Aurélio Paz dos Reis: pioneiro no cinema em Portugal e no Brasil




Aurélio Paz dos Reis, um dos intelectuais portuenses que apoiaram a Revolta republicana de  31 de Janeiro de 1891, foi um pioneiro no cinema em Portugal e no Brasil. Era um homem extremamente talentoso e multifacetado, possuía uma Palacete na Rua Nova de Sintra onde cultivava flores que vendia na loja fina “ Flora Portuense” na então Praça D.Pedro, actual Praça da Liberdade.
Além da sua actividade comercial, Aurélio Paz dos Reis era um amante da Fotografia e das imagens. E foi durante uma digressão do inglês Edwin Rougsby por vários países europeus para mostrar o seu equipamento de projecção,  o “Teatrógrafo” ou Animatógrafo, que passou pelo Porto, que ficou entusiasmado com o potencial dessa invenção e que se decidiu a viajar a Lyon em França para contactar os irmãos Lumiére.
O objectivo era comprar um cinematógrafo e desenvolver comercialmente  a actividade do cinema em Portugal. Estes, porém, rejeitaram a venda do equipamento, acabando Paz dos Reis por comprar uma máquina aos irmãos Werner que estavam estabelecidos em Paris.
O primeiro filme produzido em Portugal é a saída do Pessoal operário da Fábrica Confiança, localizada na Rua de Santa Catarina, reproduzindo o primeiro filme da história do cinema “ A saída da Fábrica Lumiére em Lyon” dos irmãos Lumiére. A 12 de Novembro de 1896, no Teatro  do Príncipe Real, no Porto, é feita a apresentação público do cinematógrafo português com a exibição de 12 quadros ou episódios da vida nacional entre os quais a saída da Fábrica Confiança no Porto ou a Rua do Ouro em Lisboa.
Crente no sucesso comercial do cinematógrafo português, embarca para o Brasil onde apresenta estes episódios no Teatro Lucinda. As primeiras imagens do Brasil, em cinema, na Avenida Rio Novo, no Rio de Janeiro, são filmadas por Aurélio Paz dos Reis.
Figura maior da Cultura e do Cinema Português, Aurélio Paz dos Reis foi um pioneiro de uma arte que está profundamente enraizada na História da cidade do Porto. Cineastas como Manuel de Oliveira ou Paulo Rocha, já no século XX, perpetuaram esse legado e o primeiro, com mais de cem anos, é considerado o maior cineasta vivo em actividade e um exemplo para as gerações vindouras que abraçarem esta incomparável forma de Arte. 

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R. Marques