José Saramago, amigo do Brasil e dos Brasileiros




Nenhum autor português conseguiu, em vida, uma aclamação tão grande no Brasil como José Saramago. Tanto a crítica como o público recebiam, entusiasticamente, as obras do Nobel – Millôr Fernandes chegou a referir, quando da publicação de Memorial do Convento, que aquele era uma livro definitivo. 
José Saramago, por seu lado, sempre manifestou um grande prazer na leitura dos autores brasileiros: em várias entrevistas, citava nomes como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles ou Clarice Lispector. Além, claro está, do seu admirado amigo Jorge Amado – a quem unia não só uma grande empatia como a defesa de uma Literatura de causas, preocupada com o combate contra as injustiças sociais e em que os mais pobres são os protagonistas. 
O Brasil está unido à figura de Saramago por outras ligações. O seu magnífico romance “ Ensaio sobre a Cegueira” foi adoptado pelo realizador brasileiro Fernando Meireles ao cinema, e as escritoras brasileiras, Adriana Lisboa, em 2003 pela obra “ Sinfonia em Branco” e Andrea del Fuego em 2011 por Os Malaquias, receberam o Prémio José Saramago. 
No destino de José Saramago, o Brasil e os Brasileiros constituem uma referência incontornável. Ele foi, toda a vida, um amigo do Brasil e dos brasileiros. 


www.sotaques.pt – A Revista dos grandes escritores da Língua Portuguesa 

R. Marques