Dia mundial da criança
1 Junho é Dia mundial da criança em Portugal
O Dia mundial da criança é
comemorado, oficialmente, no Dia 20 de Novembro, data da aprovação da Declaração Universal dos Direitos da criança
– 20 de Novembro de 1959 – pela Organização das Nações Unidas. No entanto, em
muitos países como Portugal e o Brasil, essa efeméride celebra-se noutras datas.
Em Portugal, a data
festeja-se a 1 de Junho, assinalando a proximidade do mês de Maio e é uma
homenagem à figura de Maria, mãe de
Jesus. No Brasil, o Dia da criança está associado a um político- o deputado
Galdino do Valle Filho – que na década de 20 teve a ideia de criar um Dia da
criança. Os deputados oficializaram essa intenção, aprovando que o dia 12 de
Outubro seria o Dia mundial da criança no
Brasil.
Seja em Portugal, no
Brasil ou em qualquer outro país do mundo, não deixe nunca de celebrar todas as
crianças que conhece e a criança que leva dentro de si. Porque como diria o
poeta português, Fernando Pessoa, o melhor do mundo são as crianças !!!
Começa hoje a Feira do Livro do Porto 2012
Inicia-se hoje a 82ª Feira do Livro do Porto, na bonita Avenida dos Aliados. O evento realiza-se ao ar livre e decorrerá entre 31 de Maio e 17 de Junho.
Nos vários expositores, dispostos na Praça Central da cidade do Porto, os visitante além de comprarem livros, poderão assistir a sessões de autógrafos e conversar com autores como Manuel António Pina, Gonçalo M. Tavares e Jorge Marmelo, ou a homenagens a escritores como Agustina Bessa-Luís e Fernando Guimarães. Ao todo, estão presentes 117 Pavilhões e as expectativas da organização apontam para 200.000 visitantes.
A ajudar o clima de optimismo geral, dois factos: o primeiro foi o grande êxito da Feira do Livro de Lisboa com aumento das receitas e de utentes, o segundo, o excelente clima que vive a cidade do Porto, com um Verão antecipado que convida a passear e visitar a Feira do Livro do Porto 2012.
Rui Marques
Sabores e Paladares - Coimbra
Pastéis de Santa Clara
Os pastéis de Santa Clara estão entre os mais populares doces conventuais de Coimbra. O seu nome deriva do Convento de Santa Clara –a-Velha , situado em Coimbra, que foi fundado no século XIII.
Este Convento mereceu a
especial protecção da Rainha Santa
Isabel, que viveu nele parte da
sua vida. Devido às cheias do Rio Mondego, em 1677, as religiosas mudaram-se
para o Convento de Santa Clara-a-Nova, onde está sepultada a Rainha Santa .
A origem dos
deliciosos pastéis de Santa Clara, em formato de meia-lua e recheados com doce
de ovos e amêndoa, está associada precisamente ao Convento com o mesmo nome.
Presume-se, no entanto, que já era confecionado no anterior domicílio das
monjas clarissas, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, fundado em 1283. Estão
hoje entre os doces mais populares da região de Coimbra.
Maria Gadú leva ao rubro Coliseu do Porto
Já passava da meia – noite
quando acabou o Concerto de Maria Gadú, no Coliseu do Porto, neste sábado 26 de Maio. Foi um espectáculo avassalador,
com os grandes êxitos de uma cantora, que está predestinada a ter um lugar ao lado
das grandes figuras da história da música popular brasileira.
Perante um público
entregado desde os primeiros acordes, a cantora brasileira foi de uma
generosidade inexcedível, mostrando não só a sua voz doce e melódica, como
exibindo uma frescura, uma empatia com o público que só valorizou o
espectáculo. Referência especial merece o público portuense: conhecedor da
música, empolgado, aliou-se à artista numa sincronia perfeita, tornando a noite
inesquecível.
Passatempo Sotaques/Tomás Gonzaga
O Sotaques promove esta semana o passatempo Tomás Gonzaga em homenagem ao grande poeta brasileiro.
Responda corretamente à seguinte questão e habilite-se a ganhar um exemplar do livro " Tomás Gonzaga. Em busca da musa Clio" da autoria de Danyel Guerra.
A obra mais importante de Tomás Gonzaga chama-se:
a) Dom Casmurro
b) Caramuru
c)Marília de Dirceu :
Publique a resposta em nosso Mural no facebook:
Facebook.com/sotaques
Sotaques marca presença no espectáculo “ Canastrões”
O Sotaques assistiu, ontem, à peça “ Canastrões”
protagonizada pelo ator brasileiro Paulo Gracindo Júnior e pelos filhos, no Teatro Rivoli do Porto. Uma peça que
homenageia o seu pai, Paulo Gracindo, é que é uma viagem pelo imenso universo
poético de um dos maiores atores da História do Brasil.
“ Canastrões” foi um êxito, suscitando grandes aplausos
do público portuense. No final, o sentimento geral era de satisfação pela
qualidade da peça, a riqueza dos figurinos, a empatia com os espectadores e o
talento dos atores.
Sotaques presente no Concerto de Maria Gadú
O Sotaques Brasil/Portugal vai estar
presente, amanhã, no espectáculo da cantora Maria Gadú no Coliseu do Porto. Maria Gadú
volta a encantar Portugal, depois da digressão que fez com Caetano Veloso e que
mereceu o entusiasmo da crítica e do público.
Rock in Rio Lisboa
Arranca hoje o maior evento musical do Planeta – o Rock in
Rio Lisboa. Este ano – a quinta edição em Portugal – o investimento foi de 25
milhões de euros, estando previstas mais de 100 atuações durante os cinco dias
do evento, com a presença de grandes nomes da música portuguesa – Rui Veloso,
Mão Morta, Carminho, Xutos – e brasileira – Titãs, Moreno Veloso, Erasmo
Carlos, Sepultura – além de, entre outros,
Metallica, Bruce Springstein, Lenny Kravitz e Evanescence.
Dia de África
Comemora-se hoje o Dia de
África
Celebra-se hoje o Dia de
África. Foi a 25 de Maio de 1963, em Addis Ababa, Etiópia, que se juntaram 32 países africanos para
constituir a Organização da Unidade Africana – em 2002, a OUA foi substituída
pela União Africana.
Os objectivos da
organização eram a promoção de uma maior solidariedade entre os povos africanos
nos vários âmbitos – economia, saúde, educação - e que estes tivessem uma voz comum, no plano
internacional. A consolidação da União africana foi essencial para a valorização
dos países africanos no mundo nas últimas décadas.
25 de Maio passou a ser a data evocativa da grande
festa dos povos africanos. Feliz Dia de África não só a todos os africanos, mas
a todos os que amam e respeitam esse extraordinário Continente.
Vidas com Sotaque(s) de Coimbra
A Lição de Coimbra de Raquel Melo
Coimbra é uma lição para Raquel Melo. Esta gestora de Marketing e comunicação digital aprendeu que respeitar as raízes do passado, da cidade que marcou a sua juventude, é o melhor ponto de partido para olhar para o Futuro.
Entrevistamos Raquel Melo para saber como a magia de Coimbra moldou a sua vida, influenciando os seus passos tanto a nível profissional como pessoal. Uma Vida com o Sotaque inconfundível de Coimbra.
P -Raquel Melo: qual é a tua ligação à cidade de Coimbra ?
Coimbra será sempre a minha cidade, porque nasci e cresci em Cantanhede e
já em pequena adorava ir a Coimbra. Era uma festa. Cresci a ouvir o fado, a
passear pelo Mondego acima, a apreciar uma gastronomia riquíssima e um estilo
de vida tranquilo. Quando acabei o curso quis ir para Lisboa, para viver na
«capital» e aprender tudo o que podia, mas a minha essência permanece beirã. Vou
a Coimbra com a regularidade possível, pois é por lá que está a minha família e
é lá que tenho as minhas raízes.
P - O que é que vale a pena conhecer em Coimbra ?
R - Tanta coisa! Podemos começar pela Praça da República, que funciona como ponto de encontro dos estudantes, pelo Teatro Académico Gil Vicente ou pela Associação Académica, nem que seja só para tomar um café. A alta de Coimbra envolve toda a parte histórica e académica, como as universidades, a Biblioteca Joanina, a Sé Velha e a Sé Nova e todos os mosteiros e igrejas que só por si merecem uma visita. Depois há as tascas típicas, as varandas com vista para o Mondego e as escadarias do Quebra-costas, o Arco de Almedina...
Adoro passear nas ruas da baixa, porque têm lojas e recantos que não encontramos nos espaços massificados que são os centros comerciais. O Jardim Botânico, o Jardim da Sereia e, mais recentemente, o Parque Verde, a Ponte pedonal e as chamadas Docas de Coimbra são espaços excelentes para passear. Numa visita pela cidade vale a pena procurar os verdadeiros pastéis e queijadas de Tentúgal ou as arrufadas de Coimbra. Não é assim muito fácil encontrá-los porque, na minha opinião, existem muitas imitações de má qualidade… e se faz pouca divulgação da gastronomia das Beiras.
R - Tanta coisa! Podemos começar pela Praça da República, que funciona como ponto de encontro dos estudantes, pelo Teatro Académico Gil Vicente ou pela Associação Académica, nem que seja só para tomar um café. A alta de Coimbra envolve toda a parte histórica e académica, como as universidades, a Biblioteca Joanina, a Sé Velha e a Sé Nova e todos os mosteiros e igrejas que só por si merecem uma visita. Depois há as tascas típicas, as varandas com vista para o Mondego e as escadarias do Quebra-costas, o Arco de Almedina...
Adoro passear nas ruas da baixa, porque têm lojas e recantos que não encontramos nos espaços massificados que são os centros comerciais. O Jardim Botânico, o Jardim da Sereia e, mais recentemente, o Parque Verde, a Ponte pedonal e as chamadas Docas de Coimbra são espaços excelentes para passear. Numa visita pela cidade vale a pena procurar os verdadeiros pastéis e queijadas de Tentúgal ou as arrufadas de Coimbra. Não é assim muito fácil encontrá-los porque, na minha opinião, existem muitas imitações de má qualidade… e se faz pouca divulgação da gastronomia das Beiras.
As festividades académicas como a Latada e
a Queima das Fitas chamam muito à atenção e são importantes na vida da cidade mas,
não querendo ser saudosista… Já não é a mesma coisa. O ano em que deixei
Coimbra foi o último em que a Queima se realizou no Jardim Dr Manuel Braga,
antes de passar para o outro lado do rio, para o Queimódromo.
P - Estudaste na Universidade de Coimbra. Como foi essa experiência
?
R - Estudar em Coimbra tem uma mística própria. Pode ser do espírito de grupo, dos
jantares académicos, da tradição que tem como objectivo integrar os estudantes
ou da simplicidade das pessoas. A própria história da cidade desenvolveu-se
lado a lado com a Universidade. Na minha experiência da licenciatura em
Jornalismo, o facto de estarmos longe da capital fez com que aproveitássemos
sempre todas as oportunidades para aprender mais. Fez-nos ir à luta, ir a todos
os congressos e seminários que apareciam relacionados com a área e a
experimentarmos a Rádio Universidade de Coimbra ou o Jornal A Cabra para sentir
um pouco da sensação de ser jornalista. Já estudei em Lisboa e o espírito
académico não tem nada a ver com Coimbra.
P - O Sotaques Brasil/Portugal aposta na aproximação dos cultural e empresarial entre Portugal e o
Brasil. Como achas que se poderia aprofundar essa aproximação entre os dois
países?
R - Em primeiro lugar, creio que todos os países de língua portuguesa deveriam explorar mais esse factor cultural que têm em comum e a arte, nas suas variadas formas, tem essa característica de aproximar os povos.
Na conjuntura atual de crise, é essencial que as Empresas dos dois países aprofundem as relações e as parcerias. Assim estimulam a comunicação e confiança entre si e permitem que o volume de negócios entre Portugal e o Brasil possa crescer.
O próprio acordo ortográfico, apesar de não concordar com alguns aspectos, pode ter um efeito extremamente positivo . Vou dar um exemplo: trabalho numa empresa multinacional que tem delegações em Portugal e no Brasil. Os catálogos são traduzidos nas duas versões de «português». Com o novo acordo, os catálogos de ambos países tiveram de ser totalmente revistos, estão mais parecidos mas ainda não se pode utilizar a mesma versão para Portugal e Brasil. As palavras que permitem as duas grafias também me confundem, acabando por optar sempre por escrever na forma «antiga».
No Marketing, sempre achei que os brasileiros eram muito fortes na comunicação e na criatividade. Acompanho vários meios de comunicação da área digital e as tendências do outro lado do oceano.
R - Em primeiro lugar, creio que todos os países de língua portuguesa deveriam explorar mais esse factor cultural que têm em comum e a arte, nas suas variadas formas, tem essa característica de aproximar os povos.
Na conjuntura atual de crise, é essencial que as Empresas dos dois países aprofundem as relações e as parcerias. Assim estimulam a comunicação e confiança entre si e permitem que o volume de negócios entre Portugal e o Brasil possa crescer.
O próprio acordo ortográfico, apesar de não concordar com alguns aspectos, pode ter um efeito extremamente positivo . Vou dar um exemplo: trabalho numa empresa multinacional que tem delegações em Portugal e no Brasil. Os catálogos são traduzidos nas duas versões de «português». Com o novo acordo, os catálogos de ambos países tiveram de ser totalmente revistos, estão mais parecidos mas ainda não se pode utilizar a mesma versão para Portugal e Brasil. As palavras que permitem as duas grafias também me confundem, acabando por optar sempre por escrever na forma «antiga».
No Marketing, sempre achei que os brasileiros eram muito fortes na comunicação e na criatividade. Acompanho vários meios de comunicação da área digital e as tendências do outro lado do oceano.
P - Podes falar-nos da tua atividade profissional na área da marketing nas
redes sociais ?
R - Trabalhei durante seis anos como jornalista, mas por motivos conjunturais surgiu a oportunidade de dedicar-me ao marketing.
Sou gestora de marketing e comunicação numa Empresa multinacional, onde exerço várias funções que vão da redacção das Newsletters semanais, comunicados de imprensa, criação e revisão de textos no Portal, além da manutenção da conta da Empresa no Twitter.
Por outro lado, sou consultora e escrevo para o meu blogue - www.raquelmelo.com - e faço a gestão da respectiva página do Facebook, no Twitter, no Pinterest, etc. Adoro as potencialidades do marketing digital aplicadas às Pequenas e Médias Empresas, de forma que esse foi o tema da minha tese de Mestrado concluído o ano passado.
Uma área que pretendo aprofundar é a da Web Analytics e a do SEO Copywriting, porque considero que fazem sentido ao conjugar a minha formação em Jornalismo e em Estatística e gestão de Informação (no ISEGI).
Sou gestora de marketing e comunicação numa Empresa multinacional, onde exerço várias funções que vão da redacção das Newsletters semanais, comunicados de imprensa, criação e revisão de textos no Portal, além da manutenção da conta da Empresa no Twitter.
Por outro lado, sou consultora e escrevo para o meu blogue - www.raquelmelo.com - e faço a gestão da respectiva página do Facebook, no Twitter, no Pinterest, etc. Adoro as potencialidades do marketing digital aplicadas às Pequenas e Médias Empresas, de forma que esse foi o tema da minha tese de Mestrado concluído o ano passado.
Uma área que pretendo aprofundar é a da Web Analytics e a do SEO Copywriting, porque considero que fazem sentido ao conjugar a minha formação em Jornalismo e em Estatística e gestão de Informação (no ISEGI).
P - Como surgiu a ideia de criares um Blogue nesta área e quais os conteúdos
que podemos encontrar nele ?
R - A ideia de criar um Blogue surgiu-me em 2009, numa cadeira de Inovação e criatividade do Mestrado que estava a fazer em Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social. Quando tive de trocar o jornalismo pelo marketing, profissionalmente, senti necessidade de me manter ligada à escrita, que vejo como uma necessidade vital.
No meu blogue, encontram ferramentas de marketing na Web, divulgação de eventos na área das tecnologias da informação e comunicação, marketing para Pmes e outros temas ligados ao empreendedorismo na Internet e nas redes sociais. É um meio que me permite estar atualizada com as grandes mudanças que a Internet suscitou nas áreas da comunicação e do marketing a nível global, valorizando-me profissionalmente.
R - A ideia de criar um Blogue surgiu-me em 2009, numa cadeira de Inovação e criatividade do Mestrado que estava a fazer em Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social. Quando tive de trocar o jornalismo pelo marketing, profissionalmente, senti necessidade de me manter ligada à escrita, que vejo como uma necessidade vital.
No meu blogue, encontram ferramentas de marketing na Web, divulgação de eventos na área das tecnologias da informação e comunicação, marketing para Pmes e outros temas ligados ao empreendedorismo na Internet e nas redes sociais. É um meio que me permite estar atualizada com as grandes mudanças que a Internet suscitou nas áreas da comunicação e do marketing a nível global, valorizando-me profissionalmente.
P - Qual é o teu Sotaque ?
R - O meu sotaque é o do centro do País. Tem piada, porque quando estagiei no
Canal Notícias de Lisboa tive de o disfarçar de «lisboeta». Sempre ouvi falar
que as pessoas de Coimbra eram as que tinham menos sotaque e vou a ver e digo
“Coêlho” e não “Coâlho”, troco os Vs pelos Bs… Atualmente, assumo o meu sotaque
beirão. Tem a ver com a minha identidade.
P - Coimbra para ti é...
R - Uma cidade acolhedora à qual tenho sempre vontade de regressar. Um porto de abrigo.
Rui Marques
R - Uma cidade acolhedora à qual tenho sempre vontade de regressar. Um porto de abrigo.
Rui Marques
Poetas com Sotaques
Miguel Torga: o poeta da Terra e da Alma portuguesa
O nome de Miguel Torga está indelevelmente ligado a Coimbra. Licenciou-se na Universidade de Coimbra, em Medicina, exercendo como médico num consultório da cidade e nela morreu em 1995.
Adolfo Correia da Rocha nasceu em São Martinho da Anta, Trás-os-Montes, em 1905. Filho de uma família de pobres agricultores, emigrou muito novo para o Brasil para trabalhar na Fazenda de um Tio, aos 12 anos, que se apercebe da sua inteligência, lhe custeia os estudos liceais em Leopoldina e, mais tarde, o curso médico na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
É em Coimbra que o jovem estudante publica o seu primeiro livro de poemas, em 1928, " Ansiedade", e também onde passa a integrar o movimento literário Renascença, do qual faziam parte escritores como José Régio, Branquinho da Fonseca ou Gaspar Simões. As mudanças não ficam por aqui: em 1934, com vinte e sete anos, assume o pseudónimo de Miguel Torga, Miguel em homenagem aos escritores Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno e Torga em referência a uma planta árida da Montanha.
A sua obra é uma imensa ode à terra e à alma portuguesa: compõe-se de livros de poemas como " Orfeu Rebelde", " O outro filho de Job" ou " Libertação", os " Diários" que reflectem o Portugal salazarista, o mundo rural, peças literárias que combinam ficção e memória como " A criação do Mundo". E, claro, os contos de Miguel Torga: os " Contos da Montanha" e os " Novos contos da Montanha", que são obras primas da Literatura em Língua Portuguesa.
Rui Marques
Cidades com Sotaques – Coimbra
Coimbra: a capital sentimental de Portugal
Costuma-se dizer
que Lisboa é a capital, o Porto a capital do trabalho e Coimbra a
capital sentimental de Portugal. Esta cidade, a mais antiga do país, destaca-se
pelo seu lirismo intenso, pela história que se perde por tempos imemoriais,
pelo Fado e guitarra portuguesa, pelo bucolismo do Mondego, por uma
Universidade que se tornou na referência para todas as outras que vieram
depois. O nome de Coimbra provém da povoação romana de Conímbriga, que dista 16
km da atual cidade.
Após as invasões árabes, a
cidade assumiu uma importância decisiva na afirmação do Condado Portugalense -
génese de Portugal. Foi em Coimbra que D. Henrique e D. Teresa fixaram a capital
em1129, substituindo Guimarães –
permanecendo aí até 1225, quando se mudou para Lisboa – e é nela que
nasce D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.
A Universidade de Coimbra
foi a grande impulsionadora da cidade nos séculos seguintes – em 1290, o rei D.
Dinis solicita ao Papa a criação do Estudo Geral, antecessor da Universidade
que, após uma itinerância entre Coimbra e Lisboa, se fixa definitivamente na
cidade em 1537. Atualmente, a Universidade possui
cerca de 21.000 estudantes, sendo 10% estrangeiros: refira-se que ao longo da
História da Universidade estudaram nela vários brasileiros famosos como José Bonifácio, Tomás Gonzaga ou o Padre
José de Anchieta.
Além da Universidade,
devemos falar na importância da música, do Fado de Coimbra e da guitarra
portuguesa – de nomes como Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Artur
Paredes, Carlos Paredes- e da música contemporânea com figuras como Paulo
Furtado ( legendary tiger man), J.P. Simões, WrayGun ou Bunnyranch.
Na cultura e na ciências, surgem personalidades que viveram em Coimbra
como os escritores Antero de Quental, Eça de Queiroz, Vergílio
Ferreira, Miguel Torga, os músicos
Carlos Paredes ou Zeca Afonso, a irmã
Lúcia vidente de Fátima, o matemático
Pedro Nunes, o físico Carlos Fiolhais ou o humorista Pedro Tochas entre tantos
outros. A nível de monumentos para além da belíssima baixa de Coimbra, da Torre
e Paços da Universidade, salientam-se o
Mosteiro de Santa Cruz – onde está
sepultado D. Afonso Henriques- o Convento de Santa Clara, o Portugal dos
pequeninos e a Quinta das Lágrimas onde terão ocorrido os amores proibidos
entre D. Pedro e Inês de Castro.
Dizia Miguel Torga no livro “ Portugal”: Coimbra é uma
linda cidade, cheia de sentido nacional. Não há nenhuma mais bela no país, e
muito que a Nação fez de bom e de mau fê-lo aí, ou teve aí a sua génese”.
Rui Marques
Palco com Sotaques
O Fado da Felicidade de Yolanda Soares
Fado é felicidade. Quem o demonstra é Yolanda Soares, uma artista que faz da metamorfose dos géneros, da combinação entre Fado, música clássica, guitarra, um casamento feliz e unido para sempre, perante o olhar emocionado do público.
O Sotaques falou com Yolanda Soares, a propósito do seu espectáculo " Fado em Concerto, o regresso" - que apresentou pela primeira vez, em 2006, no Disco " Music Box- Fado em Concerto", sendo nomeada, esse ano, como artista revelação para os Globos de ouro - onde também canta músicas do seu novo álbum " Metamorphosis", para saber mais sobre este Fado pleno de felicidade e criatividade.
P - Fado é destino. Qual é o destino do Fado de Yolanda Soares ?
R- O meu Fado é sempre diferente e inovador, nunca será um Fado tradicional. Embora não seja uma fadista - considero-me uma cantora lírica- sou uma amante do Fado até por influências familiares.
O destino do meu Fado é ser inovador, juntando as várias influências que tive ao longo da minha carreira. Agora que é património mundial da humanidade, temos de abrir o Fado ao mundo, às múltiplas influências musicais que o rodeiam.
P - Esse ecletismo está presente nos seus Discos "Music box - Fado em Concerto" e "Metamorphosis". Deve-se à sua formação musical ?
R - Eu tive uma formação muito completa no Conservatório e habituei-me a cantar em vários géneros - não só Fado como música erudita, Jazz, Ópera, música brasileira - viajei musicalmente por várias experiência.
Por isso, é natural que expresse nos meus espectáculos essa diversidade. Mas todos os géneros musicais - o Jazz, o Blues - passam por esse processo de transformação através das influências que recebem, o que só os torna mais ricos musicalmente.
P - Curiosamente, neste espectáculo canta uma canção brasileira inspirada no Lundu, um género musical africano que terá influenciado o Fado. Como surgiu este tema e qual é a sua relação com a música brasileira ?
R - O tema surgiu porque, segundo os estudiosos do Fado, o Lundum cantado pelos escravos africanos foi um percussor do Fado. Ao cantá-lo, estou a homenagear as nossas raízes musicais.
Quanto à música brasileira, como disse anteriormente, tenho uma grande afinidade com ela - já cantei Caetano, Bethânia, Djavan, Gilberto Gil. Sempre gostei muito de cantar e de ouvir música brasileira .
Gostava de fazer parceria com o Ivan Lins por quem nutro uma grande admiração, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Gadú.
P - O Sotaques Brasil/Portugal aposta na aproximação dos criadores portugueses e brasileiros. A Yolanda gostaria de cantar no Brasil e de estabelecer parcerias com artistas brasileiros ?
R - Adorava atuar no Brasil, seria um sonho. É um país com uma grande vitalidade e amor pela música, uma referência para qualquer artista.
Eu acho que temos tudo a ganhar ao fazer essa Ponte entre Portugal e o Brasil: nós podemos encontrar no Brasil esse estímulo de encontrar um grande país, onde se fala a nossa língua e, no qual, a musicalidade é fortíssima, faz parte da identidade nacional, da sua naturalidade, e, por outro lado, os brasileiros podem buscar em Portugal as suas raízes.
Temos tudo a a ganhar com essa troca. Estivemos afastados durante muito tempo, mas somos países irmãos e, é importante mostramos o Portugal contemporâneo, moderno, com projectos de qualidade, ao Brasil.
P - Qual é o Sotaque da Yolanda Soares ?
R - Eu sou de Lisboa, portanto o meu Sotaque é alfacinha.
Se tivesse um Sotaque diferente seria o brasileiro, porque adoro falar o Sotaque do português do Brasil, a sua sonoridade.
P - A música para Yolanda Soares é ....
R - A música para mim é a vida.
R- O meu Fado é sempre diferente e inovador, nunca será um Fado tradicional. Embora não seja uma fadista - considero-me uma cantora lírica- sou uma amante do Fado até por influências familiares.
O destino do meu Fado é ser inovador, juntando as várias influências que tive ao longo da minha carreira. Agora que é património mundial da humanidade, temos de abrir o Fado ao mundo, às múltiplas influências musicais que o rodeiam.
P - Esse ecletismo está presente nos seus Discos "Music box - Fado em Concerto" e "Metamorphosis". Deve-se à sua formação musical ?
R - Eu tive uma formação muito completa no Conservatório e habituei-me a cantar em vários géneros - não só Fado como música erudita, Jazz, Ópera, música brasileira - viajei musicalmente por várias experiência.
Por isso, é natural que expresse nos meus espectáculos essa diversidade. Mas todos os géneros musicais - o Jazz, o Blues - passam por esse processo de transformação através das influências que recebem, o que só os torna mais ricos musicalmente.
P - Curiosamente, neste espectáculo canta uma canção brasileira inspirada no Lundu, um género musical africano que terá influenciado o Fado. Como surgiu este tema e qual é a sua relação com a música brasileira ?
R - O tema surgiu porque, segundo os estudiosos do Fado, o Lundum cantado pelos escravos africanos foi um percussor do Fado. Ao cantá-lo, estou a homenagear as nossas raízes musicais.
Quanto à música brasileira, como disse anteriormente, tenho uma grande afinidade com ela - já cantei Caetano, Bethânia, Djavan, Gilberto Gil. Sempre gostei muito de cantar e de ouvir música brasileira .
Gostava de fazer parceria com o Ivan Lins por quem nutro uma grande admiração, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Gadú.
P - O Sotaques Brasil/Portugal aposta na aproximação dos criadores portugueses e brasileiros. A Yolanda gostaria de cantar no Brasil e de estabelecer parcerias com artistas brasileiros ?
R - Adorava atuar no Brasil, seria um sonho. É um país com uma grande vitalidade e amor pela música, uma referência para qualquer artista.
Eu acho que temos tudo a ganhar ao fazer essa Ponte entre Portugal e o Brasil: nós podemos encontrar no Brasil esse estímulo de encontrar um grande país, onde se fala a nossa língua e, no qual, a musicalidade é fortíssima, faz parte da identidade nacional, da sua naturalidade, e, por outro lado, os brasileiros podem buscar em Portugal as suas raízes.
Temos tudo a a ganhar com essa troca. Estivemos afastados durante muito tempo, mas somos países irmãos e, é importante mostramos o Portugal contemporâneo, moderno, com projectos de qualidade, ao Brasil.
P - Qual é o Sotaque da Yolanda Soares ?
R - Eu sou de Lisboa, portanto o meu Sotaque é alfacinha.
Se tivesse um Sotaque diferente seria o brasileiro, porque adoro falar o Sotaque do português do Brasil, a sua sonoridade.
P - A música para Yolanda Soares é ....
R - A música para mim é a vida.
Rui Marques
Dalton Trevisan vence o Prémio Camões 2012
Foi entregue, hoje em Lisboa, o Prémio Camões 2012, ao escritor brasileiro Dalton Trevisan. A 24ª edição deste prestigiado Prémio literário, que homenageia os escritores da Língua Portuguesa - o maior em Língua portuguesa - consagrou um autor que é uma referência na área do Conto.
Nascido em Curitiba, a 14 de Junho de 1925, Dalton Jérson Trevisan iniciou-se no mundo das letras através da revista Joaquim, que integrou enquanto estudava na Faculdade de Direito de Curitiba. Revista onde se publicaram ensaios de autores como António Cândido ou Mário de Andrade, poemas como " O caso do vestido" de Carlos Drummond de Andrade, além das primeiras obras de ficção do jovem autor como " Sonata ao Luar", "Sete anos de Pastor" ou " Guia histórico de Curitiba".
Em 1959, vence o Prémio Jabuti com a obra " Novelas nada exemplares", afirmando-se como um contista de enorme talento. Livros como " O vampiro de Curitiba", "Cemitério de elefantes" ou " Morte na Praça" são também premiados, levando-o a ganhar o I Prémio Nacional de Contos do Estado do Paraná em 1968.
O seu livro de contos " Ah, é ? ", publicado em 1994, é referido como uma obra-prima do estilo minimalista. A decisão do Júri deste ano foi unânime .
Visto como um dos Prémios mais prestigiantes em Língua portuguesa, o Prémio Camões foi instituído, em 1989, por Portugal e pelo Brasil, atribuindo 100.000 euros ao vencedor. Da extensa lista de premiados fazem parte escritores portugueses como Miguel Torga, Vergílio Ferreira, José Saramago ou Sophia de Mello Breyner, brasileiros como João Cabral de Melo Neto, Rubem Fonseca ou João Ubaldo Ribeiro, moçambicanos como Craveirinha ou angolanos como Luandino Vieira.
Ao premiado, o Sotaques Brasil/Portugal endereça as mais vivas felicitações. Viva a Literatura em Língua Portuguesa, Camões, Dalton Trevisan e todos os escritores que a engrandecem com o seu talento e imaginação.
Rui Marques
Sonhemos com Yolanda Soares
Um Sonho belo, perfeito, de sons, cores, talento e paixão - foi essa a sensação que tiveram os espectadores ontem, no Teatro Rivoli do Porto, que presenciaram o espectáculo de Yolanda Soares. Para essa impressão forte, impregnada de magia, muito contribuiu a mistura, o ecletismo, a capacidade de unir linguagens e géneros, de transpor qualquer fronteira estática da música.
O espectáculo Fado em Concerto, que ela trouxe ao Porto, é um prodígio de inovação: nele reinventa-se o Fado, mostra-se como ele é feliz, como convive em amorosa harmonia com a música clássica, com o Jazz e, sobretudo, como dessa junção aparentemente impossível, renasce, transportando-nos numa viagem de amor, de beleza, de puro prazer.
Yolanda Soares cantou clássicos do Fado como " Lágrima", "Amanhecer", "Canção do Mar", com acompanhamentos dos sons da música clássica e da guitarra portuguesa, cantou no português doce do Brasil, homenageando o Lundun, género africano que influenciou o Fado, mas também se aventurou com letras e músicas do Disco " Metamorphosis". Foi clássica e moderna, tradicional e inovadora, foi numa palavra só, uma artista plena.
Destaque-se também o grupo " Trilhos", que tocou no princípio do espectáculo e do coro " Encantus corus" e o talentoso grupo que secundou Yolanda, que participaram na apoteose musical de bom gosto que nos foi oferecido, nas mais de duas horas que durou este evento inesquecível. A todos e também aos que apoiaram o espectáculo, aos patrocinadores, técnicos de sons, staff, Yolanda generosamente agradeceu.
No final, todos sentimos que, na música e na arte, não há crises. Enquanto houver esta criatividade, Portugal será um país mais próximo da felicidade.
Sonhemos com Yolanda Soares, com um país com a esperança e a felicidade estampada nos rostos e na alma. Como diria o poeta Sebastião da Gama " pelo sonho é que vamos, comovidos e mudos".
Rui Marques
Cidades com Sotaques: Recife
O Recife é a capital do Estado de Pernambuco. A sua população da cidade do Recife é de aproximadamente 1.537.704, enquanto a Região Metropolitana do Recife é constituída por 3.898.470 habitantes, sendo a mais populosa Metrópole do Nordeste brasileiro, a quinta no Brasil, e uma 120 maiores do mundo.
A Economia do Recife é um exemplo de diversidade: possui o maior Pólo Tecnológico do Brasil, o Porto Digital, o maior Porto do Nordeste - Aeroporto Internacional dos Guarapes - além do Complexo Industrial do Suape, onde se encontra o maior Estaleiro do Hemisfério Sul e, claro, um Turismo de grande qualidade que se nutre de uma Região de belíssimas praias que se prolongam pelo Litoral Pernambucano-numa extensão de 187 Km .
A capital, Recife, possui uma das mais belas praias urbanas do Brasil - a Praia de Boa Viagem. Historicamente é uma cidade ligada aos grandes movimentos independentistas, primeiro contra o domínio holandês e posteriormente em oposição à colonização portuguesa: a Insurreição Pernambucana, a Guerra dos Mascates ou a Revolução Pernambucana, são exemplos de uma luta permanente pelo controlo do seu próprio destino por parte dos pernambucanos.
Essa aspiração de Liberdade e autonomia, aliada ao convívio com a natureza e a um urbanismo inovador, transformou o Recife num exemplo de uma Metrópole equilibrada, com um elevado nível de vida. Definitivamente, numa cidade com Sotaque(s) onde se vive bem e que merece uma visita daqueles que não a conhecem.
Rui Marques
Realizou-se a 2ª edição do Festin em Lisboa
Esta semana concluiu, em Lisboa, a 2ª edição do Festin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa. Um evento nascido, em 2010, do esforço conjugado das brasileiras Léa Teixeira, Adriana Niemeyer e do português Victor Serra, com o objectivo de aprofundar os laços da cultura lusófona através do Cinema e a partilha de experiências entre os criadores desta arte.
Na edição deste ano, destacaram-se os filmes brasileiros " As Batidas do Samba", de Bebeto Abrantes e "Amanhã nunca mais" de Tadeu Jungle e o documentário português de César Atouguia " Legados de José Afonso" sobre a vida e obra do grande cantor português.
Rui Marques
Dia Internacional Contra a Homofobia
Dia Internacional Contra a Homofobia
O Dia
Internacional Contra a Homofobia assinala-se hoje, a 17 de maio, data em que,
em 1990, a Organização Mundial de Saúde retira a homossexualidade da lista de
doenças mentais. Hoje, sublinha-se que a homossexualidade não tem cura porque
não é doença. E não tem perdão porque não é pecado.
A homossexualidade já foi considerada doença mental,
até que, a 17 de maio de 1990, a OMS corrige esse erro histórico, num caminho
incompleto, rumo à igualdade entre pessoas com orientação sexual diferente.
O ser humano pode ser homossexual, heterossexual, ou
bissexual. Qualquer uma destas orientações tem o mesmo valor clínico, sendo que
a heterossexualidade é a condição dominante. Deveria ser esta a única
característica diferenciadora, mas o processo de educação humana no combate à
homofobia está longe de ser concluído.
Alguns números podem ajudar a compreender a
homossexualidade. Em primeiro lugar, é mais usual do que se julga. Há estudos
que sugerem que 22 por cento da população tem tendência homossexual, ainda que
outras pesquisas apontem uma percentagem inferior: cerca de 13 por cento.
Ao longo de séculos, foi considerada doença ou
distúrbio, pecado, proibida por lei. Foi razão de penas de morte, até que os
países desenvolvidos reeducaram as sociedades para a perceção de que a
homossexualidade não tem cura porque não é doença, não tem perdão porque não é
pecado.
A 17 de maio, Dia Internacional Contra a Homofobia, o
mundo traça mais um combate nessa batalha, a batalha contra a homofobia, pelo
direito à diferença. Neste dia, em 1990, a OMS deu o primeiro passo. Em 1991, a
Amnistia Internacional passa a considerar que a discriminação contra
homossexuais é uma violação aos direitos humanos.
Passaram mais de duas décadas, mas até as sociedades
ditas mais desenvolvidas têm de lutar contra a homofobia, uma luta que só será
ganha quando deixar de fazer sentido.Sabores e Paladares - Pernambuco
Bolo de rolo
O bolo de rolo, um dos símbolos
pernambucanos.
Essa massa é
enrolada com uma camada de goiabada derretida, dando a aparência de um rocambole.
No entanto, as camadas de massa e goiabada são bem mais finas e o sabor
completamente diferente.
Sua origem
está na adaptação do bolo português "colchão de noiva", uma espécie
de pão de ló enrolado com recheio de nozes. Ao chegarem no Brasil, os portugueses
passaram a trocar o recheio pela goiaba, fruta abundante no nordeste brasileiro,
sempre dosada com muito açúcar dos engenhos da região. Até hoje é comum
polvilhar-se o bolo de rolo com açúcar em sua camada externa, arrematando a
apresentação da sobremesa.
Lampião e Maria Bonita: o Romeu e a Julieta do Sertão Pernambucano
A História de Pernambuco, como toda a História em geral, vive de mitos e figuras lendárias. São elas que alimentam as memórias das populações, passando de Geração em Geração, e que fortalecem a identidade e crenças dos povos.
Lampião e Maria Bonita, o rei do cangaço e a mulher que o acompanhou, na vida e na morte, foram uma versão sertanheja do Romeu e Julieta no Brasil do século XIX. Antes de mais, convêm explicar que o cangaço foi um fenómeno que se prolongou, de meados do século XIX a princípios do século XX, consistindo em grupos de homens armados que assaltavam fazendas, comboios ou sequestravam coronéis, por motivos sociais e de distribuição das Terras.
Houve vários cangaceiros famosos - como Jesuíno Brilhante, o primeiro a ser reconhecido como tal, ou o último cangaceiro, Corisco, morto em 1940 - mas nenhum ascendeu aos altares da mitologia popular como Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Nascido em no Município de Vila Bela ( atual Serra Talhada) no Sertão Pernamucano, em 1897, o jovem Virgulino tornou-se cangaceiro aos 19 anos quando, no decurso de uma disputa com uma família rival, o seu pai, José Ferreira da Silva foi morto pela Polícia.
Para se vingar, Lampião constituiu o seu Bando e passou a atacar as Fazendas dos Coronéis que então governavam o Nordeste Brasileiro. Numa paragem dessas investidas brutais, em que se queimavam e assaltavam as Fazendas, conheceu, perto da Cachoeira de de Paulo Afonso, Maria Déia, filha de um Fazendeiro de Jeremoabo, na Baía.
Ele tinha 34, ela 20. Partiu com ele e o seu Bando.
Maria Bonita e Lampião tiveram uma filha Expedita, em 1932, que deixaram ao cuidado de familiares ou de amigos - nesse aspecto, a lenda e a realidade confundem-se. Sabe-se que ele foi o parteiro da filha.
Resistindo à perseguição da Polícia, durante cerca de 20 anos, em sete Estados do Nordeste brasileiro, o Bando de Lampião acabou por cair numa emboscada no dia 27 de Junho de 1938, na Fazenda de Angicos, no Sertão de Sergipe. Morreram Lampião e Maria Bonita - a quem deceparam a cabeça, ainda viva e gravemente ferida - e as suas cabeças, junto com as de outros membros do Bando, ficaram macabramente expostas, a céu aberto, para servirem de alimento aos urubus.
Lampião e Maria Bonita, no entanto, já tinham alcançado a imortalidade dos mitos. Há muitos registos de fotografias, tiradas pela Imprensa brasileira, que retratou ao longo dos anos, o bando de cangaceiros que era temido e amado, em doses iguais, em todo o país.
No cinema foram realizados três filmes sobre Lampião " Três cabras de Lampião" , 1962, , " Lampião, o rei do cangaço", em 1964, " Meu nome é Lampião" em 1969, e na Televisão foi realizada a mini-série de 1982 " Lampião e Maria Bonita" com Nelson Xavier e Tânia Alves.
Rui Marques
Gilberto Freyre: o sábio pernambucano que estudou as origens do Brasil
Se fizermos um resumo do século XX brasileiro e, escolhermos o nome de um intelectual, que tenha marcado o país, pela profundidade dos seus estudos, o nome de Gilberto Freyre virá em primeiro lugar. Antropólogo, sociólogo, historiador, escritor ou pintor, Freyre deixou um legado precioso para quem, posteriormente, quis investigar a forma como o Brasil se constituiu e se desenvolveu.
Nascido no Recife em 1900, era filho do Juíz Alfredo Freyre e, desde muito jovem, mostrou um grande interesse pela cultura - sobretudo através do desenho e da caricatura. Depois de concluídos os estudos no Brasil, foi estudar para a Universidade de Columbia onde, sob a direcção do famoso antropólogo Franz Boaz, concluiu a sua tese de Mestrado sobre o Tema " A vida social no Brasil em meados do século XIX".
O tema da origem da identidade brasileira dará lugar à sua mais reconhecida tese - o luso-tropicalismo. O termo foi utilizado pela primeira vez, em 1951, numa Conferência realizada em Goa, e procura ser uma interpretação da relação entre a cultura do colonizador e a cultura tropical, do modo como essa integração foi feita, recorrendo aos contributos da Antropologia, da Sociologia ou da Ecologia.
Dessa visão luso-tropicalista, nasceram " Casa Grande e Senzala", " Sobrados e Mucambos" ou " O Luso e o trópico", entre outras obras. Esse sincretismo cultural também terá estado na génese no famoso poema " Baía de todos os Santos e quase todos os pecados", que Manuel Bandeira elogiava, um poema extenso em que faz uma arrebatada declaração de amor à cultura baiana.
Gilberto Freyre morreu no Recife em 1987. Dele disse o escritor Monteiro Lobato " o Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem; vai ser o que Gilberto Freyre disser".
Rui Marques
Grandes nomes da música pernambucana: Alceu Valença
As grandes referências musicais no Brasil não se esgotam no eixo Rio/São Paulo. Em todos os Estados brasileiros, a música é uma marca de identidade, de pertença, de afirmação regional.
Alceu Valença é um dos mais populares cantores nascidos em Pernambuco. Natural de São Bento do Una, em 1946, Alceu cresceu a beber as influências da música do Sertão - influenciado, entre outros, por Jackson do Pandeiro, Luís Gonzaga ou Marinês - e teve uma carreira de grande sucesso, a partir do seu grande êxito dos anos 80, " Coração de bobo".
Fez parceria com Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Zé Ramalho, em 1996, numa série de espectáculos " O grande encontro", que percorreu várias cidades brasileiras. Em 2003, venceu o prémio Tim para melhor cantor regional pelo CD " De Janeiro a Janeiro" e, em 2009, escreveu o guião do filme " Cordel Virtual", que é uma homenagem às raízes musicais de Pernambuco.
Alceu Valença é um dos grandes guardiões dessa tradição musical.
Rui Marques
Grandes nomes da música pernambucana: Luís Gonzaga
Luís Gonzaga é uma das maiores referências da música popular e regional brasileira. Está no mesmo patamar que Dorival Cayimi, Gilberto Gil, Caetano Veloso ou Raul Seixas, pela capacidade que revelou como percursor dos caminhos que a música popular trilhou no Estado de Pernambuco.
Nasceu em Exu, no Sertão de Pernambuco, em 1912. Desde adolescente tocava em bailes e Feiras e, após uma passagem pelo exército, decidiu apostar na carreira musical.
Ganha mais notoriedade no programa de Ary Barroso - autor de Aguarela do Brasil e grande figura da música e do jornalismo brasileiro- quando apresenta a música" Vira e Mexe" que teve enorme sucesso. Posteriormente é contratado pela Rádio Nacional e faz questão de atuar vestido com o traje de vaqueiro, uma sincera homenagem às suas origens.
A lista dos seus êxitos é infindável. Clássicos como " Asa Branca", " Baião" ou " Adeus Pernambuco", fazem dele um dos músicos brasileiros mais populares do século XX.
Um músico, em definitiva, com inconfundível Sotaque pernambucano. Que é a representação mais profunda da alma da música deste belíssimo Estado brasileiro.
Rui Marques
Feliz Dia da Mãe a todas as mães Brasileiras
O Dia das mães comemora-se, no Brasil, no segundo Domingo de Maio. A data foi instituída pela Associação Nacional cristã de moços em Maio de 1918, tendo sido oficializada pelo Presidente Getúlio Vargas em 1932.
A tradição de comemorar o Dia da mãe nasceu nos Estados Unidos: uma mulher que estava deprimida pela morte da mãe, Annie Jarvis, viu como as amigas homenageavam a sua mãe através de uma festa. O evento foi tão bem sucedido que o Presidente norte americano Woodrow Wilson decidiu, em 1914, instituir o Dia da Mãe.
No Brasil celebra-se no segundo Domingo de Maio, tal como nos Estados Unidos, Japão, Turquia ou Itália. Em Portugal festeja-se no primeiro Domingo de Maio.
Para todas as mães brasileiras um bem-haja, um beijo e o desejo de um belo Dia da Mãe.
Autor: Rui Marques
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