Espelho d’águapoesia13
à cidade de Cachoeira
 
O ondear da onda
embala o enigma dos homens.
É sempre África nesta cidade.
 
E as águas serpenteiam
antigas calçadas e ruas.
Para além da ponte, para além dos mangues.
 
O ondear da onda
Golpeia o sono das pedras.
É sempre solar este rio.
 
E a maresia orvalha
As ruínas dos engenhos.
Há um poente em cada janela.
 
O ondear da onda
vem de outras margens.
É sempre ontem nas torres das igrejas.
 
E tarda o trem que passa
anunciando abismos e manhãs.
Há sonhos e rumores nas jangadas.
 
 
O ondear da onda
avança sobre o tempo.
É preciso escrever no espelho d’água.
Adriano Eysen
Adriano Eysen Rego (1976), poeta, contista e crítico literário, é natural de Salvador. Licenciado em Letras Vernáculas pela UEFS, Especialista em Estudos Literários pela UNEB, professor de Literatura Portuguesa e Brasileira da UNEB, Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC-Minas e membro efetivo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. O autor publicou, dentre outros livros, Imagens do Sertão na poética de Castro Alves (2005/06 – ensaio - UESB), Cicatriz do silêncio (vencedor do concurso de poesia Banco Capital, 2007) e Assombros Solares (2011 – poesia – Via Litterarum).
 
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Anima Luminaria, a arte do invisível que ilumina o Porto

O português Paulo Gaspar Ferreira e a brasileira Luciana Bignardi fotografaram, durante cinco meses, milhares de clarabóias. Fruto desta parceria luso-brasileira nasceu um livro,  que reúne a poesia visual desses objectos e as palavras que os poetas lhes dedicaram.
Saiba mais, nesta entrevista, sobre a alma luminosa que se esconde atrás das clarabóias do Porto


P – Paulo e Luciana : para compreender melhor este projecto, é imprescindível conhecermos melhor a vossa trajectória profissional. Qual foi o vosso percurso ?
PF   – Eu não sou apenas fotógrafo, sou várias coisas ao mesmo tempo. O meu pai era alfarrabista e, para mim,  a livraria dele foi uma Universidade, o local onde tirei o meu curso superior através dos  contactos com pessoas ligadas às artes, e a minha actividade profissional está ligada aos livros antigos.
LB– Eu sou natural de São Paulo e tenho uma formação ligada ao Design de ambiente : a arquitectura, o urbanismo  e a pintura eram áreas que me interessavam, mas aquilo que realmente me apaixonava era a fotografia.
P – Como surgiu esta parceria ?
PF - Há trinta anos que comecei a interessar-me por registar visualmente as clarabóias. Essa actividade exigia muitas horas – porque temos de fotografar este objecto a uma determinada hora para captar a luz – e quando conheci a Luciana e o trabalho dela, achei que era a altura ideal para realizarmos, em conjunto, um projecto sobre as clarabóias do Porto.
LB - Vivo há muitos anos em Portugal,  e sinto um grande afecto pela cidade do Porto. As clarabóias são também parte dessa cidade que  me diz muito.
Quisemos mostrar estas jóias que o Porto tem, que merecem ser cuidadas e preservadas,  porque muitas não estão num bom estado de conservação.
P – Vai ter continuidade este projecto  Anima Luminaria ?
PF  – Reunimos um conjunto de milhares de fotografias de clarabóias,  e surgiu a ideia de juntar esse registo fotográfico a poesia ligada a este tema. Curiosamente, existe uma quantidade assinalável de poemas ligados a este assunto, o que mostra que a beleza das clarabóias não passou despercebida aos poetas.
Outra possibilidade que achamos interessante,  é criar um roteiro turístico ligado às clarabóias.
LB– Este é um legado que as pessoas têm de conhecer melhor. Por estarem escondidas, às vezes não nos apercebemos onde estão as clarabóias.
Ainda há poucas semanas, encontrei por acaso uma clarabóia num local bastante curioso, e avisei o Paulo. Esta parceria também pretende dar a conhecer,  não só às pessoas que vivem na cidade, como aos estrangeiros e, naturalmente aos brasileiros, este traço da cultura burguesa que não encontramos num número tão esmagador  em nenhuma outra cidade do mundo.
Rui Marques
www.facebook.com/sotaques - Divulgamos as parcerias com sotaques





Telmo Pires: um fadista com o mundo na alma

A nova geração do fado não pára de nos surpreender com o seu talento. Telmo Pires é um nome a ouvir com muita atenção: viveu anos na Alemanha, absorveu estímulos variados que influenciaram a sua música, e juntou  toda esta versatilidade nas suas canções.
Agora, no regresso a Lisboa, mostra-nos no álbum “ Fado promessa”,  que é um fadista com o mundo na alma.


P – Como caracteriza o seu Fado ?
TP - Para ser sincero: não sei. É muito próprio.
 Não cresci em Lisboa, não frequentei casas  de fado desde miúdo, os meus pais não estão ligados à arte ou musica. Portanto tive que percorrer sempre caminhos muito próprios, diferentes.
Acho que se sente e ouve neste disco.

P – Que influências principais estão neste Disco Fado promessa?
TP -As minhas influências foram sempre as emoções que sinto na  vida, o amor, a minha história, meu passado, meu presente, o que quero exprimir, o que me toca.
 Não gosto de me limitar ou ser limitado. Durante as gravações,  aconteceram arranjos e ideias imprevistas, como trabalhar com várias vozes, mas que fazem sentido   e depois ficaram.

P - Tem alguma música que prefira neste álbum. Qual e porquê ?
TP - Para mim são todas músicas preferidas. Mas há três que estão muito ligadas a mim  e são bastante pessoais: ‘Meu amor’, ‘Morena’ e ‘Os navios’. 

P- O Telmo viveu em Berlim 11 anos. Como essa vivência influenciou a sua música  ? 
TP -  Aprendi que música é uma linguagem universal. Conheci tantos músicos, alemães e estrangeiros que vivem lá e com quais trabalhei, a quem mostrei o fado e que compreenderam, que se ligaram ao fado mesmo sem perceberem os poemas. Aprendi que tudo tem que fluir, que a música não conhece barreiras,  e que temos de estar com a mente e coração aberto... na vida e na arte.

P – Os ouvintes alemães interessam-se pelo fado ?
 TP - Sim, há um público para fado,  e está a crescer!  Quando eu comecei a cantar português na Alemanha - antes de me  mudar para Berlim -  em teatros frequentados quase só por público alemão,  o fado ainda era bastante desconhecido.
Os “Madredeus” eram vendidos como “Fado”. Felizmente isso mudou muito. Hoje ainda só ficam admirados, porque não se conhecem homens no fado.

 P – Quais são as suas principais referências neste género musical?
 TP- Há três vozes que me levaram ao fado... que me abriram o caminho para o fado. Amália Rodrigues, Carlos do Carmo e Dulce Pontes. Sem o conhecimento destas vozes, a arte desta expressão, de certeza absoluta que hoje não cantaria fado.

P –  Qual é a primeira memória que tem do Fado?
TP -    É de ouvir falar o meu avô duma cantora que ele adorava, que “não havia ninguém que cantasse como ela”, que se chamava Amália. E de ouvir a voz de Carlos do Carmo,  no carro dos meus pais,  nas longas viagens da Alemanha para Portugal,  quando era miúdo. 

P – Como olha para o crescente interesse mundial na nossa música mais emblemática ?
TP - Acho que nós todos gostamos muito de ver. Mas também gosto de inovação e novas ideias.
Não gosto de clichés, de ver fazer certas coisas “porque o fado é assim”. Isso para mim não existe:  estamos em 2014,  e uma música para ser autêntica, não se pode referir e até  nos  prendermos  só aos belos tempos passados.

Não podemos negar o dia de hoje, tudo que acontece tem influência no processo de criação. E nós somos criadores. É de nós que depende o futuro.

P – Vive agora em Lisboa. A cidade inspira-o a criar novas músicas ?
TP -  Lisboa é a minha maior paixão... desde que a pisei com 4 ou 5 anos pela primeira vez. Não nasci cá, nasci no norte em Bragança,  onde vou muita vez.
Toda a cidade é inspiradora, cheia de beleza, tristeza, de cores e paladares. Só aqui é que consigo fazer o que faço e ser quem sou.

P – Que outras músicas ouve para além do Fado
TP -  Muita coisa! Gosto de rock, de pop, da  chanson, de música clássica...

P – A Revista Sotaques fala da diversidade dos Sotaques. Como é que é que caracteriza  o seu sotaque ?
TP - Briganenseboeta. Uma mistura de bracarense e lisboeta. 

P – Gostava de apresentar este seu trabalho no Brasil ?
TP-  Adorava ter concertos no Brasil! Nunca fui, apesar de ter lá família.

P – O que acha da música brasileira e do intercâmbio artístico entre os artistas portugueses e brasileiros ?
TP - Gosto de tudo que sirva para comunicar e aprender uma cultura diferente,  e aprendermos uns dos outros. Tudo que aconteça organicamente. Duetos de artistas que gostam mesmo um do outro, se admiram e juntam a sua arte... é lindo, sente-se a vontade e energia!
Há fusões muito ricas em som e expressão. Seja fado com música brasileira, árabe, com musica electrónica ou clássica.
 Tem que fazer sentido. Mas muita coisa está a ser dirigida pelas grandes editoras... aí o interesse é óbvio: é de conquistar novos mercados.

P – Em 2014   onde vamos poder ouvi-lo e como vai ser a sua agenda?
 TP - Estou ainda muito contente de ter tido o convite,  e a minha estreia no auditório do Museu do Fado,  aqui em Lisboa em Julho. Foi uma grande honra e privilégio e reconhecimento. 
Este Outono vou entrar em novas gravações e há concertos marcados para a Alemanha, Áustria... e bastante ainda a acontecer. Mas mais fora de Portugal.



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Brasileiro ganha Nobel da Matemática


O matemático brasileiro Arthur Avila Cordeiro de Melo, de 35 anos, recebeu a Medalha Fields, popularmente conhecida como o "Nobel da Matemática". Arthur, que é pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) do Rio de Janeiro, será a primeira pessoa da América Latina a ganhar o prêmio.
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Morreu Emídio Rangel


Fundador da TSF e antigo director-geral da SIC e da RTP ajudou a revolucionar a rádio e a televisão em Portugal.

Almada Negreiros, um Leonardo da Vinci português

Nenhum artista nacional, no século XX, fez tanto e em tantas áreas como Almada Negreiros. Pintor, escritor, ilustrador, cenógrafo, não houve praticamente arte onde não deixasse a sua marca indelével.
Amigo de Fernando Pessoa, ultrapassou-o na heteronímia das artes, na capacidade de se desdobrar em múltiplos talentos, sempre com a mesma voracidade criativa. Curiosamente, Almada e Fernando Pessoa morreram na mesma cama , no Hospital São Francisco dos franceses, um sinal do destino destes dois geniais amigos que se tratavam por tu.

Quando José Sobral de Almada Negreiros nasceu, parafraseando-o, já se tinham inventado todas as palavras que haveriam de salvar o mundo, só faltava salvar o mundo. Corria o ano de 1893, na Trindade, em São Tomé e Príncipe, num fim de século XIX que anunciava uma nova era,  em que o futuro seria uma afirmação plena das potencialidades do homem.

O artista, neste contexto, era o profeta da mudança. E Almada, desde jovem, sentiu esse chamamento profundo da arte.

Regressado a Portugal com a família, Almada passou pelo Colégio de Jesuítas de Campolide e pelo Liceu de Coimbra,  antes de ingressar na Escola Internacional de Lisboa. Esta Instituição foi decisiva na sua formação artística: servindo-lhe  como oficina,  foi lá que desenhou o primeiro desenho  “n’A Sátira” e, em 1912, redigiu integralmente o jornal Manuscrito A Paródia, que expôs no I Salão dos Humoristas portugueses.

Em 1913,   realiza  a sua primeira exposição internacional, na qual apresenta cerca de 90 desenhos da Escola Internacional. A fazer a cobertura da exposição está Fernando Pessoa, que escreve para a revista “Águia” uma crítica – e desse primeiro contacto entre estes dois génios da cultura nacional nascerá uma amizade inquebrantável, e um célebre quadro que Almada pinta de Pessoa.
Almada continua o seu percurso como ilustrador – colabora em várias publicações e, em 1914, torna-se director artístico do semanário “Papagaio real”. Mas a sua criatividade não se fica pelo desenho e a ilustração – em 1917, escreve a novela “A engomadeira”, com características eminentemente surrealistas.

Integra com Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Amadeo de Sousa Cardoso, a primeira edição da revista Orpheu, que é objecto de uma crítica mordaz de Júlio Dantas, que acusa os autores de serem pessoas sem juízo. Almada terá a sua vingança intelectual com o famoso manifesto anti-Dantas, em que demolirá os argumentos deste escritor que era uma espécie de patriarca das letras portuguesas da época.
Outras artes movem o seu insaciável génio. Em 1915 realiza o bailado “ O sonho da rosa”.
A 21 de Outubro desse ano, Almada desfere o golpe contra o conservadorismo nacional e a figura de Júlio Dantas.

O “ Manifesto anti-Dantas e por extenso” é uma afirmação da geração moderna aglutinada à volta da revista Orpheu contra o Portugal imóvel, separado da Europa. Júlio Dantas, escritor conceituado, médico, jornalista e académico, era a cabeça visível do velho regime das letras e da cultura nacional.
Sublime manifestação de ironia, o texto original é um dos tesouros da Literatura portuguesa. Tanto impacto causou, aquém e além fronteiras, que Almada se correspondeu, na altura com Sonia Delanunay, que estava refugiada em Portugal com o marido, e esta acabou por conseguir a sua  publicação nos meios artísticos europeus com o título “ Primeira Descoberta de Portugal”.

Fascinado pelo futurismo italiano,  Almada surge, em 1917, vestido de operário, e dá uma conferência “ Ultimatum futurista às gerações portuguesas do século XX”. Paralelamente, escreve a novela “ K4 O quadrado azul”, inspirada  no bailado.

Em 1921,  começa a colaborar com António Ferro,  máximo  responsável da propaganda nacional do regime de Salazar mas, igualmente, um protector das artes e dos artistas. Este apresenta a sua  conferência   “ A invenção do corpo” como “ o imaginário na terra de cegos”, e convida-o a desenhar para a ilustração portuguesa.

Desenhará a capa do livro de António Ferro “ A arte de bem morrer”, continuando a produzir ilustrações para revistas, cartazes para empresas e publicando peças como “ Pierrot e Arlequim” ( 1924), romances como “ Nome de guerra” ( 1925) e ensaios como “ A questão dos painéis: a história de um acaso de uma importante descoberta do seu autor” em 1926.

Entre 1927 e 1932, vive em Espanha, persistindo na sua actividade artístico e merecendo os mais rasgados elogios da crítica espanhola. Casa em 1934 com a também pintora Sarah Afonso, é o autor do selo para a emissão comemorativa da 1ª Exposição colonial, um cartaz para o álbum “Portugal 1934 e ilustrações para o programa das festas de Lisboa. Inicia também os estudos para a colocação dos vitrais na Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa.

No ano de 1941 é organizada a exposição “ Almada – trinta anos de desenho” e é convidado pelo Secretariado Nacional  a participar na  6ª Exposição de Arte Moderna e na Exposição  “ Artistas portugueses” apresentada no Rio de Janeiro, atribuindo-lhe em 1942 o prémio Columbano.
De 1943 a 1948, a sua actividade criativa centra-se na realização dos fescos das Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos, vencendo o prémio Domingos Cerqueira.
Da década de 50 até à década de 70, quando morre, Almada desenha obras tão notáveis como os vitrais da Igreja do Santo Contestável, da Capela de S. Gabriel, e pinta o célebre retrato de Fernando Pessoa. Ou obras como os painéis para o bloco do edifício das Águas livres e fescos para a Escola Patrício Prazeres ( 1956), a decoração das fachadas da Cidade Universitária ( 1957),  o Hotel de Santa Luzia ( 1958) ou o Palácio de Justiça de Aveiro ( 1962).

Em 1969,  despede-se com duas obras – o painel do átrio da Fundação Calouste de Gulbenkian e os frescos na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Duas das suas obras mais importantes, mostrando uma qualidade extraordinária que não decaiu com o passar dos anos.

Morre em 1970. José de Almada Negreiros, um Leonardo da Vinci português, artista de mil e uma artes, um  génio do século XX.

Rui Marques

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Morreu Eduardo Campos, candidato às presidenciais no Brasil


Eduardo Henrique Accioly Campos foi um economista e político brasileiro, ex-governador de Pernambuco, presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidato à Presidência da República nas eleições de 2014.

À luz das clarabóias nasce uma nova parceria luso-brasileira

Paulo  Gaspar Ferreira  e Luciana Bignardi encontraram-se num daqueles caminhos da história que unem os  brasileiros e portugueses. O valor da sua parceria é um exemplo da enorme riqueza que alberga a cidade do Porto, transportando para o presente uma arte, simultaneamente efémera e intemporal, fugaz e eterna.

Tinha de ser no Porto. A cidade que honra o grande herói da independência brasileira, D. Pedro, é um lugar privilegiado para  que os atores culturais brasileiros e portugueses se unam na  divulgação de uma história que revela, a cada pormenor, imensos pontos em comum.

Paulo  Gaspar Ferreira  é portuense, Luciana Bignardi é paulista. Ambos são apaixonados pela cidade do Porto, pelos seus monumentos, pela sua história tão particular, por aquilo que só a objectiva de uma máquina fotográfica consegue captar com precisão.

O Porto é um tesouro artístico a céu aberto. E as clarabóias são uma espécie de cereja em cima do topo do bolo: as belas casas  senhoriais   não dispensam   esse chapéu iluminado que lhes confere uma graciosidade singular, e que as completam de um modo perfeito.

Através de um trabalho moroso de levantamento do património existente, os dois fotógrafos reuniram cerca de 200 imagens, exibindo uma parte significativa das  clarabóias que povoam os céus da cidade do Porto. Esse monumental acervo cultural será objecto de um livro “ Anima Luminaria”, que está em preparação e à procura de financiamento na actualidade.

O que o projecto “ Anima Luminaria” nos mostra é a enorme importância que tem os agentes culturais privados,  na realização daquilo que podemos chamar de serviço público. Não foram as autoridades governamentais ou camarárias que fizeram este trabalho como lhes competia – foram os particulares.
Apoiar este livro “ Anima Luminaria” é um dever cultural de todos nós. Sejam as autoridades públicas ou os mecenas privados, temos a obrigação moral de levar para diante esta obra,  e aproveitar esta ideia de fazer das clarabóias um roteiro específico, que cative a vinda de turistas nacionais e estrangeiros e a descoberta da cidade do Porto.

Visitar, por exemplo, a espantosa clarabóia do Pátio das Nações, no Palácio da Bolsa,  com cerca de 200 metros quadrados, dá-nos um vislumbre da importância das clarabóias nesta cidade. Mas também outras clarabóias extraordinariamente belas como o Palacete Pinto Leite, o Colégio dos Maristas da Boavista ou o Edifício sede da Ordem dos Advogados e tantas outras, mais pequenas ou maiores, que se estendem pela malha urbana.

Esta parceria cheia de história está impregnada dos valores da cidade do Porto. No  Porto, pela iniciativa de uma dupla luso-brasileira  bate, fortemente, o coração de D. Pedro iluminado, certamente,  por uma bela e escondida clarabóia.

Rui Marques

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As artes plásticas iluminam a Revista Sotaques



A edição de Agosto da revista Sotaques Brasil/Portugal é iluminada pelas artes plásticas. A arte invisível das magníficas clarabóias do Porto, que o projecto luso-brasileiro “Anima Luminaria” desvenda perante o nosso olhar fascinado; o amor à arte e a arte do amor que a dupla de artistas plásticos nacionais Alua Pólen recriou em trinta anos de carreira artística; ou a arte iconoclasta do brasileiro Valter Nu, através dos seus Tecno-Orixás.

Falamos de Almada Negreiros, um Leonardo da Vinci português. Também abordamos a paixão pelo Teatro e por Portugal do actor e encenador brasileiro William Gavião.

Na música conhecemos melhor o fadista Telmo Pires, na moda, a criatividade do jovem estilista António Granja, e na rubrica Ilha dos Amores lemos um poema sobre a Natureza do poeta brasileiro Adriano Eysen.

E não faltam outras surpresas que não desvendamos.

Caro leitor: deixe-se iluminar pela arte através da revista Sotaques Brasil/Portugal de Agosto !

Leia aqui a edição de Agosto  - > https://issuu.com/sotaques/docs/revista_agosto/1?e=0

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O ator Alexandre Borges manda um beijo para Portugal.





A Revista Sotaques  falou com hum dos Grandes astros da Televisão Brasileira.



Alexandre Borges confidenciou-SOE quali E o Seu sotaque. 

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José Saramago, o escritor insubmisso


Morria a 18 de Junho de 2010  o escritor português José Saramago. Quatro anos sem um escritor,  que  deixou marcas profundas na Literatura mundial,  afirmando-se como   um cidadão exemplar, de causas, sem medo de denunciar os desmandos do poder.

A vida deste eterno resistente é, ela própria, um romance. Nascido em 1922 numa família pobre de agricultores  da Golegã, no Distrito de Santarém, Saramago veio com os pais para Lisboa aos dois anos.


Devido a dificuldades económicas não frequentou a Universidade, embora se tornasse num assíduo leitor da Biblioteca Municipal, situada no Palácio de Galveias. O seu primeiro trabalho foi como torneiro mecânico, tornando-se posteriormente funcionário público – entretanto publicou, em 1947, o romance “ Terra do pecado” que teve um acolhimento frio.

Apaixonado pela literatura, José Saramago trabalhou nas décadas seguintes em editoras, foi tradutor e jornalista – nesta condição, foi Director do Diário de Noticias durante um breve lapso de tempo.

Os ventos do 25 de Abril e da democracia trouxeram, definitivamente,  a consagração pública de José Saramago,  no meio literário português. Obras como “ Levantado do Chão” em 1980 e, especialmente, “ Memorial do Convento” em 1982, que retrata os amores imaginários de Baltazar e Blimunda no Palácio de Mafra, no reinado de D.João V.

A partir daí livros como “ O ano da morte de Ricardo Reis”, “ O evangelho sobre Jesus Cristo”, “ Jangada de Pedra” ou “ Ensaio sobre a Cegueira” elevaram-no à condição de ícone da literatura portuguesa. O Nobel que recebeu em 1998 foi apenas o cume de uma escalada íngreme, nada fácil, de alguém que, com trabalho e talento, venceu os condicionalismos externos.

Paralelamente, nunca deixou de escrever artigos em jornais, de participar em manifestações. O cidadão Saramago nunca se calou, apesar dosprémios e das homenagens institucionais.

José Saramago foi  escritor insubmisso como muito poucos na história  literatura mundial do século XX. Um homem e um escritor de causas como é raro encontrar.

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R. Marques





O conde Maurício de Nassau, o Brasileiro

               
João Maurício de Nassau-Siegen nasceu a 17 de Junho de 1604 e  foi conde  e príncipe de Nassau-Siegen, um Estado do Sacro Império Romano-Germânico e,  mais tarde da Confederação Germânica, localizada nas cercanias das cidades de Wiesbaden e Coblença.

Mas foi também uma das figuras históricas mais importantes na história colonial do Brasil, passando para a história com o cognome de “ O brasileiro”. Chegado ao Recife numa comitiva da poderosa companhia neerlandesa das Índias Ocidentais, em 1637, rapidamente procurou desenvolver a metrópole.

Construiu diques, aquedutos, palácios ( como o Palácio de Friburgo e o Palácio da Boa Vista), o jardim botânico e o jardim zoológico, um museu natural e um observatório astronómico. Consolidou a Nova Holanda em terras brasileiras, e combateu as forças portuguesas e espanholas.

Após várias batalhas, assinou-se um Tratado de paz entre as forças holandesas e os portugueses e o Conde de Nassau acabou por regressar à Europa. No período em que administrou o Recife ( 1637- 1644), Nassau tornou a cidade numa urbe moderno, com um planeamento urbano eficaz, e uma política de tolerância religiosa que atraiu comerciantes de todos os países.

Faleceu a 20 de Dezembro de 1679 em Cleves, na Alemanha, onde está enterrado.

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R. Marques

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17 de Junho de 1962, o Brasil torna-se bicampeão mundial

No dia 17 de Junho de 1962, o Brasil sagrava-se campeão do mundo em Santiago do Chile. Na final vencia a Checoslováquia por 3 a 1 com golos de Amarildo, Zito e Vavá.

Com uma equipa cheia de craques como Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Djalma Santos, Didi, Zagalo, Amarildo ou Vavá, o Brasil voltava a conquistar o mundial. Garrincha foi eleito o melhor jogador do torneio.

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Portugal enfrenta a Alemanha Arena Fonte Nova

Hoje entra em campo a selecção portuguesa no campeonato do mundo  Brasil 2014. Num jogo entre grandes selecções pois o rival é a Alemanha, outros dos candidatos a vencer o mundial.
Nos últimos 14  anos, Portugal e a Alemanha acumulam  grandes resultados a nível internacional, só faltando a vitória final  . Portugal foi três vezes à meia-final dos  Europeus  – disputando a final em 2004 – e uma vez à meia-final do mundial 2006.

Os comandados de Paulo Bento chegam em óptima forma depois da recuperação da estrela Cristiano Ronaldo, e do último jogo de preparação contra a Irlanda – a turma lusa venceu por 5 a 1. As expectativas apontam para um grande espectáculo no Arena Fonte Nova, em Salvador da Bahia.
A revista Sotaques fará uma cobertura do jogo através do nosso enviado especial Paulo César, deslocado ao Estádio. Não percam a crónica dele sobre o jogo.

 O palco do Portugal vs Alemanha será o moderno Arena Fonte Nova

Arena-Fonte-Nova-Salvador
O jogo entre Portugal e a Alemanha, desta segunda-feira, vai realizar-se no moderno Arena Fonte Nova em  Salvador da Bahia. Também conhecido como complexo desportivo Octávio Mangabeira, é um Estádio sofisticado que pode acolher jogos de futebol e espectáculos musicais.

Serviu de palco ao jogo Holanda vs Espanha neste mundial , tem uma lotação de 50.000 pessoas e é considerado um dos quatro estádios mais evoluídos em termos de instalações e tecnologia entre os 14 construídos para acolher o campeonato do mundo.

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R. Marques

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