Entre Vista com Sotaques e Cinema a Jaime Neves, Diretor do Festival Black & White

               
  (Entre) (Vista) com Sotaques e Cinema a Jaime Neves, Diretor do Festival Black & White

Créditos iniciais:

Imagem em Grande Plano: Jaime Neves, Diretor do Festival de Cinema Black & White

Diretor: Jaime  Neves

Filme: Black & White, Dez anos de Paixão a Preto e Branco

Atores: Todos os Voluntários que participam na organização do Black & White, os alunos, professores e responsáveis  da Escola de Artes da Universidade Católica do Porto e  os patrocinadores

Local de realização: Instalações da Universidade
 Católica no Porto 

Público: Amantes do Cinema em todo o Mundo

Sinopse: Esta é a História de uma Paixão de um Homem e de uma Escola de Artes pelo Preto & Branco e do modo como conseguiram dar cor, em dez anos, a um Festival de Cinema na cidade do Porto

Género: Filme/Entrevista

Luzes, Câmara, Ação !!!!

Cena um – Esta é a 10ª Edição do Festival Black & White. Quais foram os melhores e os piores momentos  ao longo deste percurso ?

Diálogo de Jaime  Neves – O melhor momento foi o primeiro minuto  do Black & White em 2004. Foi conseguir realizar este projeto,  que  muita gente pensava  que era  uma loucura, que não teria sucesso e que, afinal, apesar de todas as vicissitudes, tem crescido todos os anos e hoje é uma referência incontornável a nível internacional.
Quando se fala, lá fora, num Festival a Preto e Branco, há uma imediata referência ao Black & White, o que é um motivo de orgulho. Quanto ao pior, tenho de referir há dois ou três anos, quando o Vulcão na Islândia fez com que um membro do Júri não pudesse vir, e afetou as Viagens de muitos convidados que estariam cá durante o Festival.
Também posso falar do ano passado, quando tivemos quatro dias de Chuva no período do Festival.

Cena dois – Qual é a Cor do Black & White ?

Diálogo de Jaime  Neves – O Preto e Branco reinventa todas as cores. Eu diria que é a cor da imaginação, e essa tem sido a filosofia deste Festival: apostar na criatividade, na capacidade de reinventar uma Estética que está cada vez mais forte e que nos dá a liberdade, como espectadores, de ver a cor que quisermos.
Há alguns anos temia-se que o Preto e Branco pudesse desaparecer. Mas felizmente isso não aconteceu, e há cada vez mais obras com estas características.

Cena três – O cinema a cores é daltónico ?

Diálogo de Jaime  Neves – Eu gosto e vejo cinema a cores. Admiro, por exemplo, realizadores italianos como o Visconti, que trabalham admiravelmente a imagem.
Agora acho que o cinema a Preto e Branco é mais puro no sentido em que, como disse anteriormente,  nos permite recriar as imagens, trabalhá-las de uma forma muito especial.

Cena quatro – O que destacaria nesta 10 ª Edição ?

Diálogo de Jaime  Neves – Para além das secções competitivas habituais  nas áreas do vídeo, do áudio e da fotografia, destaco a presença do Lauro António, cineasta, crítico e professor de cinema muito prestigiado  que nos mostrará dois dos seus filmes “ Vamos ao Nimas” e “ Manhã Submersa de Vergílio Ferreira”,  e dará uma conferência  sobre Cinema, interagindo com o público, e  teremos palestras como a que dará o fotógrafo esloveno Even Bavcar, cego desde  a infância, e que é uma referência na fotografia mundial com várias Exposições reconhecidas internacionalmente.
Realçaria também a parceria que temos com um Festival a Preto e Branco – o Ciné Rail em Paris – que está dedicado aos filmes sobre comboios com esta estética e que será alvo de uma atenção particular – o Diretor do Ciné Rail vem ao Festival e faz parte do Júri  do Black & White– e o Festival de Arte digital – Interactive- que apresentará alguns trabalhos e obras premiadas no decorrer do Evento.
 Também haverá uma mostra de filmes, resultante de uma parceria com a CP, de filmes nacionais sobre a temática dos comboios. 

Cena cinco – Quanto tempo demora a preparar um Black & White e quantas pessoas participam na realização do Festival ?

Diálogo de Jaime  Neves – Exactamente um ano, desde que acaba o Festival, começamos a preparar o ano seguinte. Relativamente à organização, são sete pessoas que definem a estratégia do próximo Evento, e além disso temos os voluntários, alunos da Católica, largas  dezenas que nos ajudam a preparar o Festival e a ter tudo pronto  para receber o público.

Cena seis – Como vê esta nova Geração de cineastas ?

Diálogo de Jaime  Neves – Eu acho que há muita  qualidade nas  novas Gerações . O essencial, julgo, é que não tentem copiar o cinema americano, por exemplo, é que consigam retratar a nossa realidade, língua e cultura.
Esse é o nosso caminho, o que dá identidade ao cinema português.


Cena sete – Qual é o Filme a Preto e Branco da sua vida ?
Diálogo de Jaime  Neves – Posso referir Manhattan de Woody Allen. Pelas imagens belíssimas de Nova Iorque que, com a música de George  Gerschwin, criam uma envolvência muito rica que seduz os espectadores.
Também gostei muito de Café e Cigarros de Jim Jarmusch e impressionou-me o Cavalo de Turim do realizador Húngaro Bela Tahar, um filme muito recente, que me emocionou.

Cena oito – Que título daria ao Filme Black & White ?

Diálogo de Jaime  Neves – A Paixão. A Paixão a Preto e Branco.

Este Filme não acaba aqui. Preparem-se para a 11ª Parte em 2014

www.sotaques.pt – O Filme da sua Cultura

R. Marques