A “ História do Cerco de
Lisboa” é um dos livros mais emblemáticos escritos por um autor português sobre
a cidade de Lisboa. Nesta obra, José Saramago conta-nos as vicissitudes de um
revisor de uma editora do século XX, Raimundo Benvindo Silva, que decide
revisar a obra “ História do Cerco de Lisboa” sobre a tomada de Lisboa aos
muçulmanos aos cristãos, em 1147, a partir da ideia de que os cruzados não os
ajudaram a consumar essa invasão.
Paralelamente é também uma
narrativa de duas paixões paralelas: a do revisor com Maria Sara, contratada
pela Editora para evitar os erros da sua revisão, mas que acaba por apoiá-lo e
envolver-se com ele e, o soldado Mogueime e a concubina Ouruana, que
se conhecem e apaixonam durante o Cerco. Estas duas acções simultâneas – no ano
de 1147 e na actualidade- entrecruzam-se no romance, que é um manifesto a favor da liberdade humana
e do poder da imaginação.
Também é uma excelente
oportunidade para os leitores conhecerem melhor este episódio histórico: no
decurso da reconquista cristã, as forças de D. Afonso Henriques procuraram
consolidar o Condado Portucalense, apoiadas pelos cruzados que se juntavam em
nome da Cristandade para combater os mouros, e empreenderam conjunto a tomada
de Lisboa.
O exército de D. Afonso
Henriques avançou por terra enquanto o contingente de cruzados veio por mar, a partir do Porto. Reuniram-se às
portas de Lisboa, em Julho de 1147, e após um cerco de vários meses os
muçulmanos capitularam em 20 de Outubro.
Desta História ficou para
a posteridade a lenda de Martim Moniz, um cavaleiro cristão que teria ficado
atravessado na porta no Castelo dos Mouros, sacrificando a sua vida para a
vitória cristã. Essa porta ficaria conhecida como a Porta de Martim Moniz, um
nome que também identifica uma das freguesias da cidade de Lisboa.
Com todos estes ingredientes,
a “ História do Cerco de Lisboa” é um livro com Sotaques e um bom guia
literário para saber mais sobre a História riquíssima da capital portuguesa.
www.sotaques.pt - Paixão pela História em Língua Portuguesa
R. Marques