Diziam os antigos gregos na época clássica, que os Deuses eram cruéis porque escolhiam os mais talentosos, muito precocemente, para morrerem. Bernardo Sassetti, nascido em Lisboa em 1970, e que faleceu hoje, num infeliz acidente, numa falésia na Praia do Guincho, em Lisboa, era sem dúvida um dos mais talentosos e ecléticos músicos portugueses.
Com uma formação inicial clássica, Sassetti tornou-se um nome maior do Jazz português a partir de 1987, juntando-se ao quarteto de Carlos Martins.
Participou em vários Festivais de Jazz, compôs música para cinema - destaque-se a sua participação no filme " O talentoso mister Ripley" de Anthony Minguella- e peças mais clássicas como as suites " Sons do Brasil", " Ecos de África" ou " Mundos".
Participou em vários Festivais de Jazz, compôs música para cinema - destaque-se a sua participação no filme " O talentoso mister Ripley" de Anthony Minguella- e peças mais clássicas como as suites " Sons do Brasil", " Ecos de África" ou " Mundos".
Salientem-se ainda as parcerias que fez com alguns dos mais importantes músicos nacionais como Carlos Barreto ou Carlos do Carmo. Inesquecível foi igualmente o trio de intérpretes que formou com os pianistas Pedro Burmester ou Mário Laginha.
Morreu Bernardo Sassetti. Que viva a sua música.
Poema " A eternidade é música, Bernardo"
Não se morre,
Bernardo
Quando a música está dentro de nós
Enquanto se tocar uma tecla
se imaginar uma pauta
Os homens viverão
Não há brevidade
que mate o prazer
de voar
pelo piano adentro
Ou saudade mais bela
do que a daquele
que canta
a plenos pulmões
A Liberdade
Não há maldade
que arrebate o
coração de um músico
Porque a música,
já tu o sabes,
é a eternidade dos céus
Autor. Rui Marques