Revista Sotaques da edição de junho de 2014

           
Na edição de Junho de 2014,  da revista Sotaques Brasil/Portugal, abordámos o lado mais chato e entediante de Fernando Pessoa. Temos uma entrevista exclusiva com o ator brasileiro Alexandre Borges, em que falámos das suas paixões na representação e na poesia,   da sua ligação a Fernando Pessoa e Vinícius de Moraes, e do que significa Portugal para ele.

Conhecemos melhor o indomável Luís Filipe Scolari, selecionador do  Brasil e antigo treinador  de Portugal, e entrevistámos um artista, Ricardo Gordo, que promete revolucionar o Fado e a guitarra portuguesa.

Não perca a oportunidade e leia mais uma edição da revista luso-brasileira Sotaques Brasil/Portugal, herdeira da mítica Orpheu, que une o Brasil e Portugal, juntando  dois povos  e dois Continentes,   numa ponte de cultura e arte que atravessa o Mar.


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Livro “Carioca lifestyle de A a Z”

Livro “Carioca lifestyle de A a Z”  revela a linguagem do carioca para estrangeiros

O livro “ Carioca lifestyle de A a Z” do publicitário brasileiro  André  Eppinghaus. A viver no Rio de Janeiro, o autor aproveitou a Copa do mundo para mostrar 49 vocábulos do “ carioquês”, desvendando os segredos do léxico carioca para os estrangeiros que visitam a cidade maravilhosa.
Além do glossário, a obra apresenta imagens do Rio de Janeiro.

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R. Marques
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Exposição sobre Eça de Queiroz

Museu da língua portuguesa prepara exposição sobre Eça de Queiroz


O Museu da língua portuguesa está a prepara uma exposição interactivo em homenagem ao escritor português, Eça de Queiroz. Esta exposição ainda não tem data definida – se será em 2014 ou 2015 – mas o Director do museu sediado em São Paulo, António Carlos Sartini,  já declarou à imprensa  essa intenção.
Depois da exposição sobre Fernando Pessoa,  é agora outro grande nome da cultura portuguesa, muito admirado no Brasil, a merecer esta homenagem.

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R. Marques
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Museu Pelé aberto em Santos


O rei Pelé já tem o seu Museu. Localizado no bairro de Valongo, na cidade de Santosm , o espaço alberga cerca de 2.545 peças ligadas à carreira do craque.

Considerado pela FIFA como o atleta do século, Pelé foi tricampeão mundial pelo Brasil, e é unanimemente reconhecido como o melhor jogador de futebol de todos os tempos.

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Paulo César, correspondente da revista Sotaques no Brasil

Passatempo - Ricardo Gordo



Ricardo Gordo é uma artista multifacetado, que mistura a guitarra portuguesa e a guitarra eléctrica num diálogo criativo sem fronteiras estéticas,  que abrange todos os géneros musicais . Na guitarra portuguesa, Ricardo Gordo interpretou um clássico da guitarra portuguesa  “ Verdes anos”  num filme.
Quem é o autor original desta  música e  lenda da guitarra portuguesa ?

a) Carlos do Carmo
b)Alfredo Marceneiro
c) Carlos Paredes

Responde a esta questão através do nosso e-mail antonio.sotaques@gmail.com , e envia-nos o teu número de contacto. Os vencedores deste passatempo, habilitam-se a ganhar CDS de Ricardo Gordo.
Participa !

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Um Tango à moda do Porto


Estava uma noite de chuva e nuvens lá fora e, talvez por isso, o público que, neste Domingo,  se deslocou   à Casa da Música para ouvir Melingo, saboreou tão bem os tangos. Buenos Aires e o Porto, cidades  tão distantes e, simultaneamente, tão parecidas, uniram-se numa toada melancólica e bela, com  o artista argentino a exercer de  mestre de cerimónias brilhante.

O que fascinou as pessoas presentes no Concerto, foi a sofisticação e  simplicidade da sua  música. Melingo entrou no palco como quem vem de uma viela de Buenos Aires, sem pretensões, devolvendo-nos aquele ar de homem de rua comum, que canta as banalidades da vida, os amores perdidos, e  se ri de si próprio, ciente das suas limitações.

É  um sedutor, porque não é um sedutor. Alguém que não precisa de pirotecnias circenses para ter o público na mão, que usa os dois recursos mais prosaicos que existem: a voz e o corpo.

O Álbum “ Linyera” ( vagabundo), que apresentou no espectáculo, é um cruzamento de estilos. Jazz, Bossa Nova, Blues são géneros convocados para uma dança com o Tango mais popular, num baile  solitário  em que o artista se revela integralmente ao mundo.

Clássicos como “ Santa Milonga”, “ Narigon “ ou “ Maldito tango”, trouxeram alegria a uma noite de chuva e frio. No final, melancólico como é, o Porto despediu-se de Melingo com saudades.
Foi um autêntico tango à moda do Porto.

R. Marques

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Guilhermina Suggia e um Violoncelo que apaixonou o Mundo




Estava escrito, nas entrelinhas da genética, que Guilhermina Augusta Xavier de Sousa Medin Suggia, nascida a 27 de Junho de 1885 no Porto, tinha um encontro marcado com a História da Música e, mais especificamente, com o Violoncelo . O pai, Xavier de Suggia foi violoncelista no Real Teatro D. Carlos, e o seu primeiro professor aos cinco anos. 

Não era fácil uma mulher evidenciar-se neste instrumento: pensava-se que este exigiria uma força e destreza física masculinas, e seria inadequado para o sexo feminino. Guilhermina desfez todos os tabus e aos 16 anos recebeu uma Bolsa de Estudo, entrando no prestigiado Conservatório de Leipzig, o mais conceituado da Europa na altura. 

Daí foi viver para Paris e Londres, onde tocou com a elite musical europeia - com violoncelistas como Pablo Casals ou pianistas como Arthur Rubinstein e Wilhelm Backhaus. O seu reportório era variado, mas alcançava um nível sublime quando tocava as Suites para Violoncelo de Bach. 

Guilhermina Suggia tinha vários violoncelos. Entre eles destacam-se os famosos Stradivarius (Cremona, 1717) e Montagna (Cremona, 1700 . No testamento dispôs que ambos fossem vendidos, e com o fruto da sua venda foram instituídos prémios anuais aos melhores alunos de violoncelo da Royal Academy of Music de Londres, do Arts Council da Grã-Bretanha e do Conservatório de Música do Porto. 

Morreu em 1950, de doença no Porto, mas o eco da sua música ainda ressoa como só acontece com os grandes génios da História da Música, que alcançam a imortalidade na nossa memória. 

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R. Marques 

Papa Francisco celebra um ano de Pontificado




Foi há um ano, a 13 de Março de 2013, que o Cardeal argentino Jorge Maria Bergoglio foi eleito, em conclave, como o Papa Francisco, substituindo Bento XVI, que abdicou por razões de saúde. 

Um ano de Pontificado marcado por gestos de aproximação da Igreja às bases – o nome Francisco é uma referência clara ao legado intemporal que Francisco de Assis deixou na História da Igreja – deste Papa com formação Jesuíta que fez questão de impor um estilo mais informal à Cúria romana. 

O primeiro Papa sul-americano da História e primeiro Papa do Sul promete continuar a renovar as fundações da Igreja católica, e a influenciar as grandes mudanças das sociedades contemporâneas. 

R. Marques 

Chiquinha Gonzaga: pioneira da Música popular brasileira




Chiquinha Gonzaga é uma espécie de matriarca da Música popular brasileira. Não é por acaso que o Dia Nacional da Música Popular brasileira é celebrado, desde 2012, no dia 17 de Outubro, data do seu aniversário. 

Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu a 17 de Outubro de 1847, no Rio de Janeiro. Filha de um general do exército brasileiro, José Basileu Gonzaga, e de uma negra, Rosa Maria Neves de Lima, Chiquinha sofreu com a educação espartana do pai, que a obrigou a casar contra a vontade. 

Divorcia-se do marido, provocando o escândalo na sociedade brasileira, e dedica-se totalmente à música. Compositora precoce – aos 16 anos compôs uma canção de Natal, Canção dos Pastores – foi a primeira pianista de choro e a autora da primeira marcha de Carnaval “ Ô abre latas”. 

Também foi a primeira mulher brasileira a reger uma Orquestra. Chiquinha Gonzaga morreu, curiosamente, a 28 de Fevereiro de 1935, quando começava o Carnaval, nada mais apropriado para uma artista que deixou uma marca indelével na História da Música Popular Brasileira. 

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Carolina Michaelis: uma pioneira no Estudo da Língua Portuguesa



Carolina Michaelis é o nome de uma das mais afamadas Escolas Secundárias da cidade do Porto. Uma pequena homenagem a uma mulher que marcou profundamente os Estudo da Língua Portuguesa, e a História da Universidade em Portugal. 
Nascida em Berlim, em 1851, destacou-se precocemente como autodidacta: aos 16 anos, já estudava as literaturas italianas e espanholas, correspondendo-se com académicos portugueses como Teófilo Braga e Joaquim de Vasconcelos, com quem se casaria, vindo viver para o Porto. 
Foi a partir da Invicta que exerceu um magistério incansável no estudo da Língua e Literatura. Deixou marcas visíveis em áreas como a filologia, a história ou a etimologia em obras como o “ Dicionário etimológico das Línguas hispânicas”, “ Estudos sobre o Romanceiro popular” ou “ As cem melhores poesias líricas da Língua Portuguesa”. 
Também foi a primeira mulher a dar aulas numa Universidade – a Universidade de Coimbra – e junto com a escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, foi uma das primeiras mulheres a serem admitidas, em 1912, na Academia de Ciências de Lisboa. 

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R. Marques 

Vitorino Nemésio morreu a 20 de Fevereiro de 1978


Nascido a 19 de Dezembro de 1901, Vitorino Nemésio morreu a 20 de Fevereiro de 1978. Açoriano universal, romancista, poeta, ensaísta, professor, divulgador cultural na Televisão, Vitorino Nemésio é um dos rostos da Cultura Portuguesa do século XX. 


São Teotónio: o primeiro Santo português a ser canonizado




Nasceu nos alvores da primeira dinastia e foi um aliado fiel do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Teotónio foi um religioso português do século XII, originário de Ganfei, em Valença – onde existe uma estátua em sua homenagem - que estudou Teologia e Filosofia e Teologia em Coimbra e Viseu, tornando-se prior desta cidade.


Segundo reza a lenda, terá apoiado o jovem D. Afonso Henriques na luta contra a sua mãe pela posse do Condado Portucalense, chegando a excomungá-la. Fez duas peregrinações à terra santa, demonstrando um zelo e uma fé religiosa que o Papa Adriano IV quis recompensar, atribuindo-lhe o cargo de Bispo de Coimbra, cargo que rejeitou. 

Em vez disso, preferiu encerrar-se com outros onze religiosos no Mosteiro de Santa Cruz, adoptando a regra dos Cónegos Regentes de Santo Agostinho. Morreu a onze de Fevereiro de 1162, data que ainda hoje é comemorada pela Igreja Católica, e foi canonizado pelo Papa Alexandre III, um ano após a sua morte.

É o primeiro Santo português a merecer esta bênção papal . São Teotónio é o Padroeiro das cidades de Viseu e de Valença. 

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R. Marques 

Pinguim, a Tribo da Poesia cumpre 25 anos

                        

A pele da poesia e dos poetas são os espaços. Os lugares que albergam os escritos da alma, que os acolhem doce e violentamente, que os elevam nas noites de frio a uma incandescência fora do comum, alimentando-os como uma mãe coragem que acarinha, no regaço,   um filho.
Na cidade do Porto, um desses lugares obrigatórios é o Pinguim. Celebram-se este ano, 25 anos,  desde que este pequeno-grande bar da Ribeira do Porto, pela voz carismática de Joaquim Castro Caldas, se tornou um poiso obrigatório das sucessivas Tribos poéticas do Porto e não só.  
25 anos depois, o ator  Rui Spranger mantêm acesa a chama das noites do Pinguim,  e é apresentada, na Biblioteca Almeida Garrett, uma “ Antologia da Cave” com a memória deste quarto de século de boémia poética. E que noites !!! Por aqui passaram Valter Hugo Mãe, Filipa Leal, Daniel Maia-Pinto, Rui Lage ,  Anthero Monteiro, se disseram autores canónicos como Herberto Helder, Fernando Pessoa, Ruy Belo,  Mário Cesariny ou Manuel António Pina, mas também novos escritores,  que encontraram no Pinguim uma casa de portas abertas aos seus poemas.
Hoje às 21h30, as Tribos da Poesia do Pinguim e o público amante da Arte e da Cultura – que existe,  apesar das Cassandras que apregoam a incultura geral como regra – juntam-se   na Biblioteca Almeida Garrett do Porto. Longa vida ao Pinguim, longa vida aos artistas que cultivam essa Arte superior que é a Poesia !!!

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R. Marques
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Miguel Torga, o Sabor e o Saber da Terra


Dizia Miguel Torga que o Local era o Universal  sem paredes. E a sua vida foi um extraordinário Hino ao Local, à Terra, à Tradição, aos homens e mulheres comuns das Aldeias, das Vilas, que não têm a visibilidade das grandes cidades, mas são muito mais que notas de rodapé: são a memória viva dos lugares.
Nascido a 12 de Agosto de 1907 e falecido a 17 de Janeiro de 1995, Adolfo Correia da Rocha soube, desde pequenino, que haveria de adoptar o pseudónimo de Miguel Torga. Embora se formasse como Médico em Coimbra, embora exercesse em Leiria e Coimbra com consultório e clientela, o delicado bisturi da escrita estava ali, à espreita, como um destino que teria, fatalmente, de o encontrar.
Não foi nada fácil o caminho: aos dez anos, em 1917, foi viver para casa de parentes no Porto, onde começou a trabalhar, fardado de branco,  como porteiro e moço de recados, despediram-no  por insubmissão e, em 1918, entra para o Seminário de Lamego para se fazer Padre; novamente não se adaptou e, em 1920, vai para o Brasil trabalhar, duramente, numa Fazenda de um Tio.
O Tio ao fim de quatro anos , apercebendo-se da sua inteligência, apoia-o nos estudos no Ginásio Leopoldinense, em Leopoldina. Regressa a Portugal, tira a Licenciatura de  medicina em Coimbra, cidade onde toma contacto com a Geração da Revista Presença e  as suas figuras tutelares – José Régio, João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca.
Em 1930 publica o Livro de poemas  “Rampa”, seguindo-se títulos como “ Tributo” e “Pão Ázimo” . O escritor começava a debater-se com o médico, numa luta interior que se prolongaria por décadas.
A partir daí experimenta também a Prosa. A criação do Mundo, uma das suas obras mais importantes, alerta os esbirros do Estado Novo – é preso em Leiria, onde tinha Consultório e enviado para Lisboa, experiência que relatou nos Diários.
Miguel Torga nunca vergou a espinha ao Salazarismo. A sua escrita foi sempre rebelde – outra das suas obras poéticas mais emblemáticas chama-se  Orfeu Rebelde – e reflectiu o profundo desprezo que sentia pelo regime de Salazar.
Menção especial na sua obra tem os seus Contos. Os Contos da Montanha são um prodigioso retrato da vida das pessoas, das suas dificuldades mas também da solidariedade natural que as une, invisivelmente – por exemplo, o conto sobre a fronteira sobre o amor proibido entre uma contrabandista e um guarda fronteiriço, é comovedor e de uma força que arrebata qualquer leitor.
Após o 25 de Abril, não faltaram vozes a pedir o Nobel para Miguel Torga. Ele nunca o fez.
Quando fechou os olhos a 17 de Janeiro de 1995, deixou-nos uma imensa Herança e um Dever de memória. Cuidar esse imenso Universo que é o Local – as nossas tradições, história, as nossas vilas e cidades, as nossas pessoas.
Somos herdeiros de Miguel Torga. Honremos os seu Testamento vital !!!

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R. Marques
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