À luz das clarabóias nasce uma nova parceria luso-brasileira

Paulo  Gaspar Ferreira  e Luciana Bignardi encontraram-se num daqueles caminhos da história que unem os  brasileiros e portugueses. O valor da sua parceria é um exemplo da enorme riqueza que alberga a cidade do Porto, transportando para o presente uma arte, simultaneamente efémera e intemporal, fugaz e eterna.

Tinha de ser no Porto. A cidade que honra o grande herói da independência brasileira, D. Pedro, é um lugar privilegiado para  que os atores culturais brasileiros e portugueses se unam na  divulgação de uma história que revela, a cada pormenor, imensos pontos em comum.

Paulo  Gaspar Ferreira  é portuense, Luciana Bignardi é paulista. Ambos são apaixonados pela cidade do Porto, pelos seus monumentos, pela sua história tão particular, por aquilo que só a objectiva de uma máquina fotográfica consegue captar com precisão.

O Porto é um tesouro artístico a céu aberto. E as clarabóias são uma espécie de cereja em cima do topo do bolo: as belas casas  senhoriais   não dispensam   esse chapéu iluminado que lhes confere uma graciosidade singular, e que as completam de um modo perfeito.

Através de um trabalho moroso de levantamento do património existente, os dois fotógrafos reuniram cerca de 200 imagens, exibindo uma parte significativa das  clarabóias que povoam os céus da cidade do Porto. Esse monumental acervo cultural será objecto de um livro “ Anima Luminaria”, que está em preparação e à procura de financiamento na actualidade.

O que o projecto “ Anima Luminaria” nos mostra é a enorme importância que tem os agentes culturais privados,  na realização daquilo que podemos chamar de serviço público. Não foram as autoridades governamentais ou camarárias que fizeram este trabalho como lhes competia – foram os particulares.
Apoiar este livro “ Anima Luminaria” é um dever cultural de todos nós. Sejam as autoridades públicas ou os mecenas privados, temos a obrigação moral de levar para diante esta obra,  e aproveitar esta ideia de fazer das clarabóias um roteiro específico, que cative a vinda de turistas nacionais e estrangeiros e a descoberta da cidade do Porto.

Visitar, por exemplo, a espantosa clarabóia do Pátio das Nações, no Palácio da Bolsa,  com cerca de 200 metros quadrados, dá-nos um vislumbre da importância das clarabóias nesta cidade. Mas também outras clarabóias extraordinariamente belas como o Palacete Pinto Leite, o Colégio dos Maristas da Boavista ou o Edifício sede da Ordem dos Advogados e tantas outras, mais pequenas ou maiores, que se estendem pela malha urbana.

Esta parceria cheia de história está impregnada dos valores da cidade do Porto. No  Porto, pela iniciativa de uma dupla luso-brasileira  bate, fortemente, o coração de D. Pedro iluminado, certamente,  por uma bela e escondida clarabóia.

Rui Marques

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