Literatura
O nosso blogue passa a ter regularmente uma sessão chamada Livros com Sotaques, em que recomendamos livros recentes e antigos, que consideramos obras emblemáticas da Literatura portuguesa e brasileira. Uma oportunidade para relermos os clássicos e falarmos das novidades, estabelecendo uma ponte cultural e literária entre os dois países.
Passatempo
Com (Paixão) pela língua portuguesa
Maria Filomena Paixão foi a vencedora do primeiro passatempo da língua portuguesa do Projeto Cultural Sotaques. Entre os muitos candidatos que participaram neste Concurso, foi seleccionada a frase " Esta é a ditosa pátria minha amada" da autoria de Luís Vaz de Camões, que foi proposta por Maria Filomena Paixão e que representa a universalidade da língua portuguesa.
Parabéns Maria Filomena Paixão !!!
Sotaques no Porto Alive
A equipa do Projeto Cultural Sotaques foi convidada pelo programa Porto Alive do Porto Canal esta semana. Rui Marques, Pedro Araújo e António Bernardini explicaram como surgiu a ideia do Projeto e falaram nas imensas potencialidades de uma ideia que está condenada ao sucesso.
Foi uma entrevista bem-humorada e marcada pela extrema simpatia da apresentadora Maria Cerqueira Gomes. No final, a fotografia da praxe foi tirada com os três mosqueteiros do Sotaques e a apresentadora do Porto Alive.
A equipa do Sotaques foi muito bem recebida pelos profissionais do canal portuense. Um canal que gosta de se expressar com sotaque(s), e que nos fez sentir como se estivéssemos em casa a falar com amigos.
Vinicius de Morais
Vinicius é, em muitos sentidos, a alma poética do Brasil. Viveu e gozou como muito poucos, escreveu poemas memoráveis como Operário em construção, mas também letras inesquecíveis da Bossa Nova como Garota de Ipanema ou Aguarela do Brasil.
Presença do "Sotaques" no Porto Alive no PORTO CANAL
Amanhã, quarta-feira, em direto no Porto Canal!
Os membros do Projeto Cultural Sotaques foram convidado pelo Porto Canal para uma apresentação do seu projeto, no programa Porto Alive.
Trata-se de um programa diário de 2ªf a 6ªf em DIRETO das 19h00 às 20h50.
Convidamos todos a assistir ao programa e a conhecer um pouco melhor os sotaques da língua portuguesa.
A pátria de Fernando Pessoa é uma realidade
Quase duzentos anos depois do famoso Grito do Ipiranga, pela primeira vez na história desde o momento em que o Brasil se tornou um país independente e soberano de Portugal, podemos afirmar que partilhamos, verdadeiramente, a mesma Língua. Na escrita e na leitura, na entoação das palavras já não existem fronteiras ou barreiras, muros culturais que antes nos separavam, a Língua portuguesa é de todos e para todos, um bem que tem o ADN dos portugueses e brasileiros.
Portugal e Brasil são como dois pais que têm um filho em comum. Doravante temos de cuidá-lo, alimentá-lo, vê-lo crescer, tornar-se mais forte, neste mundo onde a palavra crise se tornou num fantasma omnipresente.
Pois bem, meus amigos portugueses e brasileiros, esta crise é a nossa oportunidade. Estamos juntos, os dois povos, num mesmo desafio, numa causa aglutinadora: promover o conhecimento mútuo, congregar esforços, aproximar as regiões dos dois países, no conhecimento dos Sotaques que nasceram e cresceram no decurso da longa história das relações luso-brasileiras.
Num sentido profundo do termo, somos herdeiros dos homens e mulheres que protagonizaram o 7 de Setembro de 1822. De D. Pedro, das elites brasileiras do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas, dos portugueses que sonharam criar uma nova Nação, noutro Continente. Mas também fomos herdeiros, anteriormente, do extraordinário legado linguístico e mítico do Padre António Vieira ou do suor dos Bandeirantes, que desbravavam o território brasileiro e dos Jesuítas na propagação da fé entre as populações locais.
No século XX, contraímos uma extraordinária dívida histórica em relação a figuras que nos aproximaram: Fernando Pessoa, Eça de Queiroz, Machado de Assis, Vinícius de Moraes, Carlos Drumond de Andrade, Gilberto Freyre, o movimento musical da Bossa Nova, músicos, escritores, ensaístas que enriqueceram a língua portuguesa por via dos caminhos diversos que foram trilhando, através da sua criatividade. Essa diversidade dentro da unidade, é que nos torna revolucionários com causa e que faz do Sotaques um projeto especial e original.
A grande Nação brasileira é filha dessa originalidade.
O desafio do Sotaques, de todos nós, é fazer essa nova revolução da Língua de Pessoa ou Machado de Assis no século XXI e torná-la, definitivamente, numa riqueza comum que possamos transmitir aos nossos filhos, num Grito do Ipiranga, que também eles possam dar com orgulho e convicção.
O desafio do Sotaques, de todos nós, é fazer essa nova revolução da Língua de Pessoa ou Machado de Assis no século XXI e torná-la, definitivamente, numa riqueza comum que possamos transmitir aos nossos filhos, num Grito do Ipiranga, que também eles possam dar com orgulho e convicção.
A nossa Pátria - a Língua- precisa que a alimentemos e cuidemos. Viva a Pátria. Viva a Língua portuguesa !!!
O 7 de Setembro
Nota introdutória: Nada do que vai ser escrito em seguida retira importância ao simbolismo que um Dia da Independência como o 7 de Setembro tem como a data que marca o início do Brasil como Nação Independente, e que passou a gerir os seus próprios destinos.
A história está cheia de originalidades, e também de lendas e mitos, provocados por interesses, mais ou menos obscuros.
O 7 de Setembro é uma data emblemática, com uma carga simbólica muito forte, e que por isso permanecerá para sempre como o Dia da Independência. Mas, segundo estudos credíveis*, não é a data mais importante no processo de independência do Brasil, se virmos a história de modo rigoroso.
Esses estudos apontam o 7 de Setembro como uma criação, feita a posteriori por fações adeptas de D. Pedro, (ou até do próprio Regime) e que visava legitimar D. Pedro I, num momento em que já era olhado com desconfiança por alguns sectores da sociedade brasileira, por o considerarem, a dada altura, um ditador.
É bem provável que a cena no famoso quadro de Pedro Américo, de 1888, em que D. Pedro aparece a cavalo, de espada no ar, a gritar "independêcia ou morte" possa não ter acontecido. Este quadro, e alguns testemunho surgidos alguns anos depois, e que dizem ter estado no Ipiranga e assistido ao famoso Grito, terão sido encomendas.
É bem provável que a cena no famoso quadro de Pedro Américo, de 1888, em que D. Pedro aparece a cavalo, de espada no ar, a gritar "independêcia ou morte" possa não ter acontecido. Este quadro, e alguns testemunho surgidos alguns anos depois, e que dizem ter estado no Ipiranga e assistido ao famoso Grito, terão sido encomendas.
O dia 9 de Janeiro de 1821, dia do fico (quando D. Pedro recebe instruções para regressar a Portugal e se recusa) e o dia 12 de Outubro (o dia da Aclamação) serão mais importantes do que o 7 de Setembro, em termos históricos.
Que não se julgue, apesar disto, que D. Pedro não foi um dos atores principais no processo independentista. Ao não regressar a Portugal, conforme lhe era exigido, D. Pedro deitou mais uma acha para a já enorme fogueira independentista que tinha focos em várias regiões do Brasil.
Sem o apoio de Câmaras importantes como a de Minas Gerais, Rio de Janeiro ou São Paulo, sem a participação de algumas figuras brasileiras influentes, como José Bonifácio, e a colaboração das elites brasileiras, a Independência do Brasil não se teria dado naquele momento nem naquelas circunstâncias. Era inevitável, mas aconteceria numa outra data.
Curioso é o facto de um português, filho de um rei português, ao serviço do seu país, ter proclamado a independência de um outro país! Talvez o sentisse como seu. Foi para lá menino e fez-se ali homem. Ainda por cima um príncipe, rodeado de de tudo o que era bom. Voltava lá ele para o enfadonho Portugal! Eu fico, claro!
D. Pedro tinha o gene da originalidade. O seu pai, D. João VI, cometeu, anos antes, um ato singular, ao deixar Junot a ver navios, literalmente, e Napoleão à beira de um ataque de nervos aquando da invasão francesa de 1807. A “fuga”, ou, melhor dizendo, a manutenção da independência portuguesa em relação à França, consumada com a viagem da corte portuguesa para o Rio de Janeiro , e que muitos autores consideram uma retirada estratégica genial**, permitiu um dois em um (2x1) nunca antes visto: manutenção da independência portuguesa em relação à França e preparação para a independência do Brasil. É uma tacada magistral, em que sabemos onde vai entar a primeira bola, mas temos que esperar para ver onde vai parar a segunda!
* http://arquivoetc.blogspot.com/2010/09/invencao-do-7-de-setembro-isabel.html
** Os ingleses foram colaboradores ativos neste processo de retirada da corte para o Brasil.
Passatempo Sotaques
Dá o teu Grito do Ipiranga no Facebook do Sotaques e ganha prémios. A mais criativa frase sobre a língua portuguesa que colocares no nosso Mural será premiada com um CD do cantor brasileiro Beissá .
facebook.com/sotaques
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