Palco com Sotaques



                   O   Fado da Felicidade de  Yolanda Soares

Fado é felicidade. Quem o demonstra  é Yolanda Soares, uma artista que faz   da metamorfose dos géneros, da combinação entre Fado, música clássica, guitarra, um casamento feliz e unido para sempre, perante  o olhar  emocionado  do público. 
O Sotaques falou com Yolanda Soares,  a propósito do seu espectáculo  "  Fado em Concerto, o regresso" - que  apresentou pela primeira vez,  em 2006, no Disco " Music Box- Fado em Concerto", sendo nomeada, esse ano, como artista revelação para os Globos de ouro -   onde também canta músicas do seu novo álbum " Metamorphosis",  para saber mais sobre este  Fado   pleno de felicidade e criatividade. 

P - Fado é destino. Qual é o destino do Fado de Yolanda Soares ? 


R- O meu Fado é sempre diferente e inovador, nunca será um Fado tradicional. Embora não seja uma fadista - considero-me uma cantora lírica- sou uma amante do  Fado até por influências familiares.  
O destino do meu Fado é ser inovador,   juntando  as várias influências  que tive ao longo da minha carreira. Agora que é património mundial da humanidade, temos de abrir o Fado ao mundo,  às múltiplas influências musicais que o rodeiam. 


P - Esse ecletismo está presente nos seus Discos "Music box -  Fado em Concerto" e "Metamorphosis". Deve-se  à  sua formação musical ? 


R - Eu tive uma formação muito completa no Conservatório e habituei-me a cantar em vários géneros - não só Fado como música erudita, Jazz, Ópera,  música brasileira -  viajei musicalmente por várias experiência.
Por isso, é natural que expresse nos meus espectáculos essa diversidade. Mas todos os géneros musicais - o Jazz, o Blues - passam por esse processo de transformação através das influências que recebem, o  que só  os torna mais ricos musicalmente. 


P - Curiosamente,  neste espectáculo  canta uma canção  brasileira inspirada  no Lundu, um género musical africano que terá influenciado o Fado. Como surgiu este tema  e qual é a sua relação com a música brasileira ? 


R - O tema surgiu porque,  segundo os estudiosos do Fado, o Lundum cantado pelos escravos  africanos foi um percussor do Fado. Ao cantá-lo,  estou a homenagear  as nossas raízes musicais.
Quanto à música brasileira, como disse anteriormente, tenho uma grande afinidade com ela - já cantei Caetano, Bethânia, Djavan, Gilberto Gil. Sempre gostei muito de cantar e de ouvir  música brasileira .
 Gostava de  fazer parceria com o Ivan Lins por quem nutro uma grande admiração,  Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Gadú. 


P - O Sotaques Brasil/Portugal aposta na aproximação dos criadores portugueses e brasileiros. A Yolanda gostaria de cantar no Brasil e de estabelecer parcerias com artistas brasileiros ? 


R - Adorava atuar  no Brasil, seria um sonho. É um país com uma grande vitalidade e amor pela música, uma referência para qualquer artista. 
Eu acho que temos tudo a ganhar ao fazer essa  Ponte entre Portugal e o Brasil: nós podemos encontrar no Brasil esse estímulo de encontrar um grande país, onde se fala a nossa língua e, no qual,  a musicalidade é fortíssima, faz parte da identidade nacional, da sua naturalidade,  e, por outro lado, os brasileiros podem buscar em Portugal as suas raízes. 
Temos tudo a a ganhar com essa troca. Estivemos afastados durante muito tempo, mas somos países irmãos e,  é importante mostramos o Portugal contemporâneo, moderno, com projectos de qualidade, ao Brasil. 


P - Qual é o Sotaque da Yolanda Soares ? 


R - Eu sou  de Lisboa,  portanto o meu Sotaque é alfacinha. 
Se tivesse um Sotaque diferente seria o brasileiro, porque adoro falar o  Sotaque do português do Brasil, a sua sonoridade. 


P - A música para Yolanda Soares é  .... 


R - A música para mim é a vida.   

Rui Marques