Sotaques do mês de Novembro: a Bania e as Beiras


                 
           
                         
O mês de Novembro vai ser marcado pela relação muito especial que existe e, muitos portugueses e brasileiros desconhecem, entre a Bania no Brasil e as Beiras em Portugal. Antes de mais, pelo facto de Pedro Álvares Cabral, o comandante que aportou ao Brasil em 1500, em Porto Seguro na Bania  ser natural de Belmonte, no Distrito de Castelo Branco, na Beira Baixa, mas também pela emigração desta Região portuguesa para a Baía.
As Beiras abrangem cidades como Coimbra, Aveiro, Leiria, Santarém, Tomar ou Castelo Branco abrangendo do Litoral ao Interior português. A Baía é um Estado com uma História riquíssima, com a mais extensa Zona marítima do Brasil e o sexto maior PIB do país.
Vamos falar da Literatura, das Cidades,  da Gastronomia, da História, da Cultura, da Língua. De tudo o que nos liga e faz com que, estando tão longe, estamos tão perto um dos outros,
Ao longo deste mês,  vamos revelar as linhas da História desconhecida que se cozem entre estas duas Regiões. Esteja atento(a) porque não vão faltar surpresas !!!

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R. Marques

Efemérides com Sotaques: Serpa Pinto, um herói português


                                     

Alexandre Alberto de Serpa Pinto ficou nos livros  da História  como um dos grandes exploradores do Continente Africano. Nascido a 20 de Abril de 1846, no Concelho de Cinfães em Viseu, Serpa Pinto foi excecionalmente precoce, ingressando  no Colégio Militar aos dez anos e tornando-se, quando ainda era aluno,   no primeiro Comandante do Batalhão.
O Continente africano estava na rota da vida de Serpa Pinto:  viajou pela primeira vez para o Zambeze, em 1869, numa expedição onde desempenhada funções como técnico que avaliava a rede hidrográfica e a topografia local. O objectivo  desta missão era fazer o reconhecimento do território e defender as pretensões portuguesas, numa época em que África era o Continente de todas as ambições das Nações Europeias.  
Em 12 de Novembro de 1877, começa  uma expedição  ainda mais ambiciosa . A partida dá-se em  Benguela, Angola, com a participação de Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo,  e esta segunda incursão por terras africanas sofre uma cisão no Bié, obrigando Serpa Pinto a concluir a travessia em solitário percorrendo Angola, o Congo e partes da Zâmbia,  do Zimbabwe e da África do Sul, concluindo-a em 1879.
Apesar de Portugal ter perdido muitas das suas possessões africanas, com a querela do mapa-cor-de-rosa que enfrentou o país a Inglaterra, a figura de Serpa Pinto foi elevada ao estatuto de ícone nacional. Foi nomeado Cônsul em Zanzibar, em 1885, e Governador Geral de Cabo Verde em 1894, e foi-lhe concedido o título nobiliárquico de Visconde de Serpa Pinto pelo Rei D. Luís.
Morreu em 1900 como um herói português. Um dos maiores exemplos de bravura e capacidade de ultrapassar os obstáculos da História de Portugal,  e um nome incontornável nas páginas de grandes feitos dos portugueses.

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R. Marques

Oscar Niemeyer, o Arquitecto que veio do Futuro


                   

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Há homens que vêm do Futuro. Aparecem para mudar as nossas vidas porque veem mais longe, mais profundamente, desenhando o esboço do que serão as nossas  sociedades nas próximas décadas.
Oscar  Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares veio do Século XXI. Nascido no Rio de Janeiro em 1907, marcou um antes e um depois na História da Arquitetura Mundial,  pela sua visão heterodoxa do modo como deviam ser construídas as cidades.
Niemeyer definiu a sua ideia da arte arquitectónica numa bela frase: não é a linha recta, dura e inflexível  que me atrai, mas a curva livre e sensual que encontro nas montanha do meu país, nas ondas do mar, nas corpo da mulher preferida”. Essa conceção artística da sua atividade era tão brasileira como a Bossa Nova de Tom Jobim e Vinícius,  ou o gingar da bola dos meninos dos bairros do Rio de Janeiro.
Trabalhou com Le Corbusier, participou na construção  do Edifício das Nações Unidas, foi autor de Projetos emblemáticos como a Igreja de São Francisco de Assis em Belo Horizonte, o Parque de Ibirapuera em São Paulo  ou o Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque. Mas se há obra-prima da    visão como criador ela é,   sem dúvida,  Brasília.
Brasília,  a cidade do Futuro, da Ordem e Progresso, de um Brasil aberto e ecologicamente responsável. Foi o responsável pelos edifícios públicos da capital brasileira  como o Edifício do Congresso, o Palácio do Congresso ou a Catedral de Brasília.
Num momento muito sensível, em que se encontra hospitalizado, o Sotaques Brasil/Portugal  presta homenagem ao homem que veio do Futuro e mudou a face arquitectónica  do Brasil, inspirando Gerações de Arquitectos em todo o mundo.


R. Marques  

Teixeira de Pascoaes ou a Arte de ser português



            
                 
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 Chamavam-lhe saudosista, mas Pascoaes era   só um apaixonado com uma melancolia metafísica. Amava Portugal, a sua Geografia, a sua História, e escrevia-lhe cartas de emocionado amor em forma de Poesia, de Prosa  ou de Teatro. Teixeira de Pascoaes deixou uma marca na Literatura portuguesa profunda, influenciando gerações de escritores no século XX.
Nascido em 8 de Novembro de 1877, em Amarante, numa família aristocrática com uma forte tradição jurídica, vai estudar Direito em Coimbra, onde se licencia. Começa a trabalhar como advogado, em Amarante e no Porto e, posteriormente, torna-se Juiz  Mas o seu pendor filosófico e desejo de se expressar através da escrita,  vence as obrigações do jurista – ele próprio escreve que entre “ o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tantos como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus”.
No universo literário de Pascoaes,  a natureza tem um papel demiúrgico – os seus livros de poemas como “Mâranus”, “ Regresso ao Paraíso” ou “ Elegia do amor”, revelam-nos o poeta que canta a beleza da Serra do Marão, e a osmose panteísta  entre a natureza e o  homem. Além da poesia, Pascoaes notabiliza-se no Teatro com a peça “ Jesus Cristo”, em colaboração com  Raul Brandão, e sobretudo com uma galeria de  magníficas biografias  romanceadas como “ São Paulo”, “ Camilo Castelo Branco, o penitente”, “ Napoleão” ou “ Santo Agostinho”.
Também é um escritor que está na vanguarda dos grandes movimentos literários do seu tempo. É fundador da Renascença, ao lado de António Sérgio e Raul Proença, e da Revista “ Águia” junto com Jaime Cortesão e Leonardo Coimbra.
Provavelmente, a maior herança que nos legou Teixeira de Pascoaes – que morreu em 1952 – esteja contida nesse tesouro literário que é outra obra sua “ A Arte de ser português”. Uma declaração de amor incondicional a Portugal, à Pátria que defendia vibrantemente, sem concessões, numa saudade infinita e bela.  

R. Marques 

Obama, um Presidente com Sotaques


Barack Obama reeleito Presidente dos Estados Unidos

Após uma renhida corrida à Casa Branca, Barack Obama foi reeleito Presidente dos Estados Unidos, batendo o candidato do partido Republicano, Mitt Romney. Depois de uma vitória excecional em 2008, o candidato democrata ganhou novamente, renovando as esperanças não só da América do Norte, mas do mundo.

Barack Obama, o primeiro Presidente negro da História dos Estados Unidos, filho de pai queniano e mãe americana, professor de Direito na prestigiada Universidade de Harvard, advogado de causas sociais em Chicago, representa o triunfo de uma sociedade com Sotaques, multicultural, universal. De uma sociedade em que a diferença de cor ou raça esbate-se face à igualdade real entre os homens, em que todos podem alcançar aquilo por que lutam sem olhar ao estatuto económico.

Obama é um Presidente com Sotaques !!!

E o Sotaques Brasil/Portugal saúda a sua reeleição !!!

R. Marques

Homenagem Sotaques a Sophia de Mello Breyner: a Deusa da Poesia portuguesa




No reino da palavra poética, o nome próprio  é tudo. É indicador de uma mundividência, de um espírito forte e insubmisso que não cede ao autoritarismo literário e político, por isso, o nome Sophia tinha,  teve, tem e terá uma força muito própria no Universo poético português.
Sophia de Mello Breyner Andersen nasceu no dia 6 de Novembro de 1919, numa casa da Rua António Cardoso, na cidade do Porto. Bisneta de Jan  Andersen, que veio da Dinamarca e aportou à Invicta à procura de fortuna, implantando raízes duradouras que deixaram marcas – o seu filho, João Henrique comprou o terreno onde hoje é o Jardim Botânico, no Campo Alegre, onde brincaram Sophia e o seu primo, outro grande escritor português, Ruben A.
Foi nos Jardins frondosos do Campo Alegre, entre as árvores e a água límpida das fontes, que a menina Sophia começou a imaginar. E a imaginação, como nós sabemos, é a irmã gémea da Literatura, partilham um laço comum que nunca se perde.
Educada nos valores católicas de uma família da alta aristocracia portuguesa, Sophia sempre pensou pela própria cabeça. Foi dirigente de movimentos universitários católicos, enquanto frequentava o Curso de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa e travou amizade, entre outros, com dois escritores ligados à oposição a Salazar – Jorge de Sena e Rui Cinatti.
A criação artística e a intervenção política, para ela, nunca foram campos antagónicos, mas complementares. Foi autora, por exemplo, da “ Cantata da paz”, música de intervenção e de denúncia do Salazarismo, e sempre teve, junto com o seu marido, o Jornalista Francisco Sousa Tavares, uma atitude de firme repulsa contra o Estado Novo.
Literariamente, a sua obra é fulgurante: na Poesia destacam-se Livros como “ “Poesia”, “O Dia do Mar”, Coral”, “ Livro Sexto” – que venceu o Grande Prémio de poesia da Sociedade Portuguesa de autores – ou Dual, na Literatura infantil clássicos como a “ Fada Oriana” e “ O Cavaleiro  da Dinamarca”, ensaios e os seus excecionais “ Contos exemplares”.
Primeira mulher a vencer o Prémio Camões em 1999, Sophia está no panteão dos Deuses literários nacionais – ao lado de Camões ou Pessoa. Com nome próprio como só é apanágio dos  Grandes da sublime arte da poesia.

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R. Marques

Evento Poético dedicado a Camões em Melgaço


No passado sábado, 3 de Novembro, realizou-se a segunda sessão do Ciclo poético de Melgaço dedicado a Luís Vaz de Camões. Organizado pelo Sotaques Brasil/Portugal, o Evento contou com a participação do público, que compareceu em grande número, e foi uma oportunidade para evocar uma das grandes figuras da Literatura nacional e universal.

O Sotaques continua assim  a cumprir uma das suas missões primordiais – divulgar a Cultura e os  autores  ligados à História e Património da Língua  portuguesa.

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R. Marques  

Especial Sotaques sobre os Madredeus


                               
Esta semana queremos homenagear um grupo que revolucionou a música portuguesa: os Madredeus. Ao longo dos próximos dias vamos contar como se formaram, quem foram as suas figuras principais e, sobretudo, que novos caminhos abriram para a música e a cultura portuguesas.
Para além de todos os méritos que tiveram, foram um grupo muito acarinhado no Brasil, por exemplo, e exportaram a sua música para todo o mundo. Esse poder de levar a Língua portuguesa a todos os Continentes, apostando em letras e sonoridades muito específicas,  tornaram-nos  embaixadores de Portugal.
Num  ano em que  comemoram 25 anos de carreira do grupo, e iniciarão  brevemente  uma nova  digressão, vamos trilhar os caminhos dos Madredeus. E descobrir como foi gerado este Projeto musical que,  como dizia o poeta para falar da Expansão portuguesa,  “ deu novos mundos ao mundo”.
Estejam atentos !!! Porque boa música e conteúdos surpreendentes não faltarão !!!

www.sotaques.pt – À descoberta das nossas  raízes culturais

R. Marques


Livros com Sotaques


 “ El Imperio eres tu ” de Javier Moro


O Livro com Sotaques desta semana dedicado ao Rei D. Pedro I é a obra do escritor espanhol  Javier Moro “El Imperio eres tu”. Uma obra que venceu o mais prestigiado prémio literário espanhol, o Prémio Planeta, em 2011,  e que lança um olhar peculiar, exterior à análise que os historiadores portugueses e brasileiros   fazem sobre a vida de D. Pedro.
Uma vida cheia de contradições entre o homem e o Rei, o homem que teve sucessivas amantes, contraditório, e o Monarca que respeitou as Cartas Constitucionais  e lutou pela liberdade no Brasil e em Portugal,  numa era de Reis absolutos. Essa riqueza biográfica é a que torna D. Pedro numa personagem única e,  que merece ser não só tema de obras de Literatura como objeto de filmes, de reportagens, de uma visão mais aprofundada.
Aqui fica a nossa recomendação,  de um Livro com Sotaques,  que nos mostra as luzes e as sombras de D. Pedro I. Junto com um desafio: precisamos todos de conhecer melhor quem  foi D.Pedro, porque só assim nos conheceremos melhor enquanto povos e indivíduos.  

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R. Marques 

Parabéns a José Carlos Vasconcelos, novo académico da Academia de Letras do Brasil





O jornalista e escritor português, José Carlos Vasconcelos, é o novo sócio-correspondente da Academia de Letras do Brasil e será confirmado,  no habitual Chá da tarde, esta quinta-feira, daquela Instituição sediada no Rio de Janeiro. O nome de José Carlos Vasconcelos foi sugerido pela professora de Língua Portuguesa, Cleonice Berardinelli e pelo advogado Marcos Vilaça, ex-Presidente da Academia, e foi a única candidatura apreciada nesta sessão.
José Carlos Vasconcelos, atualmente Diretor do prestigiado Jornal de Letras, é licenciado em Direito e tem uma carreira notável no Jornalismo português, além de ser um poeta e escritor de reconhecida qualidade. Também se tem destacado na valorização da ligação luso-brasileira e no fortalecimento das relações culturais entre os dois povos.
A Academia das Letras do Brasil foi fundada em 1897, tendo como primeiro Presidente o escritor Machado de Assis. É composta por quarenta sócios permanentes e vinte sócios correspondentes, que representam os letrados que não vivem no Brasil, entre os quais já constavam três portugueses – Agustina Bessa-Luís, Mário Soares e Urbano Tavares Rodrigues.
Ao novo sócio-correspondente da Academia de Letras do Brasil, o Sotaques deseja as maiores felicidades e a continuação da divulgação cultural das relações luso-brasileiras.

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R. Marques 

Ciclo de Poesia em Melgaço regressa no Dia 3 de Novembro


No próximo dia 3 de Novembro, sábado, pelas 21h30, regressa o Ciclo de Poesia de Melgaço “À descoberta da pessoa poética que há em ti” no Bar das Termas do Peso, em Melgaço. Devid
o a contingências inesperadas, tivemos de alterar a data desta sessão para este dia. 
O Evento que divulgaremos nas redes sociais, será dedicado a outra das figuras cimeiras da nossa Literatura – Luís Vaz de Camões – depois de termos começado este Menu poético por degustar a arte de Fernando Pessoa. A Festa da Poesia em Melgaço prosseguirá num local que, ele próprio, está carregado de Literatura e encanto. 
Preparem-se para mais uma noite muito especial com um poeta que nos diz tanto e que é eterno. Esperamos pela vossa presença !!!

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R. Marques

Agustina Bessa- Luís



                                  João Portugal 

Agustina Bessa-Luís fez 90 anos no passado dia 15 de Outubro. Uma data extraordinariamente simbólica para a Literatura portuguesa, apesar da doença a mitigar. Porque Agust
ina é uma herdeira avantajada dos nossos grandes clássicos: antes de todos do grande Camilo Castelo Branco, que transformou em deliciosa personagem literária em " Fanny Owen", mas também de Garrett, de Eça, de Aquilino ou de Vergílio Ferreira.
Ninguém como ela traçou uma descrição mais lúcida e cruel da Região Norte e da cidade do Porto, não escondendo os vícios, a mesquinhez, a manipulação, mas também mostrando-nos a alma do Norte, aquelas características que o tornam único. A corte do Norte", " Fanny Owen" ou " Vale Abraão". são escritos com uma linguagem visual que, mais tarde, Manoel de Oliveira, reproduziu brilhantemente em vários filmes. 
Nos 90 anos de vida de Agustina Bessa-Luis, o país tem o dever de homenageá-la como deve ser, como um dos maiores vultos da História da nossa Literatura. E não ficar por este envergonhado silêncio que, a Norte, se torna ainda mais ensudercedor.
Agustina tem de reviver em Tertúlias, colóquios, em evocações: desde as páginas do Sotaques, lanço este repto aos nossos agentes culturais !!!

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D. Pedro: um imenso coração do tamanho da cidade do Porto


                    

Poucas cidades criaram um elo de ligação  tão profundo e especial,  com um Monarca, como o Porto com D. Pedro I. O Rei que gritou a Liberdade do Brasil, nas margens do Rio Ipiranga, simboliza para as gentes do Porto o patriotismo, a coragem, a resistência face ao inimigo.
O episódio do Cerco do Porto está no centro da História: D. Pedro após a independência do Brasil, abdica do trono para a sua filha, D. Maria II, que regressa a Portugal para reinar em 1828, jurando cumprir os princípios consagrados na Carta Constitucional de 1826, outorgada pelo seu pai. O seu Tio, D. Miguel de Bragança, recebe a regência do Governo da irmã de D. Pedro, Isabel Maria de Bragança, que governava em nome da sobrinha,   e compromete-se a respeitar a Carta, no entanto, a 13 de Março dissolve as Cortes e,  a 3 de Maio,  convoca o Conselho dos três Estados para dirimir a questão do Direito sucessório do Trono português.
A 25 de Junho, o Conselho proclama Rei absoluto D. Miguel, precipitando o inevitável conflito. Uma Guerra civil e fratricida,  que se prolongou entre 1828 e 1834, e que teve no Cerco do Porto uma das suas batalhas decisivas.
Com efeito, num espaço de um ano – entre  Julho de 1832 e Agosto de 1833 – as forças liberais estiveram sitiadas pelo exército absolutista no Porto. As hostes abriram-se quando uma esquadra liberal, enviada por D. Pedro e constituída por cerca de 60 navios e oito mil homens, desembarcou  no Mindelo, em Vila do Conde, procurando assegurar o domínio no Norte do país.   
Entre outras curiosidades, registe-se que, na esquadra existia um batalhão de académicos, em que pontificavam  Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Joaquim António de Aguiar. O Rei D. Pedro e o escritor  Almeida Garrett, provavelmente os dois maiores símbolos da História do Porto, imortalizados em Estátuas na Avenida da Liberdade, no Porto,  defendiam assim a mesma causa.
No dia 9 de Julho de 1832, o exército libertador entra na cidade do Porto, da qual tinham desertado os absolutistas. Estes reorganizam-se e iniciam um cerco à cidade, que sofre, entre outras contrariedades, o tifo, a cólera e a fome, e as sucessivas investidas aos postos avançados liberais, sobretudo a Serra do Pilar,  que era o único ponto de resistência que tinham na margem sul do Douro.
Apesar das dificuldades, a persistência e  astúcia militar do Marechal Saldanha, coadjuvado pelo capitão de mar inglês, Carlos Napier, leva a sucessivas derrotas miguelistas em batalhas como a Batalha de Ponte Ferreira,  ou as escaramuças  na atual Rua do Heróismo. Saldanha entra  em triunfo na  cidade,  finalmente libertada,  em 20 de Agosto de 1833.
O Rei soldado, D. Pedro, visita a cidade entre 26 de Julho e 6 de Agosto de 1833, em reconhecimento pela resistência heroica dos portuenses. D. Pedro participa em várias cerimónias civis e religiosas, como a entrega das chaves da cidade à Rainha , ou uma oração de graças e um  Te Deum na Igreja da Lapa.
A mesma Igreja que, por vontade testamental, passou em 1835 a albergar o coração de D. Pedro, que ainda hoje pode ser contemplado no edifício. Saliente-se também que, por decreto  redigido   por Almeida Garrett e assinado por D. Maria II, a figura de D. Pedro passou a fazer parte das Armas da cidade do Porto.
Escrevia-se então neste documento que “"as armas sejam esquarteladas com as do reino e tenham ao centro, num escudete de púrpura o coração de oiro de D.Pedro, sobrepojadas por uma coroa de duque, tendo por timbre o "Dragão negro das antigas Armas dos senhores Reis destes reinos", e junte aos seus títulos o de Invicta."
O imenso coração de um Rei que libertou duas Nações,  ainda pulsa na mui nobre e sempre Invicta cidade do Porto, que o ama incondicionalmente.

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R. Marques

Naveguemos pelo Mar da Internet, na travessia entre Portugal e o Brasil

                                               

  Entrevista do  Sotaques dada ao site www.b2bnetwriters.pt da nossa Parceira Raquel Melo 


Comunicar é a palavra chave do Século XXI. Pôr em comum as experiências, partilhar os meios e recursos, crescer numa lógica de complementaridade que permita ultrapassar os desafios da Globalização, esses  novos Adamastores que ameaçam a prosperidade económica das Nações,  como os antigos destroçavam as Caravelas portuguesas,  nos Lusíadas de Luís Vaz de Camões.  
Portugal e o Brasil têm muito mais que uma Língua em  comum.  Tem o desejo e a necessidade de se projetarem para fora de si, ultrapassando os estreitos limites da sua Geografia Continental e abarcando o Mundo como um todo.
O Brasil é uma potência em fase de consolidação na economia e na Geo-Política global. Necessita  ter uma presença constante na Europa, nos Estados Unidos, na Ásia, sendo Portugal uma via de acesso natural, devido às ligações que possui nos vários Continentes.
Portugal, por sua vez, tem de diversificar as suas relações internacionais. Os tempos do Euro-Centrismo, da aposta total na União Europeia como única Entidade mediadora no crescimento económico e social do país, chegaram ao fim: é urgente revitalizar as conexões que, histórica e culturalmente, nos unem à chamada Lusofonia e, particularmente, ao Brasil.
Como fazê-lo é a grande pergunta. A resposta é muito simples.
Através dos  agentes da Sociedade Civil – por via dos Projectos Culturais e Económicos, Associações, Fundações, Empresas, Organismos Públicos e Privados – que estimulem o encontro de vontades, energias e recursos entre portugueses e brasileiros. E, nesse sentido, a Internet é a Plataforma imprescindível, a Infra-Estrutura base, o novo Mar que liga os dois povos, mais de 500 anos depois da Viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
O Sotaques Brasil/Portugal – www.sotaques.pt – é  um Projecto Cultural e Económico que, entre outros formatos, assumiu a dimensão de   uma Revista Online Luso-brasileira,  recolhendo assim  o legado da  mítica revista Orpheu de princípios do Século XX,  em que participaram  Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro ou Almada Negreiros ou autores brasileiros como  Ronald de Carvalho. Em parceria com a Associação Cultural Sotaques, nascida na cidade do Porto, o Sotaques representa essa vontade de aprofundar as relações com o Brasil e navegar nesse imenso Mar de possibilidades que é a Internet, aproximando-nos em parcerias e projectos comuns em Portugal e no Brasil.
Esse é o caminho cultural e económico que devemos trilhar: criar pontes entre os dois povos, que perdurem e que acrescentem valor e valores à nossa atividade quotidiana. A viagem será longa mas aliciante,  e cabe-nos, na Internet, nas redes sociais, no terreno, empreendê-la e aumentar a nossa comunicação e partilha de recursos culturais, económicos, sociais e ecológicos.
O Sotaques Brasil/Portugal é um dos navios dessa Viagem. Juntem-se a nós à Descoberta daquilo que nos une, histórica e culturalmente,  e nos tornará mais fortes no Século XXI.

Rui Marques e António Bernardini/ Revista Online Sotaques Brasil/Portugal

Homenagem com Sotaques


                  
                 
                          Morreu Manuel António Pina

Amava os gatos e os seus poemas tinham a leveza dos movimentos destes  felinos, saltando sobre a realidade com uma elegância e sabedoria raras. Manuel António Pina morreu hoje, 19 de Outubro na cidade do Porto, deixando imensas saudades na Literatura, no Jornalismo, na arte de olhar o mundo com uma perspicácia invulgar .
Nascido no Sabugal, em 1943, Manuel António Pina licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, mas foi na Literatura e no Jornalismo que se notabilizou. Poeta extraordinário, galardoado com o Prémio Camões em 2011, autor maior da Literatura infantil, jornalista magnífico que escrevia crónicas inesquecíveis no Jornal de Notícias, em todas as áreas mostrava uma ironia finíssima e uma brilhantez multifacetada.
O Sotaques vai prestar este fim-de-semana uma merecidíssima Homenagem a Manuel António Pina. Com textos e poemas, celebrando um autor imortal da nossa Literatura.

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R. Marques 

Parcerias com Sotaques




                                            SL  Produtora

As Parcerias com Sotaques viajam pelos mares da criatividade e da cultura  e ligam Portugal e o Brasil. Desenvolvemos uma Parceria com a Empresa Samira Lima Produtora, uma Produtora brasileira com mais de 15 anos de experiência,  sediada no Rio de Janeiro,  com atividades nas áreas da produção e supervisão  de Eventos artísticos e formação na área áudio-visual.
Uma Parceria com Sotaques, sem fronteiras, que queremos fortalecer cada vez mais !!!

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R. Marques

Parcerias com Sotaques



                             Ritmos e Temas na Womex 2012

O nosso Parceiro Ritmos e Temas está presente num dos maiores Eventos mundiais da área da música e do espetáculo: a Womex 2012, uma Feira de Música Global que se realiza 
em Tessalónica na Grécia entre 17 e 21 de Outubro. Desejamos as maiores felicidades à Ritmos e Temas, uma Empresa de produção, promoção de Eventos e espetáculos que olha para o Mundo como um vasto espaço de oportunidades. 
Esse é o espírito empreendedor dos Parceiros com Sotaques. Boa sorte para os nossos Parceiros !!!

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R. Marques

Evento com Sotaques com a presença da atriz da Globo, Úrsula Corona



O Sotaques marcou presença como parceiro no Evento “ Encontro com a Lusofonia” que se realizou na sexta-feira, dia 12 de Outubro, às 21h30 na Casa Barbot em Gaia, 
e no sábado, dia 13 de Outubro, em Lisboa no Auditório do Hotel Inspira Santa Marta. O Evento em Lisboa, organizado pelo nosso Parceiro Ritmos e Temas, foi moderado pela escritora açoriana Manuela Bulcão, contando com a participação do docente da Universidade Lusófona, Zaluar Basílio e o historiador Adelino Amaro, e teve como convidada especial a atriz da novela da Globo “ O Astro”, Úrsula Corona, que declamou um poema de Camilo Pessanha. 
Foi mais um Evento com Sotaques que juntou Portugal e o Brasil. Agradecemos à atriz Úrsula Corona pela sua participação brilhante na homenagem aos poetas lusófonos. 


www.sotaques.pt – O site de todas as pátrias da Língua Portuguesa 

R. Marques

A Língua Portuguesa na Internet e a partilha de experiências nos negócios




Apesar das assimetrias no nível de utilização, a Língua Portuguesa é importante na Internet em volume de utilizadores. O Português é um grande potenciador da troca de experiências de negócios e conhecimentos profissionais em várias áreas da atividade económica, assim como do aumento os negócios entre países onde se fala a língua de Camões. Algumas empresas já o estão a fazer, mas de que estamos à espera para aumentar o nível de partilha?
O português é a quinta língua do mundo em termos de utilizadores na Internet, segundo os dados do Internetworldstats.com e ainda tem bastante margem para evoluir, quando comparamos com a América do Norte, em que a taxa de penetração da Internet na população é de mais de 78%. O Acordo Ortográfico tem suscitado muita discussão e, concorde-se ou não, surge no sentido de aproximar e reforçar a Língua Portuguesa num mundo globalizado. O primado da economia assim o obriga. Basta referir que o Brasil é o 7º maior mercado de internet no mundo e muitas vezes a versão de websites em Português do Brasil surge primeiro do que a versão de Português Europeu, como é muitas vezes designado.
Em contrapartida, em Portugal o crescimento do Produto Interno Bruto tem verificado uma estagnação nos últimos 15 anos, tendo-se verificado uma divergência em relação aos valores registados pela União Europeia. Esta situação estava de certa forma prevista no Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal (Missão para a Sociedade da Informação, 1997), que perspectivava a transformação necessária e já alertava para o aparecimento de novas oportunidades de negócio, que exigiam soluções criativas e formas inovadoras de desenvolver a distribuição e a comercialização dos produtos e serviços. As questões levantadas no documento num contexto de globalização permanecem actuais. Como refere o texto, «no caso português, fundamentalmente caracterizado pela predominância das PME e, face às naturais condicionantes geográficas de país periférico, o desenvolvimento e generalização da implantação de estruturas de suporte a redes de empresas irá decerto constituir um factor de sobrevivência num cenário de economia global». Passados 15 anos da data desta publicação, o país encontra-se em clima de recessão económica. O ano passado ficou para a história de Portugal pelo ano em que o FMI voltou a entrar no país depois dos anteriores pedidos de intervenção de 1977 e 1983 e o presente ano tem sido marcado pela austeridade e pelo desemprego. Apesar da situação económica, Portugal tem a população com maior nível de escolaridade da sua própria história.   
Há países de Língua Portuguesa que, apesar de também se verem afetados pela conjuntura atual, têm experimentado crescimentos nos últimos anos. Este é o caso do Brasil, que integra os BRIC (acrónimo BRIC, que corresponde à crescente importância e potencial de países como o Brasil, Rússia, Índia e China, criado por Jim O'Neill da consultora Goldman Sachs em 2001). Outros casos interessantes são o desenvolvimento económico de Angola e de Moçambique,  encarados como um caso de sucesso entre as economias africanas. 
Como além da língua, partilhamos uma cultura que nos diferencia das outras, de que estamos à espera para tornar esse fator uma vantagem? As empresas portuguesas estão a procurar sair da sua zona de conforto para encontrar soluções para a crise lá fora, em mercados com taxas de crescimento mais elevadas.
Os países de língua portuguesa poderão encontrar em Portugal a sua entrada no mercado europeu, assim como colaborar na construção de conhecimento e partilha de tecnologia em português. Todos os países têm muito a ganhar com esta cooperação, desde a partilha de conhecimento nas escolas e universidades à construção de empresas com maior massa crítica no mercado globalizado.
Para que a Língua cumpra a sua função unificadora, a comunicação empresarial tem de estar à altura do desafio e as empresas têm de reconhecer a sua importância, aos mais variados níveis. Para manter os negócios na era da Internet, é preciso respeitar a Língua Portuguesa e expressar-nos de forma clara para evitar equívocos decorrentes de vivências culturais diferentes e estereótipos. A comunicação fluída permite construir um ambiente de confiança entre os diferentes povos, condição indispensável para o estabelecimento de relações empresariais.

Parcerias com Sotaques com Raquel Melo





As Parcerias com Sotaques estão cada vez mais sólidas. Queremos que os nossos Parceiros nos enriqueçam com a sua experiência e criatividade. 
Já esta quinta-feira, a nossa Parceira na área das redes sociais e da comunicação e marketing na era digital, Raquel Melo, vai partilhar com os nossos leitores um interessante artigo sobre a importância do Português no mundo. Vale a pena ler este texto que nos traça um presente de crescimento e expansão, e antevê um futuro cheio de oportunidades para a Língua portuguesa e, nesse contexto, para Portugal. 
Não percam esta quinta-feira este excelente artigo !!!

www.sotaques.pt - Parceiros do teu talento e criatividade 


R. Marques

Sotaques homenageia D. Pedro em Outubro



Este vai ser um mês especial no Sotaques e para os nossos leitores e seguidores. Decidimos homenagear o homem que simboliza, melhor do que ninguém, a Ponte cultural entre Portugal e o Brasil: o Mo
narca D. Pedro I. 
Foi a 12 de Outubro de 1798 que nasceu e, no dia 12 do mesmo mês em 1822, que se tornou no primeiro Rei do Brasil, depois do famoso grito dado nas margens do Rio Ipiranga a 7 de Setembro desse ano. D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal – reinou durante um brevíssimo período a coroa no trono português – é um monarca amado e admirado pelos dois povos. 
Curiosamente, foi um libertador nos dois países – ao proclamar a independência do Brasil e ao vir em socorro da sua filha D.Maria II, derrotando o seu irmão D. Miguel, e recuperando a coroa portuguesa dos Absolutistas.
Também tem uma ligação fortíssima com a cidade do Porto. Que o respeita mais do que a nenhum outro Rei da História de Portugal, e o vê como um dos seus símbolos intemporais. 
Neste mês de Outubro, vamos percorrer a História desta figura maior das nossas Histórias. Uma homenagem com Sotaques, a um pioneiro que abriu a Ponte cultural entre Portugal e o Brasil como Nações independentes, estimulando-nos a construir novas ligações entre os dois povos. 

www.sotaques.pt – Fazemos História todos os dias 

R. Marques

Sotaques presente na Tertúlia “ Encontro com a Lusofonia” em Lisboa


O Sotaques esteve este sábado, 13 de Outubro, na Tertúlia “ Encontro com a Lusofonia”, em Lisboa. Uma Tertúlia muito especial, realizada às 21h30,  no auditório do  Hotel Inspira Santa Marta, com a moderação da escritora açoriana Manuela Bulcão e a presença do professor da Universidade Lusófona,  Zaluar Basílio e do historiador Adelino Amaro, representante da IV antologia de poetas lusófonos.
Foi mais um Evento com Sotaque(s) da Língua portuguesa que tivemos o prazer de acompanhar.

www.sotaques.pt – O site onde todos falam a mesma Língua

R. Marques  

Efemérides com Sotaques



Outubro é um mês especial para a História do Brasil e Portugal. Foi a 12 de Outubro de 1789 que nasceu D. Pedro IV, que foi durante um breve período rei de Portugal, e que mais tarde seria coroado Rei do Brasil, curiosamente a 12 de Outubro de 1822.
Portugal também deve muito a D. Pedro que abdicou da coroa brasileira em favor de D. Pedro II, mobilizando um exército com as hostes liberais , em território português, em 1832, que acabaria por derrotar o seu irmão D. Miguel que usurpara o trono à sua filha, D. Maria II. D. Miguel morreria tuberculoso em 24 de Setembro de 1834, aos 35 anos.
D. Pedro é um rei muito amado e respeitado em Portugal e no Brasil, e especialmente na cidade do Porto. Por decisão testamentária, o seu coração está sepultado na Igreja da Senhora da Lapa, no Porto, e a Praça principal do Porto homenageia-o com um Monumento alusivo ao longo cerco que sofreram as forças liberais de D. Pedro pelo exército miguelista.

www.sotaques.pt – A memória da nossa História está aqui


R. Marques