Carta ao Zeca Afonso

Zeca, a Liberdade não tem preço, nem idade. É um bem maior que a humanidade, engano-me, é a própria humanidade. 
Vivemos tempos difíceis. Os vampiros ganharam novas formas e feitios, os novos Senhores usam velhas armas e estratégias, e nós ouvimos-te a cantar no horizonte Grândola Vila Morena, Terra da Fraternidade, o povo é quem mais ordena, dentro de ti, oh cidade.
Enquanto tivermos um fio de voz, cantaremos-te. Outros se rirão, outros te desprezarão, aqueles que nunca te consideraram poeta quanto tu foste, tu és, um poeta maior.
Foi a 23 de Fevereiro de 1987 que morreste, Zeca . Mas nunca ficaste frio com a palidez dos cadáveres, tu continuaste vivo, presente, como um Pai de Abril que não se resigna, que aponta o caminho, que se mistura com o povo e é, orgulhosamente, do povo.
Zeca, a Liberdade não pode pagar factura neste país. Tu o disseste e nós o cantaremos.
Grândola Vila Morena, Terra da Fraternidade, o povo é quem mais ordena dentro de ti, oh cidade.

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R. Marques