Parabéns Manuel de Oliveira pelo 103 anos de criatividade !!!

Manuel de Oliveira, que  é  o mais velho cineasta vivo no activo,  faz hoje 103 anos. Também é um dos mais criativos e fascinantes, com uma linguagem cinematográfica marcada pela fruição do espectador, pela riqueza dos diálogos, por um certo classicismo que é próprios dos cineastas com uma personalidade vincada.
Este portuense, nascido em 1908 na cidade Invicta, no seio de uma família da burguesia nortenha, desde cedo mostrou uma grande inquietude. Primeiro através do desporto, sendo um talentoso piloto de automobilismo e campeão nacional de salto à vara, no atletismo, e mais tarde através da grande paixão da sua vida, o cinema.
Com vinte anos integrou a Escola de actores do Porto, fundada por Rino Lupo, um cineasta italiano radicado na cidade e um dos pioneiros  do cinema de ficção em Portugal. Teve nesse período a ideia de fazer uma curta-metragem  sobre o Porto e o rio Douro " Douro, faina fluvial " em 1931, que mereceria o aplauso da crítica internacional. 
A partir daí sucederam-se filmes tão carismáticos como Aniki-Bobo ( 1942), o Pintor e a cidade (1956) ou o Passado e o Presente ( 1971) e uma longa lista até perfazer um total excepcional de trinta e duas longas metragens. Não podemos deixar de salientar, na obra de Manuel de Oliveira, as adaptações  de grandes autores portugueses: " Singularidades de uma rapariga loura" de 2009, inspirado num conto de Eça de Queiroz, " Amor de perdição" em 1979, que adapta  a obra-prima de Camilo Castelo Branco ou " Vale Abraão" em 1993, que nasceu de uma colaboração com a escritora Agustina Bessa-Luís. 
O último filme que realizou foi " O estranho caso de Angélica" em 2011, mas já está a preparar novas obras. Manuel de Oliveira promete continuar a mostrar-nos a sua paixão imortal pelo cinema e a dar-nos lições de juventude e inconformismo .....

Autor: Rui Marques