Entrevistas com Sotaques: Miguel Maat, um talento multifacetado


     
               

Miguel Maat é aquilo que podemos chamar um músico dos sete instrumentos: cantor com uma enorme versatilidade, combinando estilos como o pop, o jazz e o Funk, também é um magnífico instrumentista que gosta de experimentar sons nada convencionais – o Didgeridoo, instrumento aborígene da Austrália, é a última novidade musical deste artista invulgarmente criativo. A Revista Online Sotaques falou com Miguel Maat e desvenda, nesta entrevista, alguns dos segredos do seu Universo musical,  que não para de crescer e ganhar visibilidade,  com presença  em programas como “  Portugal no Coração” da RTP.  

P – Como se define musicalmente, Miguel Maat?

Miguel Maat - Considero que a minha música assenta numa estrutura Rock, com influências de Funk, Swing, Jazz e World music, numa espiral Pop criativa.

P- Que referências musicais mais o influenciaram?

Miguel Maat - Ao longo do meu crescimento individual como pessoa e como músico, fui sendo influenciado por diversos estilos e autores. Desde o Rap e o Break Dance, numa fase inicial, passando pelo Heavy Metal e o Hard Rock, numa fase posterior,  e pelo Pop, Rock sinfónico, música latina e World music numa fase mais avançada,  foram várias  as influências.
 A nível internacional,  tenho como referências Jack Jonhson, John Butler e Xavier Rudd. Já  a nível nacional considero como referências, Entre Aspas, Pedro Abrunhosa e João Pedro Pais.

P- O Miguel Maat tem uma ligação forte à música instrumental. Que instrumentos toca,  e tem algum em particular que prefira?

Miguel Maat - Nos temas que componho existe uma preocupação em “criar momentos de respiração”,  permitindo protagonismo individual aos diversos instrumentos, para que juntos possam criar uma harmonia intensa, intrinsecamente amarrada à parte vocal. Quanto a instrumentos, a minha preferência vai para a guitarra acústica, agora complementada com o didgeridoo.

P – A edição do seu primeiro  CD “ O silêncio dos teus olhos”  foi  um momento importante na sua carreira ?

Miguel Maat - Sem dúvida. É o meu primeiro CD de originais e um sonho tornado realidade. É com muito orgulho que apresento o meu álbum publicamente e espero que seja do agrado do público em geral.

 P – O título do seu vídeoclip é “ Faz-te gritar”. Que grito temos de dar para sermos ouvidos?

Miguel Maat - Este tema é sobre a noite e tudo o que ela representa em termos de libertação pessoal. Um momento de extravasamento de emoções e excessos, de introspecção, e calmaria, de alegria e tristeza. No fundo, sermos nós próprios e gritar bem alto, “estou aqui e estou vivo”.

P – O Sotaques valoriza a diferença de Sotaques em Portugal e no Brasil. Sendo lisboeta tem Sotaque alfacinha?

Miguel Maat - Bem… não sabia que os Alfacinhas tinham sotaque (risos). Na verdade, embora tenha nascido e estudado em Lisboa, desde cedo passei a morar no Cartaxo e por isso considero-me também Ribatejano. Quanto a sotaque, terão de ser vocês a julgar!

P – Já agora, estando no Norte do país, o que acha do Sotaque tripeiro?

Miguel Maat - Fantástico! A família da parte da minha mãe é de Paços de Ferreira e já estou habituado. Considero que falam a cantar e,  por isso (entre outras coisas),  sinto-me bem no Norte.

P – Admira algum músico brasileiro em particular ? Com quem gostava de fazer uma parceria se pudesse escolher?

Miguel Maat - O Brasil tem músicos fantásticos e uma riqueza cultural muito heterogénea. Espero um dia poder vir a tocar com alguns destes músicos: Djavan, Tom Jobim, Adriana Calcanhoto, Vanessa da Mata ou Elis Regina.

P – Como é que um jovem músico como o Miguel encara a actual conjuntura que atravessa o país?

Miguel Maat - Com apreensão e esperança. Apreensão,  principalmente pelas dificuldades que os mais jovens e os mais idosos estão a atravessar. Esperança numa sociedade forte, com uma geração de novos empreendedores que possam dar a volta a esta situação. Portugal possui potencialidades que só agora começam a ser aproveitadas, quer no âmbito das energias renováveis (vento, mar, sol), quer no que respeita à exploração do leito submarino que, estou em crer, irão possibilitar uma retoma consistente e estável.


P – A nível pessoal, se excluirmos a faceta musical, como é Miguel Maat? O que é gosta de fazer fora do Palco?

Miguel Maat - Tenho uma paixão já antiga pela Caça Submarina, que pratico sempre que possível. Para além disso sou um apaixonado e estudioso das terapias naturais, nomeadamente da Naturopatia, Iridologia e Aromaterapia.

P – Que sonhos acalenta no mundo da música?

Miguel Maat - Poder tocar pelos diversos palcos do mundo, mostrando a minha música em português!

P – Qual é o Palco dos seus sonhos, onde gostaria de actuar acima de todos os outros locais?

Miguel Maat - Na verdade,  não tenho nenhum palco de eleição, mas por uma questão cultural gostaria de pisar o palco do Rock in Rio em Portugal e no Brasil.

P – Como é que vai ser a sua agenda de espectáculos em 2013?

Miguel Maat - Iniciaremos 2013 ainda no âmbito da promoção deste álbum, com concertos nas FNAC e salas de espectáculos  um pouco por todo o país, para depois empreendermos uma  digressão nacional e internacional com este projecto.

www.sotaques.pt – Um site que é música para os seus ouvidos

R. Marques