Entre a vida e a obra de Carlos Drumond de Andrade e a de Fernando Pessoa podemos traçar um paralelismo notável: ambos foram representantes da iconoclasta poesia modernista , são considerados os poetas mais emblemáticos no século XX nos seus respectivos países e, curiosamente, também partilham o facto de terem estado na génese de duas revistas modernistas - o Orpheu em Portugal e A revista no Brasil.
Indiscutivelmente, a grande figura cultural nascida em Minas Gerais - nasceu em Itabira, em 1902 - Drummond é um poeta invulgar. Porque os seus poemas geram perplexidade e admiração do leitor: citemos, por exemplo, os míticos versos de "Uma pedra no caminho" ou o impiedoso e magnífico auto-retrato "E agora José".
Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa são duas constelações de um movimento literário - o modernismo- que abalou não só as ténues fronteiras da Literatura como mudou a própria Sociedade. São dois poetas com sotaque e carisma e merecem a nossa singela homenagem nestas páginas
Autor: Rui Marques