Manuel Bandeira: o poeta que revolucionou a Literatura brasileira




Foi um poema de Manuel Carneiro Bandeira Filho, nascido a 19 de Abril de 1886, no Recife, intitulado   " Os sapos", proferido por Ronald de Carvalho que o leu, em representação do poeta que estava doente,   numa das Conferências da semana de arte moderna de São Paulo, em 1922, que simbolizou a afirmação literária e estética  da talentosa Geração modernista brasileira. Tal como em Portugal emergia  a modernismo, através da Literatura de Pessoa e Sá Carneiro ou das performances artísticas  de Almada Negreiros, no Brasil reivindicava-se uma nova arte e Literatura, que não imitasse o que se fazia na Europa, mas   mostrasse uma identidade própria, orgulhosa, convictamente brasileira. 
Entre os dias 13 e 17 de Fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo,  juntaram-se os grandes nomes do modernismo brasileiro. Figuras emblemáticas  como  Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Heitor Villa-Lobos ou Vitor Brecheret discutiram, em  cada dia daquela  semana, os novos caminhos artísticos nas áreas da pintura, escultura, poesia, literatura.
Manuel Bandeira começou a publicar a sua primeira obra  " A cinza das horas",  em 1917, caracterizada pelo estado de melancolia e amargura que então lhe provocava uma doença , e dois anos depois escreve " Carnaval", uma obra pioneira do modernismo brasileiro,  onde já utilizava os versos livres. 
Seguem-se obras como " Libertinagem", " Estrela da tarde" ou " O bicho", entre outras, marcadas pelo humor, pela liberdade criativa e pela crítica aos cânones parnasianos,  que então dominavam os gostos do público. 
Professor de Literatura no Colégio D. Pedro II, em 1940 foi eleito membro da Academia brasileira de Letras  e, mais tarde, foi docente de Literaturas hispano-americanas   na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil
Morreu a 13 de Outubro de 1968 , sendo enterrado no túmulo 15 da Academia. Pioneiro, inovador, revolucionário das formas literárias,  é um dos nomes maiores da Literatura brasileira no século XX. 

Autor: Rui Marques