Se há uma Alma do Porto, e nós queremos acreditar que
sim, ela iluminou-se ontem com a música febril dos Jafumega e a voz cintilante
de Luís Portugal. Num carrocel de emoções, a Banda que esperávamos que voltasse
a casa, trinta anos depois, voltou em plena forma, pujante, autoritária e sem
papas na língua perante as Troikas que vão e vem neste país com uma assustadora
regularidade.
Este incêndio veio diretamente dos anos 80, e todos o recebemos com os braços abertos. As pessoas queriam dançar, queriam cantar
algumas das músicas das suas vidas, queriam sobrepor-se às tristezas e
fatalidades do dia-a-dia.
E fizeram-no com um Luís Portugal que deve conhecer os
segredos do elixir da Juventude. Impressionante a segurança da sua Voz, o seu
carisma em palco, como também impressionaram os músicos da Banda, sincronizados
como se o Tempo não tivesse passado.
Os convidados Jorge Palma, Pedro Abrunhosa, Capicua e Deau –
com um magnífico rap contestatário no final – ajudaram à festa. Mas quem fez a
Ponte para a outra margem foram os Jafumega com os Hinos “ Ribeira”, “ Latin
America” ou “ La Dolce Vita”.
Todos atravessamos a ponte para a outra margem. Para um país
com alegria, música e desejo de sermos
felizes com os Jafumega.
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Música com Sotaques
R. Marques