Portugal. 
Nascido  em Lisboa a 1 de Março de 1927 em Lisboa, Ruy Alberto Rebelo Pires de Carvalho começou a sua aventura teatral como amador  em 1942, no grupo Mocidade Portuguesa, dirigido por uma das grandes referências do cinema português do século XX, Ribeirinho. 
Entre 1945 e 1950 estudou no Conservatório, iniciando o seu percurso profissional em 1947 no Teatro Nacional, na Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro. Passou por várias companhias de Teatro, tornando-se num rosto que os portugueses associaram imediatamente ao género  Teatro, um pouco à imagem do que aconteceu com  António Silva como a face mais reconhecível do cinema português.   
Interpretou todos os grandes autores estrangeiros - Shaeskspeare, Tchekov, Tennesse Wiliams - e portugueses - Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Luís de Stau Monteiro. No cinema também participou em filmes de Manuel de Oliveira como "Quinto Império - Ontem" como hoje ( 2004) ou " Non ou a vã glória de mandar" ( 1990), e em várias séries de televisão. 
Oito décadas de vida, de teatro de um actor que continua no activo com novos Projetos e que não se quer retirar tão cedo.

Autor: Rui Marques

Palco com Sotaque

 
Sílvia Machete a artista total

Para Sílvia Machete,  o espetáculo é uma arte total ao serviço do espectador. Cantora, artista de circo e de rua, capaz de dialogar diretamente com a plateia, é impossível não apreciarmos esta mulher dos sete ofícios que toma conta do palco e hipnotiza o público.
O Sotaques entrevistou-a  na sua passagem por Portugal. Aqui fica a conversa  com um dos nomes que irá marcar as próximas décadas da música brasileira, e que viu reconhecido, em 2010, o seu espetáculo " Extravaganza" como o melhor do ano pela Associação de críticos de São Paulo. 




P - Como caracteriza este novo Disco " Extravaganza" ? 

R - Vejo-o como um Disco em que procuro transmitir ao espectador uma série de emoções - não só a música,  mas também as sensações visuais, as cores, os números de Circo. Quero que o espectador também participe no espectáculo, que sinta prazer ao vê-lo . 

P - Que diferenças existem entre este trabalho e os anteriores ? 

R- Basicamente que este Disco foi feito com mais cuidado e mais tempo. O último trabalho foi editado em 2008 - "Eu não Sou nenhuma Santa" - e "Extravaganza" levou um tempo a preparar, as canções foram compostas com mais tranquilidade.
De resto, este Disco segue uma linha de continuidade - junta várias artes, a música, as artes de rua, o circo - e prolonga uma visão que eu tenho da minha atividade como artista. 

P - O facto de ter tido experiência no Circo e nas artes de rua é visível em "Extravaganza" ? 

R - Eu acho que ter tido experiência no Circo e na performance de rua apurou o meu instinto criativo. Nos meus espetáculos procuro mostrar essa criatividade e liberdade  através da música, dos números de circo, do humor, fugindo um pouco aos cânones do que é um espetáculo tradicional de um músico. 

P - " Extravaganza" venceu o prémio para espetáculo do ano em 2010, atribuído pela Associação de críticos de arte de São Paulo. Como recebeu o prémio ? 

R - Como um reconhecimento importante ao meu trabalho. É sempre importante que gostem da nossa música. 

P - Comparam-na frequentemente a Carmen Miranda. Como encara esta comparação ? 

R - Com muita honra . Carmen Miranda é um ícone no Brasil, alguém que divulgou a música brasileira pelo mundo, e que se tornou uma estrela em Hollywood participando em vários filmes. 
Sei que ela é natural de Marco de Canavezes, perto do Porto. 

P - Curiosamente a Sílvia também viveu nos Estados -Unidos e na Europa . Foi importante essa vivência para a sua formação como pessoa e artista ? 

R - Vivi 3 anos na Europa e 9 nos Estados -Unidos, em Nova Iorque . Nova Iorque é uma cidade excelente para um artista porque há sempre espaço para a liberdade e a criatividade. 
É muito estimulante viver e actuar lá pois há uma enorme diversidade de culturas, públicos, o que te obriga a crescer como artista. 

P - Conhece a música portuguesa ? 

R- Já actuei com Rui Reininho numa parceria e foi muito divertido . Também gosto do Fado que me emociona - aprecio a Mariza - e sou também fã do trabalho dos Death Combo. 

P - Acha importante este aprofundamento das relações entre os criadores portugueses e brasileiros ? 

R - Sem dúvida. Acho que a troca é o mais importante que podemos fazer.
Somos muito parecidos e ao mesmo tempo muito diferentes e essa diversidade de experiências só pode enriquecer as nossas atividades artísticas. 

P - Gostou do público português ? 

R - Gostei muito. É um público quente que recebe muito bem os artistas brasileiros. 

P - Quais são os seus Projetos para 2012 ? 

R - Vou continuar a digressão com os espetáculos e lançaremos, este ano, o DVD de " Extravaganza" . 

Autor : Rui Marques 

Poetas com Sotaques - Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

                          
Luís de Camões

Poetas com Sotaques - Luís de Camões

Rubem Fonseca brilha no Correntes de Escrita 2012



A plateia que enchia ontem à tarde a edição do  Correntes de escrita 2012, realizada na Póvoa do Varzim, olhava incrédula para a magnífica conferência do escritor brasileiro, Rubem Fonseca. Definindo-se como um escritor da Escola  peripatética, que precisa de andar e falar ao mesmo tempo, o autor de " Agosto" ou  " A grande arte", recitou de pé  Camões e fez uma ode à escrita afirmando que escrever é uma forma socialmente aceite de loucura, virando-se para o painel onde estava o Prémio Pessoa 2011, o ensaísta português Eduardo Lourenço, para  dizer aos seus colegas de   mesa, com humor e carinho,  que eram  todos   loucos.

Antes, de manhã,  tinha recebido o Prémio Casino da Póvoa/ Correntes de escrita  2012,  pelo seu romance "Bufo &  Spallanzini das mãos do Secretário de estado da Cultura, Francisco José Viegas. Que o considerou  um dos maiores mestres da Língua portuguesa, tendo escrito esta semana um texto de homenagem ao escritor  no Jornal Público. 
Foi um Rubem Fonseca na plenitude dos seus jovens 86 anos, inteligente, culto, incisivo, que proclamou o amor pela Língua Portuguesa. Um mestre da Língua, do optimismo, da Literatura, que iluminou a tarde e nos relembrou o grande tesouro que nós possuímos e devemos preservar com orgulho no mundo. 

Autor: Rui Marques 

Luís de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões

Zeca Afonso - O Filho da Madrugada que acordou Portugal


O Filho da Madrugada que acordou Portugal 

Há um antes e um depois de Zeca Afonso na música, na cultura, nas artes em Portugal. Antes tínhamos uma música que, salvo raras exceções, tocava sob a pauta do regime canções assépticas, sem cor, que realçavam letras sem chama, depois de Zeca nada foi igual, as letras, a poesia, a música ganhou força, vitalidade, personalidade como se os seus poemas acordassem da letargia um país submerso na triste noite do Salazarismo. 

José Afonso nasceu na Freguesia da Vitória, em Aveiro,  em 1929 . Depois de ter vivido com a família em Moçambique, voltou a Portugal e estudou em Coimbra primeiro no Liceu D. João III e mais tarde na Faculdade de Letras, cidade onde começa  a notabilizar-se como intérprete do Fado de Coimbra. 

O seu primeiro Disco chama-se, precisamente Fados de Coimbra, e é também nesse período que dá os primeiros passos como Professor. Em 1963 lança o Disco Baladas de Coimbra, com as emblemáticas canções " Os Vampiros" e " O menino do Bairro do Bairro Negro" que criticam abertamente a Ditadura e que levam a PIDE a censurar o Disco. 

A sua Discografia é muito intensa e um permanente desafio ao Estado Novo: é autor da mítica Grândola Vila Morena, uma das canções mais queridas dos movimentos democráticos e do pós-25 de Abril, e de outros êxitos como " Cantigas de Maio",  " Traz outro amigo também" ou " Venham mais cinco", que significar  uma Revolução cultural antes da Revolução política, libertando pela força da palavra musicada um povo que estava prisioneiro da Ditadura.

Zeca Afonso viu o 25 de Abril chegar,  morrendo em 1987 de uma doença do foro neurológico que lhe tinha sido diagnosticada há décadas. Em 1994 toda uma Geração de cantores que se inspiraram em Zeca bem como Bandas portuguesas  - José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto, Vitorino e tantos outros- homenagearam-no no espetáculo "Filhos da Madrugada".

Sabiam que estavam a prestar tributo ao homem que quebrou a mordaça da Censura pela força revolucionária da música. 25 anos depois da sua morte, a 23 de Fevereiro de 1987, Portugal presta-lhe o respeito como o  trovador derrotou as herméticas fortificações  da  Ditadura através da grandeza da música e da arte. 



Autor: Rui Marques 

Unidos da Tijuca é a campeã 2012 do Carnaval do Rio de Janeiro









Mocidade Alegre é a campeã do Carnaval de São Paulo











O Carnaval mais invulgar de Portugal


É  o Carnaval mais invulgar de Portugal. Passa-se na aldeia transmontana de Podence, Macedo de Cavaleiros, a tradicional festa dos Caretos, em que homens mascarados perseguem raparigas pela aldeia,  enquanto fazem sons com chocalhos  no Domingo e na terça-feira do Entrudo. 
A origem da tradição remonta às antigas festas satrurnais romanas , em honra de Saturno, Deus das colheitas, e assinalam  a mudança das Estações, a época das colheitas  e o advento da Primavera. Chegados ao Carnaval,  os homens vestem trajes coloridos, elaborados com colchas de lã e linho, escondem a cara detrás de uma máscara de lata, prendem uma fiada de chocalhos à cintura, e percorrem a rua, as casas em perseguição amistosa das raparigas da aldeia com o intuito de dançar com elas ao som estridente dos chocalhos. 
Um Carnaval diferente e invulgar. Mas decididamente um Carnaval com o  inconfundível Sotaque transmontano da terra e das suas tradições mais ancestrais.

Autor: Rui Marques



Carlos Paredes: o homem que fazia amor com uma Guitarra portuguesa


Dedilhava a Guitarra com a delicadeza de quem afaga os cabelos a uma amante. Com ternura, graciosidade, com uma sensibilidade única sem nunca perder a perfeição artística, o rigor, a capacidade de interpretação. 
Carlos Paredes nascido a 16 de Fevereiro de 1925 em Coimbra,  estava marcado pela música e pela Guitarra. O seu pai era o mítico Artur Paredes, grande mestre da Guitarra de Coimbra, e  tinha ensinado toda uma Geração a fazer magia com um instrumento que diziam, alguns, não era melódico. Por motivos da vida profissional do pai - funcionário no Banco nacional ultramarino- a família muda-se para Lisboa 1934, e o jovem Carlos começa a colaborar musicalmente  com o pai num programa da Emissora Nacional em 1949.
Concluído o Ensino Secundário, torna-se funcionário administrativo no Hospital de São José. É saneado pelo regime de Salazar  que o acusa de um crime de lesa-pátria - era militante comunista - e conta-se que Carlos Paredes passava o tempo na cela, fingindo tocar na sua amante, a Guitarra, imaginando esse breve ato de amor no meio de tanta injustiça e sofrimento. 
Saído da prisão e reintegrado na sua função anterior no Hospital, Carlos Paredes compõe em 1962 a obra-prima da música instrumental portuguesa do século XX - a composição " Verdes anos"- para o filme com o mesmo nome da autoria de Paulo Rocha. Uma história de amores violentos e desencontrados de um homem que vem do campo para Lisboa, se apaixona, e mata o amor que lhe foge, tragicamente, numa sequência final impressionante - na rua, ele de faca ensanguentada, ela morta, e uma multidão de carros a representar a cidade esmagadora e omnipresente . 
Grava o seu primeiro LP em 1967 " Guitarra Portuguesa", toca com Carlos do Carmo, Zeca Afonso e Charlie Haden, e os Discos como "Movimento perpétuo",  " Concerto em Frankfurt", " Espelho de sons" e " Asas sobre o mundo" sucedem-se entre os anos 70 e 80. É já dentro da década de 90 que lhe diagnosticam uma doença mielopia - fruto da qual morre em 2004.
O homem que fazia amor com a Guitarra Portuguesa deixou-nos no século XXI. Que os seus herdeiros continuem a cumprir o seu legado - a Guitarra ama-se, incondicionalmente, com a ternura e devoção total  dos amantes. 

Autor: Rui Marques 




Pessoa : plural , infinito e misterioso

 

É o que se pode chamar um casamento feliz e inevitável. Entre a mais importante Fundação portuguesa do século XX - Fundação Calouste de Gulbenkain- e o poeta nacional mais representativo, Fernando Pessoa. 
A  Exposição " Fernando Pessoa: Plural como o Universo" foi inaugurada hoje  e estará patente até 30 de Abril, na Fundação Calouste  de Gulbenkian. Tem  como curador um dos maiores especialistas na obra pessoana, Richard Zenith, e envolve-nos  numa abordagem fascinante  das  múltiplas facetas de um escritor único na sua diversidade.
Os heterónimos de Pessoa, a sua criação mais invulgar e que o tornam num escritor único, sem paralelo na história de Literatura,  resultam de uma extraordinária capacidade de  multiplicação da personalidade criativa do autor - Álvaro de Campos era o engenheiro virado para o futuro,  Alberto Caieiro, o bucólico pastor que observava as terras, as estrelas, os animais, a ruralidade, Ricardo Reis, o  médico nascido  no Porto que aceitava a simplicidade das coisas, relativizando-as e que acabou por emigrar para o Brasil,  e Bernardo Soares, o  espírito inquieto, indisciplinador  de almas na sua célebre caracterização,  que criava do nada esse imenso universo de pensamento e interrogação do mundo que é " O livro do Desassossego" . 
Falta obviamente, nesta lista, o próprio Fernando Pessoa. Que se define na famosa Autopsicografia nestas palavras que se aplicam, universalmente, a todos os poetas, a toda a poesia " O poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente". 
Fernando António Nogueira Pessoa, nascido em Lisboa em 13 de Junho de 1888 e falecido na mesma cidade aos 47 anos, em 30 de Novembro de 1935, permanece um mistério. Como aqueles cometas que aparecem, uma vez nas nossas vidas, nos marcam e nos deixam precocemente com a memória da sua brilhantez, do seu fulgor literário. 
Quantas pessoas viveram no interior de Fernando Pessoa ? Quem foi  ele e quantas vidas viveu dentro de si ? 
O menino que escrevia poemas em inglês, na sua infância em Durban, na África do Sul, o tipógrafo, correspondente comercial, tradutor, funcionário que vivia  numa estranha obscuridade na vida pública, o amante frágil  de Ofélia que insistia em lhe  escrever ridículas cartas de amor,  o fulgurante poeta que escreveu esse hino da pátria e das pátrias presentes e futuras que é a Mensagem, ou  o criador divino que, num sopro de imaginação, esculpiu poetas que ganharam vida nas páginas da Literatura portuguesa. 
Nunca saberemos quem foi Fernando Pessoa. Ele próprio o disse nestes versos iniciais da Tabacaria " Não sou nada, nunca serei nada, não posso querer nada, à parte isso tenho em mim todos os sonhos do mundo". 

Autor: Rui Marques

Passatempo dia dos namorados

Passatempo dia dos namorados
O amor está no ar no Mural do Sotaques para os casais de namorados.

Participem no espectacular passatempo Sotaques/ Dia dos namorados, enviando as vossas fotos mais apaixonada e habilitem-se a ganhar uma noite,...
num Hotel da cidade do Porto, no próximo dia 14 de Fevereiro.
Mandem as vossas fotografias até à próxima semana que o Sotaques escolherá a foto mais romântica e anunciará os vencedores.

Sotaques: uma Paixão infinita entre Portugal e o Brasil
Facebook.com/sotaques

Wando


Faleceu hoje aos 66 anos, em Minas Gerais no  Brasil, o cantor brasileiro Wando.  Intérprete romântico, por excelência, este cantor de origem mineira ganhou popularidade com êxitos como " Fogo e Paixão" e " Moça", gravando 23 Discos ao longo da sua carreira. 

A uma semana do tradicional Dia dos namorados, o Sotaques presta uma sentida homenagem a este grande nome da música romântica brasileira. 

Padre António Vieira : Imperador da Língua Portuguesa


Poucos homens ao longo da História terão vivido de um modo mais intenso a relação entre Portugal e o Brasil como o padre António Vieira. Basta dizer que nasceu em Lisboa, a 7 de Fevereiro de 1608, e morreu a 18 de Julho de 1697, na Baía.
Mas não é suficiente para compreendermos a sua dimensão: entre estas duas datas, há toda uma vida cheia de um escritor, orador, religioso, defensor dos direitos dos índios - que o chamavam Paiaçu, grande pai em língua Tupi- que o elevou ao restrito  panteão dos grandes vultos históricos da Língua Portuguesa ao lado de Camões, Gil Vicente, Pessoa, Machado de Assis, Veríssimo Serrão, Drumond de Andrade  ou Clarice Lispector. E, sobretudo, o tornou numa   grande figura da cultura que é respeitada e querida dos dois lados do Atlântico. 
Nascido em Lisboa em 6 de Fevereiro de  1608, filho de Cristovão Vieira Ravasco, na altura escrivão da Inquisição, mudou-se para o Brasil com a família,  acompanhando o pai que fora trabalhar como Escrivão para  São Salvador da Baía. Iniciou os seus estudos em 1614 no Colégio de Jesuítas da Baía, ingressando como noviço em Maio de 1623. 
Prosseguindo os seus estudos,  torna-se mestre em artes e professor de retórica . A sua precocidade,  desenvoltura e talento  para utilizar a  Língua portuguesa começaram a notar-se: redige aos 18 anos, por encargo,  o relatório anual dos Jesuítas,  e   prega o seu primeiro sermão público na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia,  em 1633.
É absolutamente impressionante o seu acervo literário. Na sua obra contabilizam-se mais de duzentos Sermões, 700 cartas,  e  um número notável de tratados proféticos e textos da mais variada índole. 
Para além disso Vieira foi diplomata, representando D. João VI em missões diplomáticas nos Países baixos e na França e um protector incansável  dos direitos dos índios e dos Judeus, numa altura em que a Europa estava assolada pelo anti-semitismo. A Inquisição perseguiu-o pelos seus textos proféticos, obrigando-o a regressar a Portugal,  mas depois de um período em que esteve preso em Coimbra,  viaja  a Roma para conseguir o perdão papal, passando  seis anos na capital italiana, e  pregando sermões em italiano aos Cardeais da Cúria Romana e à exilada rainha Cristina da Suécia - obteve finalmente  o ansiado perdão do papa Clemente X . 
Regressou a  São Salvador em 1686, continuando a sua atividade e sendo nomeado, em 1688,  Visitador-geral da Província do Brasil. Morre em 18 de Julho de 1697,  na sua amada São Salvador da Baía.
Resumir em palavras a vida e obra do padre  António Vieira é sempre ingrato . Mas talvez ninguém  o tenha expressado melhor  que Fernando Pessoa,  quando  lhe chamou Imperador da Língua Portuguesa. 
Hoje comemora-se o aniversário do nascimento de um homem  e  também uma efeméride importante para  uma Língua,  através da celebração de um dos seus mais excepcionais criadores. A Língua Portuguesa também está de parabéns neste 6 de Fevereiro de 2011 . 

Autor: Rui Marques 

Sílvia Machete: um Furacão de criatividade que passou pelo Porto




Numa noite gélida na cidade do Porto, o calor da cantora carioca Sílvia Machete e da sua magnifica banda levaram  ao rubro a plateia que estava no Hard Clube. Foram cerca de duas horas de espetáculo total de uma artista - chamar-lhe cantora é redutor- que concebe a sua arte como uma dádiva ao espectador, misturando uma  diversidade apreciável  de canções quentes, exercícios circenses, uma extraordinária interpretação de Edith Piaf ou  um saudável sentido de humor e de diálogo permanente com o público.
Não é por acaso que Extravaganza foi considerado o espetáculo do ano, pela Associação de críticos de arte de São Paulo . É uma viagem pela arte - com Sílvia Machete a ser a improvisada cicerone capaz de passar da canção ao circo, dos ritmos mais lentos aos mais rápidos, de mudar de pele com uma facilidade extraordinária,  que só está ao alcance dos Artistas com A grande. 
Nestes tempos de crise, é bom sentirmos que a criatividade nunca cai na depressão. Ela é sempre o meio mais eficaz de dar a volta às situações,  porque age fora da camisa de forças onde a normalidade nos aprisiona. 
Volte sempre a nós, Sílvia Machete. Faça do Porto mais uma das suas casas criativas no mundo  - o Sotaques e os portuenses  agradecem  que regresse para nos maravilhar !!!

Autor: Rui Marques 

Passatempo Sotaques - Sílvia Machete

Passatempo Sotaques - Sílvia Machete
O Sotaques oferece bilhetes para o espectáculo da cantora brasileira Sílvia Machete no próximo dia 2 de Fevereiro, no Hard Clube do Porto, às 22h00. Sílvia Machete é uma das mais criativas e interessantes cantoras da nova vaga da música brasileira. Os seus espectáculos são uma mistura de música, arte e performance que deixam o espectador impressionado co...
m a sua criatividade e arrojo.

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Responda à seguinte questão : A capital do Brasil é :
A) Rio de Janeiro B)São Paulo C) Brasília

Os vencedores serão anunciados em nosso Facebook. Participe em mais um passatempo Sotaques e assista a um magnífico espétaculo esta quinta-feira.