Vinícius de Moraes e António Carlos Jobim fazem parte da
alma do Rio de Janeiro. Formam junto com
esse cantor superlativo chamado João Gilberto, vindo da quente e melancólica Baía, o trio que revolucionou a
música e a cultura brasileira.
Vinícius “ o poetinha” como seria conhecido, nasceu com
um dom para a poesia. O seu talento era de uma versatilidade a toda a prova:
tanto escrevia poemas musicados como o mítico “ Garota de Ipanema”, como nos deixava odes contra a desigualdade
social como “ Operário em Construção”.
Licenciado em Direito pela Universidade do Rio de
Janeiro, com estudos literários em Oxford, diplomata de carreira, Vinícius foi
afastado, na década de 60 da carreira diplomática, pela Ditadura militar pelo
seu comportamento boémio. Antes na década de 50 conheceu António Carlos Jobim e
desse contacto nasceu a Bossa Nova.
António Carlos Brasileiro de Almeida Jobim foi a alma gémea
de Vinícius. Nascido no Rio, no carioca Bairro da Tijuca, Jobim afirmou-se como
um compositor extraordinário e que ganhou maior projecção a partir da
colaboração com Vinícius no “ Orfeu da Conceição ”, em 1956, e sobretudo depois
do LP “ Canção do amor demais” acompanhado pela voz de Eliseth Cardoso e pelo
violão de um baiano tímido chamado João Gilberto.
Mais tarde, em 1959, a Bossa Nova ganha finalmente
corpo através do lendário “ Chega de Saudade” com voz de João, escrita de
letras de Vinícius e arranjos de Tom
Jobim. Além desta canção, esta dupla de génios legou-nos êxitos como o já
referido “ Garota de Ipanema”, “Insensatez”, “ Felicidade”, “ Eu sei que vou te
amar”, “ Amor em paz” ou “ Ela é carioca”.
Sem a genialidade destes dois filhos predilectos do Rio de Janeiro, a Bossa nova não existiria.
Aqui fica a nossa homenagem: chega de saudades, ouçamos a música porque ela é
imortal.
Paulo César, Brasil
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