Carlos Paredes e Mariza: os rostos das várias Gerações do Fado




Carlos do Carmo  e Mariza são dois rostos que simbolizam a evolução do Fado nas últimas décadas. O primeiro é o ícone do Fado nacional, o cantor que recebeu a passagem de testemunho da imortal Amália e a transmitiu à nova Geração, Mariza é precisamente uma das representantes desse extraordinário grupo de intérpretes que reinventaram o género e o exportaram para o mundo.
O Fado está nos genes de Carlos do Carmo: é filho da grande fadista Lucília do Carmo, e  um talento precoce que gravou o primeiro disco aos 9 anos. Apaixonado lisboeta, nasceu na capital em 1939, e cantou alguma das mais belas músicas sobre Lisboa como " Canoas do Tejo", " Lisboa menina e moça" e " Bairro Alto", algumas em parceria com esse excepcional letrista e poeta do Fado chamado José Ary dos Santos. 
Fez várias digressões no estrangeiro, actuou em palcos míticos como o Canecão do Rio de Janeiro, cidade que o honrou com a atribuição da condição de cidadão honorário . Venceu também  o prémio Goya para melhor canção original com "Fado da saudade" em 2008.  
Mariza nasceu em Lourenço Marques, Moçambique, em 1973 os pais vieram  para Lisboa. Abriram um restaurante chamado Zabala na Mouraria, território sagrado dos fadistas, e foi na Casa de Fado Adega Machado que a menina Mariza, com sete anos, cantou pela primeira vez.
Em 1999, depois de ter desenvolvido uma carreira profissional na casa Sr. Vinho de Maria da Fé, outro grande nome do Fado, foi convidada por Filipe La Féria a participar na grande gala da TVI de homenagem a Amália. O Disco de estreia foi editado em 32 países pela editora holandesa World Conection, e a partir daí sucederam-se as digressões mundiais, actuações em grandes palcos e programas de televisão míticos.
Curiosamente o primeiro Fado que interpretou no restaurante dos pais foi " Os putos" de Carlos do Carmo, com quem já cantou em vários espectáculos. 


Autor: Rui Marques