Hoje queremos
homenagear Chico Anysio, que morreu na semana passada, deixando saudades a um
público que o amava como a poucos humoristas. Era admirado no Brasil e em
Portugal, e considerado pelos seus pares
como uma grande referência no humor, na capacidade de improvisar e na
criatividade incessante – inventou mais
de 200 personagens, ao longo da sua
carreira.
Nascido em
Maranguapé, no Ceára, em 1930, a história de Francisco Anysio de Paula Filho é
marcada, aos 8 anos, pela mudança do Ceará para o Rio de Janeiro, com a
mãe e os três filhos . O pai ficou no Ceára para tentar recuperar as finanças
da família – devido a um incêndio na Empresa de autocarros que este tinha – e o
jovem Chico faz-se à vida desde muito novo.
Chega a
estudar Direito mas a vocação artística
é mais forte – concorre a um teste para a Rádio Guanavara, em 1940, e fica em
segundo atrás de Sílvio Santos, passando a imitar vozes e a atuar em programas
de amor. Muda para a Rádio Mayrink Veiga onde escreve três programas semanais e
nasce a sua personagem mais célebre – a Escolinha do Professor Raimundo.
Ao êxito na
Rádio da Escola do Professor Raimundo segue-se uma versão na Televisão, no final dos anos 50, e chega à TV Globo nos anos 70 . Na década
de 90, o programa ganha autonomia e torna-se num ponto de encontro entre cómicos da velha
guarda e a nova geração do humor brasileiro .
Entre as
personagens mais célebres que criou contam-se, além do Professor Raimundo,
Painho, Bento Carneiro, Bozó ou Zé Tamborim. Também apresentou outros programas
de Televisão como Chico Anysio Show,
Chico Total ou Chico City.
Além de
escrever e interpretar as suas personagens, Chico Anysio compunha músicas,
pintava e escreveu contos e peças de Teatro. Em 2009 foi o tema da Escola
Unidos do Anil, no Rio de Janeiro com o enredo “ Chico Total !!Sou Anil e Faço
Carnaval”.
Uma homenagem
justíssima para aquele a que o Jornal O Globo chamou “ o pai do humor
brasileiro”, quando deu a notícia da sua morte.
Autor: Rui
Marques