Rubem Fonseca brilha no Correntes de Escrita 2012



A plateia que enchia ontem à tarde a edição do  Correntes de escrita 2012, realizada na Póvoa do Varzim, olhava incrédula para a magnífica conferência do escritor brasileiro, Rubem Fonseca. Definindo-se como um escritor da Escola  peripatética, que precisa de andar e falar ao mesmo tempo, o autor de " Agosto" ou  " A grande arte", recitou de pé  Camões e fez uma ode à escrita afirmando que escrever é uma forma socialmente aceite de loucura, virando-se para o painel onde estava o Prémio Pessoa 2011, o ensaísta português Eduardo Lourenço, para  dizer aos seus colegas de   mesa, com humor e carinho,  que eram  todos   loucos.

Antes, de manhã,  tinha recebido o Prémio Casino da Póvoa/ Correntes de escrita  2012,  pelo seu romance "Bufo &  Spallanzini das mãos do Secretário de estado da Cultura, Francisco José Viegas. Que o considerou  um dos maiores mestres da Língua portuguesa, tendo escrito esta semana um texto de homenagem ao escritor  no Jornal Público. 
Foi um Rubem Fonseca na plenitude dos seus jovens 86 anos, inteligente, culto, incisivo, que proclamou o amor pela Língua Portuguesa. Um mestre da Língua, do optimismo, da Literatura, que iluminou a tarde e nos relembrou o grande tesouro que nós possuímos e devemos preservar com orgulho no mundo. 

Autor: Rui Marques