Locais com Sotaques: Melgaço














A Vila Minhota de Melgaço fica situada no Distrito de Viana do Castelo, junto à fronteira com a Galiza, estando ligada em Portugal  aos municípios de Monção e  Arcos de Valdevez . Conhecida pela sua paisagem verdejante e pelo seu rico património histórico, Melgaço desenvolveu-se  extraordinariamente nas últimas duas  década  a nível de equipamentos culturais de grande qualidade.  
Exemplo disso é o Museu do cinema, criado por Jean Loup-Passek, antigo responsável do Festival de cinema de La Rochelelle, em França, que doou ao município o seu magnífico espólio após ter passado férias em Melgaço,  a convite de emigrantes locais. Dele fazem parte cartazes, documentos, objectos, imagens que marcam o advento do cinema como forma da arte, para além de encontrarmos exposições permanentes de autores ou de cinematografias de vários países.
Referência especial também merece o Museu do Contrabando e da Emigração: um espaço onde o visitante encontra vestígios e testemunhos  de duas actividades que tiveram uma  grande expressão no século XX,  no Alto Minho. Melgaço tem uma fortíssima tradição a nível da emigração, nomeadamente para a França e o Brasil, e o contrabando era uma actividade de sobrevivência e de resistência no tempo do Estado novo de Salazar. 
Do histórico  Castelo da Vila de Melgaço  à paisagem imponente de Castro Laboreiro,  passando pelos Museus ou pela rica gastronomia- de que é expoente máximo o célebre Vinho Alvarinho- ou pelo complexo desportivo do Monte de Prado, esta Vila do Alto-Minho oferece aos visitantes uma grande diversidade de  atractivos. É, por isso,  um local com Sotaques no Minho. 

Autor: Rui Marques 


Brasil: o país do Presente

Quando o grande escritor austríaco  Stefan Sweig escreveu " Brasil: o país do Futuro", em 1941, ninguém esperaria que esse epíteto acompanhasse o país durante décadas. Aquilo que era uma declaração de amor e de crença no Brasil do Futuro, feita por um intelectual  que se exilava no país para fugir às garras do nazismo, transformou-se numa espécie de maldição sobre um país que sempre seria uma esperança, nunca uma realidade plena.

Segundo indicadores económicos  revelados neste mês de Dezembro , o Brasil ultrapassou o Reino Unido como sexta potência mundial. E a escalada continua: as previsões apontam para que até 2015 ultrapasse a França.
O Brasil conseguiu na última década vencer o pessimismo e apostar numa valorização da classe média, que cresceu extraordinariamente graças à cesta básica familiar, e alimentou a economia gastando e investindo mais. O efeito positivo multiplicou-se e o Brasil tornou-se uma potência económica e geo-política incontornável.
O país do Futuro tornou-se na referência do Presente. Provando que o caminho do desenvolvimento e do crescimento passa sempre pela revalorização da população, e pela construção de uma sociedade mais equitativa e justa. 



Entrevista do Sotaques na Antena um













Ontem o Projeto cultural Sotaques foi entrevistado no programa "Portugal em directo" da Antena um". A entrevista suscitou reacções positivas de muitos ouvintes que nos contactaram, após o programa, para saber mais sobre o nosso Projeto. 
Em breve,  vamos disponibilizar esta entrevista para que todos possam ouvir mais  esta " Notícia com Sotaques", num dos principais meios de comunicação social do país. Agradecemos a todos os ouvintes a atenção e o entusiasmo que revelaram,  e prometemos continuar a dar boas notícias do Sotaques nos  meios de comunicação social. 

Um ator tem que ser aplaudido

Sérgio Pedro Corrêa de Britto (Rio de Janeiro, 29 de junho de 1923 - Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 2011) foi um consagrado ator, diretor, apresentador e roteirista de cinema, televisão e teatro brasileiro

Considerado um dos maiores atores do país, Sérgio Britto foi responsável pela direção de Ilusões Perdidas, primeira telenovela produzida e exibida pela TV Globo. Apesar de seu pioneirismo na televisão, foi o teatro que o consagrou.

Sérgio Britto, filho de Lauro e Alzira. Seu pai era funcionário público e sua mãe, dona de casa. Sérgio vivia com eles e o irmão Hélio. Uma típica família da Vila Isabel daquela época: todos religiosos, tradicionais e conservadores.

A idéia de ser ator não passava por sua cabeça, tanto é que chegou a cursar até o sexto ano de medicina, na Faculdade da Praia Vermelha. Mas foi no teatro universitário amador, fazendo o papel de Benvoglio em Romeu e Julieta, que Sérgio descobriu que o teatro seria sua vida. No ano de 1945 abandonou a medicina para se dedicar à sua paixão.

Pioneiro da televisão brasileira, é criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi, no ar por mais de dez anos. Com elenco no qual se destacam Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Natália Thimberg, Manoel Carlos, Fernando Torres, Zilka Salaberry, Aldo de Maio e Cláudio Cavalcanti, o teleteatro apresenta sob o seu comando repertório de mais de 450 peças dos maiores autores nacionais e estrangeiros. Depois de seis anos na extinta TV Tupi, o Grande Teatro transfere-se, para a TV Rio e depois, por seis meses, para a TV Globo – um programa formador de plateia, referência na história da televisão e do teatro brasileiros.

Sérgio dirigiu 'A muralha', de Ivani Ribeiro, baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz. A novela tinha no elenco Fernanda Montenegro, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho, Stênio Garcia e Nathalia Timberg.

Em 1959, formou sua própria companhia teatral, a Companhia dos Sete, com Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli, Alfredo Souto de Almeida e Fernando Torres.

Em 1978, fundou o Teatro dos Quatro, junto com Paulo Mamede e Mimina Roved.

Em 1982, juntamente com fonoaudióloga Glorinha Beutenmuller, inaugura a CAL(Casa de Arte das Laranjeiras), que hoje é considerada uma das escolas mais conceituadas na preparação do ator no Brasil.

Apresentou o programa semanal Arte com Sérgio Britto, na TV Brasil.

Morreu no dia 17 de dezembro de 2011 aos 88 anos de idade, no Rio de Janeiro, devido a problemas cardiorrespiratórios.


O pensador de Portugal

Falar de Eduardo Lourenço em Portugal é como referir Gilberto Freyre no Brasil. São dois antropólogos das suas respectivas realidades  nacionais , embora nunca tenham estudado Antropologia, na medida em que são dois intelectuais cuja obra está intimamente associada à dissecação das causas da identidade pátria, dos motivos que condicionam colectivamente os seus respectivos países ao longo da História.
Eduardo Lourenço, nascido a 29  de Maio em São Pedro de Rio seco, no Concelho da Guarda, desde cedo mostrou grandes aptidões para o ensaio literário. Licenciado pela Universidade de Coimbra na área das Ciências Históricas e Filosóficas, torna-se professor desta Universidade,  mas sobretudo assume-se como um escritor livre no tempo de Salazar: publica " Heterodoxias", uma obra que não só é uma lufada de ar fresco na crítica literária como um manifesta corajoso que desafiava a Ditadura de pensamento que impunha o Estado Novo.
Obras como "Fernando Pessoa Revisitado", " O Fascismo nunca existiu" ou a magistral leitura de Portugal que fez em " O Labirinto da Saudade" compõem uma bibliografia riquíssima em que Portugal é permanentemente biografado  e analisado através das suas grandes figuras e acontecimentos históricos. O Prémio Fernando Pessoa 2011 que recebeu esta semana é, por isso, justíssimo: como Pessoa nesse monumento que é " O livro do Desassossego", os livros de Eduardo Lourenço são um espelho de desassossego e reflexão, onde nos olhamos e conhecemos como portugueses, uma base  a partir da  qual podemos construir um país melhor.


Autor: Rui Marques

Entrevistas com Sotaques












A Alquimia da música em Rodrigo Leão

A magia está no ar no novo Álbum de Rodrigo Leão. É uma alquimia dos sons, uma depuração das emoções, uma mistura improvável de géneros musicais,  instrumentos, cantores, que se juntam para um resultado que é, ao mesmo tempo, de uma simplicidade desarmante e de uma riqueza complexa e bela.

" A Montanha mágica", que Rodrigo Leão ergueu como uma Sinfonia perfeita,   é uma viagem de regresso à infância, ao mar, ao interior de nós mesmos. Nesta entrevista realizada na Casa da Música do Porto,  Rodrigo Leão falou ao Sotaques   do novo Álbum , da admiração que sente pela música brasileira e do desejo de apresentar " A Montanha mágica"  no Brasil, do seu percurso profissional ao longo das últimas décadas, mas mais importante que isso, revelou que a infância é um território de criatividade, de paixão pela arte e pela música, de desejo  de experimentar a que todos nós devemos retornar, afectivamente,  para enriquecermos  as nossas vidas.


P- Como definiria este novo Álbum ?
 R- A Montanha mágica surgiu no seguimento de dois trabalhos- " A mãe" e a reedição de  " A Ave Mundi"- em que estiveram envolvidos muitos convidados como a Orquestra Sinfónica de Lisboa e, por isso, senti que este novo Álbum tinha de ser diferente, mais simples. O facto deste Disco ter sido criado  no Alentejo ajudou a este propósito:  foi composto na Planície alentejana a pensar  na Praia do Norte  na Ericeira, que foi a praia da minha infância e adolescência, e esse espírito de experimentação está presente em todas as músicas.
O nome Montanha mágica vem dessa Montanha de imaginação, de sonho que me impulsa a criar novos sons e a experimentar de um modo livre e simples. 

P- Esse lado experimental também é patente no próprio espectáculo?
R- Sim. Por exemplo, neste novo Disco não uso o sintetizador, prefiro recorrer a outros instrumentos, toco guitarra, algo que não acontecia desde os Sétima Legião, e também há uma mistura de instrumentos diferentes que me levaram a alterar a minha forma de compor. Considero-me um autodidacta e, senti que neste Álbum esse lado criativo,  foi muito intenso e recompensador.

P- Actuou na Casa da Música, no Porto. Como foi a recepção do público do Porto?
R- Foi magnífica. O público do Porto acolheu-nos muito bem,  para além de que é um privilégio actuar num espaço com a qualidade da Casa da Música.  

P- Neste Álbum colabora o músico brasileiro Tiago Pethit. Como surgiu esta parceria ?
R- Foi através do meu manager António Cunha que conhecia o Thiago Pethit e mo apresentou. Mais tarde, quando já estava a compor uma das músicas de  " A Montanha mágica" senti que o Tiago poderia colaborar no Disco, enviei-lhe a maquete  e ele aceitou aderir ao Projeto.

P-Curiosamente não é a primeira participação de músicos brasileiros nos seus Discos?
R-  É a terceira vez: primeiro foi com Adriana Calcanhoto em Ave Mundi ( em 2000), e mais tarde  com Rosa Passos que cantava uma música " Rosa", dedicada à minha filha,  no Disco " Cinema"(2004). 
Sempre admirei a música brasileira, ouvi muito os novos baianos, Caetano, Bethânia, Gal Costa na minha juventude. Por outro lado, tenho boas recordações do público brasileiro quando estive lá com os Madredeus, é  um povo caloroso e muito musical, aliás, a música faz parte da vida das pessoas. 

P- Gostava de apresentar este Álbum no Brasil em 2012 ? 
R- Sim gostava. Temos alguns contactos estabelecidos e espero que seja possível concretizar essa hipótese.

P- O Projeto cultural Sotaques aposta no aprofundamento da relação entre Portugal e o Brasil. Que importância acha que tem esta relação entre os dois povos ? 
R- Acho que essa relação só nos enriquece a nível cultural e musical. Tem de ser mais trabalhada e aprofundada para dar mais frutos a todos os níveis.

P- O Rodrigo atravessa três décadas de música portuguesa. Como analisa a evolução do nosso panorama musical ? 
R- Quando comecei a minha carreira, o meio era mais pequeno,  os grupos conheciam-se - os Heróis do Mar, os Rádio Macau, os Xutos- emprestavam instrumentos uns aos outros. Houve um grande crescimento em termos de estúdios, de condições de trabalho, de divulgação dos Discos dos artistas.
Hoje em dia há uma grande diversidade musical: grupos como os The Gift ou os Gaiteiros de Lisboa oferecem uma grande variedade e capacidade de escolha ao público. Não é só a Literatura ou a Pintura: a música atravessa um grande momento em Portugal. 

P- Em 1995 deixou os Madredeus e empreendeu uma carreira a solo. Sentiu que tinha de trilhar o seu próprio caminho?
R- Tenho óptimas recordações dos Madredeus e, neste e nos outros Discos, há influências óbvias das suas músicas no meu trabalho, mas quis experimentar novas linguagens. O meu objectivo quando deixei os Madredeus era compor para um trio de cordas, mais tarde passei a usar o Acordeão nos meus espectáculos, e a misturar estilos como o  Tango, a música Francesa, a música brasileira  à procura de sonoridades mais melódicas. 

P- Rodrigo Leão: o que é que   procura na música  ? 
R- Procuro uma filosofia que me permite viver com mais tranquilidade e continuar a criar.

P- E o que é que encontra nessa serenidade ?
R- O desejo de continuar a fazer mais música.

Autor: Rui Marques








Notícias com sotaques


O Sotaques falou com Rodrigo Leão no Porto. Leia esta entrevista na quarta-feira, no Sotaques, e compreenda porque é que a música é uma arte mágica...

Livros com Sotaques


                                                   Rubem Fonseca

Nesta quadra natalícia tão especial,  a Literatura tem de estar presente. Por isso, sugerimos uma obra de um autor de que já falamos, Rubem Fonseca, a colectânea de contos " Feliz ano novo" escrita em 1975,  em pleno período da Ditadura militar no Brasil. 
Os contos de " Feliz ano novo" foram proibidos pela censura, o que é sempre um sinal de qualidade e espírito crítico. Abordando vários temas como a traição, o amor, a escrita, a denúncia da hipocrisia social, esta obra reflecte o estilo muito próprio deste nome maior da Literatura brasileira.
Fica aqui a nossa sugestão literária para o Natal. Com Sotaques  e muito ironia ....

Parabéns Manuel de Oliveira pelo 103 anos de criatividade !!!

Manuel de Oliveira, que  é  o mais velho cineasta vivo no activo,  faz hoje 103 anos. Também é um dos mais criativos e fascinantes, com uma linguagem cinematográfica marcada pela fruição do espectador, pela riqueza dos diálogos, por um certo classicismo que é próprios dos cineastas com uma personalidade vincada.
Este portuense, nascido em 1908 na cidade Invicta, no seio de uma família da burguesia nortenha, desde cedo mostrou uma grande inquietude. Primeiro através do desporto, sendo um talentoso piloto de automobilismo e campeão nacional de salto à vara, no atletismo, e mais tarde através da grande paixão da sua vida, o cinema.
Com vinte anos integrou a Escola de actores do Porto, fundada por Rino Lupo, um cineasta italiano radicado na cidade e um dos pioneiros  do cinema de ficção em Portugal. Teve nesse período a ideia de fazer uma curta-metragem  sobre o Porto e o rio Douro " Douro, faina fluvial " em 1931, que mereceria o aplauso da crítica internacional. 
A partir daí sucederam-se filmes tão carismáticos como Aniki-Bobo ( 1942), o Pintor e a cidade (1956) ou o Passado e o Presente ( 1971) e uma longa lista até perfazer um total excepcional de trinta e duas longas metragens. Não podemos deixar de salientar, na obra de Manuel de Oliveira, as adaptações  de grandes autores portugueses: " Singularidades de uma rapariga loura" de 2009, inspirado num conto de Eça de Queiroz, " Amor de perdição" em 1979, que adapta  a obra-prima de Camilo Castelo Branco ou " Vale Abraão" em 1993, que nasceu de uma colaboração com a escritora Agustina Bessa-Luís. 
O último filme que realizou foi " O estranho caso de Angélica" em 2011, mas já está a preparar novas obras. Manuel de Oliveira promete continuar a mostrar-nos a sua paixão imortal pelo cinema e a dar-nos lições de juventude e inconformismo .....

Autor: Rui Marques


Os Guerreiros do Minho que batem o pé aos grandes de Portugal


O Sporting clube de Braga foi fundado em 1921 na cidade de Braga. É um clube com várias modalidades entre as quais  o futebol, o atletismo e a natação, tendo vencido troféus a nível nacional e internacional, e uma Instituição que é uma referência no desporto minhoto.  
A equipa de futebol conhecida com " Os guerreiros do Minho" tem tido uma notável evolução nos últimos anos. Nas últimas épocas, o  Braga classificou-se para as competições europeias e, em 2008, venceu a Taça Intertoto, esteve na final da Liga Europa em 2010,  para além de ter disputado o campeonato nacional taco a taco com o Benfica na época 2009/2010.
Essa ascensão foi impulsionada pelo moderno Estádio AXA ou " A Pedreira", criado em 2003 pelo conceituado arquitecto português, Souto Moura, para fazer parte dos Estádios do Euro 2004. Um recinto desenhado por uma das grandes referências da arquitectura mundial,  prémio Pritzker  em 2010,  que mereceu todos os elogios da Imprensa internacional pela sua estética inovadora. 
Os Guerreiros do Minho prometem bater o pé aos chamados grandes de Portugal. E conquistar um troféu nacional ou internacional, nos próximos anos, um desejo manifestado pelo presidente do clube, António Salvador. 


O grande escritor mineiro Rubem Fonseca

Rubem Fonseca é o maior escritor mineiro vivo e, para muitos críticos e leitores, o maior escritor brasileiro da actualidade. Nascido em 1925 em  Juiz de Fora, Minas Gerais,  licenciou-se em Direito e dedicou-se a uma carreira como Comissário na Polícia em São Cristovão, no Rio de Janeiro. A partir de 1954 deixa a Polícia e torna-se escritor a tempo inteiro.
Os livros de Rubem Fonseca são indissociáveis da sua vida profissional  como polícia: as personagens são marginais, prostitutas, polícias, políticos corruptos que se misturam num caldo de cultura onde o bem e o mal, a justiça e a ilegalidade se confundem. Exemplo disso é a magnífica obra " Agosto" um fresco de época do período do Governo de Getúlio Vargas, relatando as conspirações que levaram ao seu suicídio e onde, ironicamente, a personagem principal é um detective privado. 
Obras como " O Caso Morel", a " A grande Arte" ou "Diário de um fescenino" comprovam o selo de qualidade deste autor. Com uma prosa enxuta, seca, directa que o tornam num escritor reconhecível e com um estilo inimitável. 
Rubem Fonseca venceu o prémio Camões em 2003. Prémio mais do que merecido para quem é um dos maiores  embaixadores culturais  do Brasil e de Minas Gerais. 

Sotaques entrevistou o músico Rodrigo Leão

O Sotaques entrevistou hoje o músico Rodrigo Leão na Casa da Música do Porto. Uma das maiores figuras da música portuguesa falou connosco, numa  entrevista interessante,    em que se abordaram  os mais variados  temas.
Brevemente poderá ler esta entrevista aqui  ....

Sebastião Alba: o poeta do Desassossego

Sebastião Alba é o pseudónimo literário de Dinis Albano Gonçalves. Nasceu em Braga em 1940 e morreu nesta cidade em 2000.
É um dos mais importantes poetas lusófonos - já que se naturalizou Moçambicano, embora toda a sua obra tenha sido publicada em Portugal e tenha vivido a maior parte da sua vida cá. Da sua poesia ressalta o lirismo, o culto da palavra como uma arte sagrada, a saudade de Moçambique e um espírito contestatário e e de rejeição da ordem social.
Foi esse sentimento que o levou a despojar-se de bens materiais, renunciando a bens materiais, e tornando-se vagabundo nas ruas de Braga. Foi nesta cidade que morreu atropelado  junto à via pública no ano de 2000.
O seu nome está intimamente ligado a Braga e ao Minho. Um poeta que viveu , tragicamente,  em permanente desassossego e combate  contra as regras sociais e as convenções. 

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A cidade dos Arcebispos que une tradição e modernidade

Braga é a mais antiga cidade portuguesa e uma das mais antigas cidades do Cristianismo . Foi fundada no tempo dos romanos com o nome de Bracara Augusta em 16  a.c e contabiliza  cerca de 2000 anos de existência.
Bracara Augusta foi construída em homenagem ao Imperador romano César Augusto e, segundo reza a lenda,  durante o domínio romano  foi constituído o Bispado e São Pedro de Rates terá sido o primeiro Bispo de Braga entre os anos 45 e 60 a.c. Com o fim do Império romano, Braga tornou-se a capital política e intelectual dos Suevos, mais tarde a cidade foi tomada pelos Godos que estiveram lá  três séculos , e em 716 os Mouros conquistaram a cidade.
Já na era cristã, Braga foi reconquistada por Afonso III das Astúrias, datando do século XI a reconstrução da cidade, sob as ordens do Bispo D. Pedro de Braga. Edificaram-se, entre outros monumentos emblemáticos, a Muralha citadina e a Sé. 
Posteriormente o rei  D. Afonso VI de Castela concedeu Braga  como dote de casamento da sua filha com D. Henrique de Borgonha.  Estes em 1112 atribuem a gestão da cidade aos Arcebispos,  transformando  o Arcebispado de Braga no mais importante da Península Ibérica. 
Nos séculos seguintes, a cidade foi ganhando uma nova estética que perdurará até aos nossos dias. Primeiro através da acção do Arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, no século XVI, com a introdução de novos edifícios típicos da Arquitectura religiosa da época, e no século XVIII com a proliferação de construções inspiradas no Barroco e Neoclássico.
Falar em Braga, portanto, é falar numa história profunda e rica. Mas também é falar de presente e futuro: a cidade foi escolhida pelo Fórum da Juventude como capital europeia da Juventude em 2012, feito para o qual muito contribuiu a também jovem e ambiciosa  Universidade do Minho. 
Braga é, em síntese, uma extraordinária união entre a Tradição e a Modernidade. Que olha com optimismo o futuro, ancorada num passado extraordinário, é a Capital do Minho que procura projectar a Região em Portugal e no Mundo.  

Autor: Rui Marques



Maíra Freitas - O Show Tem Que Continuar

Maíra Freitas - O Show Tem Que Continuar 

Entrevistas com Sotaques

                       


               Maíra Freitas: com a música na alma e no coração


O Brasil é uma pátria de músicas e músicos. Como o futebol, o ritmo, a dança, os sons fazem parte da vida do povo brasileiro,  manifestando-se no quotidiano de  todas as classes sociais e momentos desde o baile popular de bairro até aos desfile das Escolas de Samba no Carnaval, passando pela Garota de Ipanema,   que é cantada  com  como um hino nas belas praias de Copacabana.
Maíra Freitas, filha de um dos grandes ícones da música brasileira, Martinho da Vila,  é um exemplo dessa música que faz parte da alma do Brasil. Com uma formação clássica como pianista erudita, no Rio de Janeiro, teve a sua primeira participação como cantora  num Disco do pai  "Os poetas da cidade", e junto com este e com a irmã Mart'inália fez várias espectáculos pelo Brasil e pelo mundo.
Entretanto em 2011 lançou o seu primeiro Disco " Maíra Freitas", com colaborações de músicos como Chico Buarque e Paulinho Viola, e actuou em Outubro em Portugal, recolhendo o aplauso unânime  do público e da crítica e a admiração do Presidente da República, Cavaco Silva. Venha conhecer melhor, nesta entrevista com Sotaques, uma das artistas mais talentosas e ecléticas  da nova vaga da música brasileira, que é tão imensa e diversa como o próprio país.

Começou a sua carreira musical com a participação no disco do seu pai "Poetas da cidade". Como foi essa experiência?  
Foi uma experiência incrivel. Nunca havia cantado numa gravação e, muito menos,  me apresentado como cantora. Durante um almoço de Natal, o  meu pai me convidou e eu me espantei, mas acabei aceitando, pois a música “Ultimo Desejo” do Noel Rosa é bastante difícil e carregada de emoção e dramaticidade. Mesmo assim, fiquei bem confortável e me diverti bastante no estúdio com meu pai e seu produtor Rildo Hora. 
No mais recente disco do seu pai participam vários membros da família. Foi especial este disco?  
Apesar de ter sido lançado recentemente, a gravação da minha participação neste disco foi bem perto da gravação do disco do Noel. Foi  muito importante na minha jornada de descobrimento pessoal. Nos shows que faço com o meu pai, sempre cantamos essa música (Jobiniando – Ivan Lins/Martinho daVila), é uma música que fala dos acordes, dos sons, adoro musica que fala de música.
A  família  da Maíra tem algum segredo para ter tantos artistas e tanto gosto pela música ? 
Segredo? Não sei... só sei que somos muito felizes e que curtimos muito a vida regada a muita música boa e cerveja! (risos) Gostamos de viver bem, fazendo as coisas com calma, sempre devagar, devagarinho....
Tem uma formação de pianista erudita e clássica. Foi difícil abordar outros géneros musicais da música brasileira nos espectáculos
Apesar de vir de uma formação erudita, desde pequena ouço músicas de diversos géneros musicais. Em casa tocava Beethoven, Chopin e Villa-lobos, mas depois saía para a Lapa e para Vila Isabel dançar e ouvir os shows de Samba com a familia. Tudo o que eu ouvi e vivenciei musicalmente, na minha vida,  acabou se refletindo na minha música e nas minhas apresentações. Foi um processo natural.

Quais são as suas grandes referências musicais?
Sou muito eclética. Ouço MPB, Jazz, Samba, Pop, Phunk da decada de 70, Pop Rock. Gosto de boa musica. Se alguem pegar o meu ipod por engano e colocar no shuffle vai ouvir Villa-Lobos, Rachmaninoff, Bach, Chopin, Liszt, Thelonious Monk, Miles Davis, Ella Fitzgerald, Nat King Cole, Speranza Spalding, Jimmy Smith, Nina Simone, Tom Jobim, Vinicius, Caetano Veloso, Maria Bethania, Nana Caymmi, Chico buarque, Gilberto Gil, Djavan, Michael Jackson, Lenine, Parliament funkadelic, Bob Marley, Paulinho da Viola, Martinho da vila, Zeca Pagodinho, Alcione, Amy winehouse, Elza Soares, Elis Regina, Roberto Carlos, Alanis Morrisset e até Lady Gaga.
Esteve em Outubro em Portugal numa série de Concertos. Gostou do público português?
Gostei muito. Fiquei muito orgulhosa e honrada,  pois toquei para o Presidente de Portugal numa solenidade. Estive com Cavaco Silva, ele foi muito simpático e fez elogios ao meu show!
O Sotaques é um Projeto cultural que procura fazer parcerias e pontes culturais entre Portugal e o Brasil. Acha que é importante haver mais intercâmbios entre os nossos dois países a nível cultural e artístico ?  
Acho importantissimo.  Ja visitei alguns países da europa, mas assim que pisei em Portugal, tive a sensação gostosa de estar em casa. Nós temos muitas caracteríscas, além da lingua, que nos aproximam. É muito importante estreitar cada vez mais esses laços, levar artistas brasileiros para lá e trazer artistas portugueses para o  Brasil conhecer.
Quais são as suas perspectivas para 2012?
Em 2012 pretendo viajar muito com o meu Disco novo, fazer muitos shows e mostrar para  Brasil e  mundo a minha música. Gosto muito de estar nos palcos e de fazer as pessoas felizes.
Em 2012 a Maíra vai voltar a actuar  em  Portugal ? 
Quero muito! Se tudo der certo estarei de volta em breve!

Autor: Rui Marques